São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011

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rendição

Após ironizar seu possível afastamento, Rivaldo se licencia da presidência do Mogi, estreia hoje pelo São Paulo, mas já indica até reforço para o clube

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Menos de uma semana depois de dizer que não se afastaria da presidência do Mogi Mirim por considerar que essa decisão seria hipócrita, Rivaldo mudou seus planos.
O meia anunciou ontem, véspera de sua estreia pelo São Paulo, contra o Linense, que irá se licenciar do cargo pelo período de um ano.
Rivaldo justificou sua decisão dizendo que deseja "evitar qualquer tipo de comentário" sobre sua situação, a de estar ligado a dois clubes que participam de uma mesma competição.
Apesar do discurso de respeito à opção do atleta, a diretoria são-paulina o pressionou para deixar o cargo no Mogi, que será ocupado por seu vice, Wilson Bonetti.
Em sua apresentação no novo clube, o camisa 10 havia dito que só abandonaria a presidência se houvesse restrições legais quanto a isso.
Ele afirmou na última sexta-feira que teria uma atitude hipócrita se optasse pela licença porque "continuaria por trás do clube", investindo seu dinheiro no Mogi.
O Código de Ética da Fifa diz que um dirigente não pode exercer uma função que crie ou possa criar algum tipo de conflito de interesses.
No entanto, a decisão sobre o caso cabe à CBF, já que envolve dois clubes do mesmo país. Consultada, a federação nacional informou que seus regulamentos não preveem nenhuma restrição a esse acúmulo de funções.
Antes mesmo de deixar a presidência do time do interior, Rivaldo deu mostras de que quer ser mais do que um jogador no São Paulo.
O meia indicou a contratação do lateral direito Edson Ratinho, seu antigo companheiro na Grécia e no Uzbequistão, que tem contrato com o espanhol Mallorca.
A negociação foi revelada pelo próprio jogador, que postou em sua página no Twitter que pode se transferir para o Morumbi. Em troca de mensagens com um dos filhos de Rivaldo, deu a entender que o negócio depende do camisa 10 são-paulino.
Em Mallorca, o meia é visto como agente de Ratinho e também do volante João Victor. Os dois atuaram com ele no Bunyodkor-UZB e chegaram à Espanha com seu aval.
A assessoria de imprensa do São Paulo negou a atuação de Rivaldo como empresário, mas confirmou que Ratinho foi indicado ao Bunyodkor pelo jogador, que também atuava como consultor do time uzbeque.
"Os agentes Fifa não podem ser empregados ou oficiais de clubes. Mas agentes não licenciados, que são ilegais, estão fora de sua jurisdição. A Fifa não tem o que fazer para evitar suas atuações", declarou o advogado Marcos Motta, que é especialista em direito esportivo.
A CBF disse não ver problema em um jogador exercer também a função de empresário e até citou atletas que têm negócios na área.


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