São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011

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Escândalo abala sumô no Japão

INVESTIGAÇÃO
Segundo a polícia, lutadores combinavam resultados de combates por SMS


DE SÃO PAULO

A polícia japonesa investiga lutadores e treinadores de sumô, parte deles da elite do país, por armação de resultados e envolvimento com redes de apostas ilegais.
O novo escândalo foi divulgado após mensagens de texto interceptadas dos telefones celulares de um lutador e de um técnico revelarem acordos para combinar os resultados das lutas.
Algumas das cerca de 50 mensagens dão recomendações de como o lutador deveria se comportar no dohyo, como é chamado o ringue do sumô. Outras citam quantias de dinheiro -milhares de dólares- para pagar as lutas com resultado combinado.
Os telefones celulares foram apreendidos em 2010, quando emergiu outra denúncia ligando 65 lutadores e técnicos de sumô a esquemas de apostas ilegais.
A polícia japonesa não divulgou o nome dos lutadores e treinadores suspeitos de envolvimento no esquema nem a relação de lutas em que houve armação.
A JSA (Associação Japonesa de Sumô) iniciou uma investigação sobre o caso a pedido do Ministério de Cultura e Esporte do Japão, que financia o sumô no país.
A entidade fez uma reunião de emergência de sua cúpula ontem e negou ter envolvimento no novo caso.
"Eu sinto raiva e dor. Eu verdadeiramente sinto muito", disse o presidente da JSA, Hanaregoma. "Isso é uma verdadeira traição contra fãs, contra quem ama o sumô", afirmou o dirigente.
O novo escândalo envolvendo o sumô japonês, o segundo em um intervalo de menos de um ano, tornou-se uma questão de Estado.
"Se o que se afirma é verdade, o governo tem que abordar esse caso com a máxima determinação", declarou o ministro de Esporte do Japão, Yoshiaki Takaki.
Por ser uma luta baseada no cavalheirismo e no respeito ao oponente, os lutadores de sumô são considerados, na sociedade japonesa, um modelo de disciplina e comportamento a ser seguido.
Entretanto a popularidade do esporte no país tem sido ameaçada pelos recentes escândalos e pela concorrência de outras modalidades, como futebol e beisebol.
Em 2010, 65 lutadores e treinadores confessaram ter realizado apostas ilegais em partidas de beisebol.
O caso do ano passado levou a TV japonesa NHK a se recusar a transmitir, pela primeira vez em meio século, o torneio de sumô de Nagoya, uma das mais importantes competições do país.

Com as agências de notícias

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