São Paulo, segunda-feira, 03 de março de 2008

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choro de alegria

Só Valdivia tira clássico do marasmo

Em partida de poucas chances, chileno faz o único gol da vitória palmeirense e provoca corintianos na comemoração

Raimundo Pacco/Folha Imagem
Valdivia, do Palmeiras, pede espaço a Diego Souza para comemorar seu gol, o único do clássico com o Corinthians no Morumbi,...


Corinthians 0
Palmeiras 1

EDUARDO ARRUDA
RENAN CACIOLI

DA REPORTAGEM LOCAL

A torcida fez sua parte. Mais de 48 mil, recorde de público neste Paulista e do confronto Corinthians x Palmeiras no século, foram ao Morumbi. Menos da metade, a parte alviverde deixou o estádio satisfeita. Para o restante, ficou a imagem de Valdivia celebrando o gol solitário da tarde fingindo chorar.
"É ruim falar antes do jogo. Falaram que o Valdivia era chorão. Que deveria deixar de chorar. Agora estou chorando. De alegria", disse o chileno, respondendo às críticas do corintiano William antes do jogo.
No meio da semana passada, Souza, do Flamengo, também "chorou" na comemoração de um gol -recado à torcida do Botafogo, derrotado dias antes na final da Taça Guanabara.
Ontem, o time de Vanderlei Luxemburgo deu seqüência a um tabu que vem desde o ano passado, quando a equipe alviverde venceu os três confrontos ante os corintianos. Agora, caso os rivais não se enfrentem nos mata-mata do Paulista ou da Copa do Brasil, só em 2009 os alvinegros, rebaixados à Série B do Brasileiro, poderão tentar dar um fim a essa escrita.
O clássico, que demorou a pegar fogo, recolocou o Palmeiras na disputa no Estadual, com 19 pontos. Já o Corinthians, com um ponto a mais, não conseguiu regressar ao grupo que se classifica às semifinais. Sem vazar o arqui-rival desde 2006, perdeu ainda uma invencibilidade que já durava dez jogos.
"Não dava pra esperar um placar elástico. Para nós, a vitória era muito importante. Era preferível perder do que empatar", afirmou o goleiro Marcos.
De fato, o que as equipes mostraram no primeiro tempo deixou claro que o resultado do jogo não seria muito diferente.
"No futebol moderno de hoje, primeiro tem que marcar." A frase do volante Pierre, do Palmeiras, ao término da primeira etapa sintetizou que a marcação era a tônica do jogo.
Não que as faltas predominassem -o Datafolha contou só 14, do Palmeiras, e 16, do Corinthians, na etapa inicial. A posse de bola -ou falta dela-, porém, foi decisiva para que a torcida acompanhasse só um chute no alvo em todo o primeiro tempo. O time alvinegro errou 31 passes e perdeu 21 bolas. O alviverde rifou 22 toques e viu 26 bolas saírem do controle.
O lance mais emocionante foi uma cabeçada do meia Diego Souza. Julio César salvou.
O arqueiro substituiu o lesionado Felipe na última hora. Foi mais um dos desfalques do técnico Mano Menezes, que já não contava com Acosta, Dentinho e Fabinho. Depois, Bruno Octávio, com entorse no joelho direito, deu vaga a Bóvio.
A surpresa corintiana foi a estréia de Diogo Rincón. E que, por pouco, não teve o nome xingado pela torcida corintiana em seu debute. No lance seguinte à defesa de Julio César, o meia disputou bola com Valdivia dentro da grande área e tocou o chileno. Rodrigo Braghetto mandou a jogada seguir.
O segundo tempo arrastou-se da mesma forma até Diogo Rincón, aos 14min, ter um gol anulado. Estava impedido.
O sinal de alerta fez Luxemburgo abrir mais a sua equipe. Sacou o volante Wendel e pôs o atacante Kléber. Depois, trocou Alex Mineiro por Denílson.
Nitidamente mais insinuante, o Palmeiras tirou o marasmo do clássico aos 30min. Kléber recebeu e chutou cruzado. Julio César deu rebote, e Valdivia, na disputa com Carlão, encheu o pé para definir o placar.


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