São Paulo, quarta-feira, 03 de março de 2010

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TÊNIS

A fragilidade é dos outros


Enquanto rivais acreditam ser esta a hora de tirar o trono de Roger Federer, o suíço continua a dominar o circuito


RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

A CHUVA veio na hora em que Novak Djokovic corria para tentar fechar contra Mikhail Iouzhni. Após ganhar o primeiro set e abrir vantagem no segundo, viu o jogo adiado para o dia seguinte. Não escondeu a frustração.
No mesmo instante, a alguns quilômetros dali, Roger Federer, com a mulher e as filhas, esperava a mesma chuva passar. No aeroporto de Dubai, também teve de aguardar algumas horas para tomar seu rumo -um voo particular para a Suíça. No dia seguinte, Djokovic, o número dois do mundo, fechou o jogo e levou o título. Gesticulou e festejou muito. Federer, o número um, descansava tranquilamente em casa. Djokovic simboliza a correria dos tenistas para ir ao topo do ranking.
Federer exibe tranquilidade jamais vista em quem já esteve no topo. Motivos para os perseguidores acreditarem que esta é a hora de tirar o trono de Federer não faltam. Seu problema pulmonar sugere fragilidade física. A tranquilidade tem cara de apatia. O número menor de torneios dá ideia de desinteresse.
O intervalo entre competições parece levar à falta de ritmo. A companhia constante das filhas pode significar mudança de foco. Sua ausência física deixa um vazio psicológico. No fundo, porém, nada parece ser suficiente para derrubá-lo. Fragilidade física, hoje, parece ser problema de Rafael Nadal. Djokovic, Andy Murray ou Andy Roddick é que sofrem com irregularidade e falta de ritmo. Foco? Motivação? Federer joga pouco, mas ganha quando joga.
Atrás da aparente fragilidade do suíço esconde-se, talvez, a possibilidade da temporada mais vitoriosa -o Grand Slam no mesmo ano? Em Roland Garros, já provou dominar -ainda mais agora, com Nadal duvidoso. Em Wimbledon, sabe de cor o caminho do título. Nos EUA, Djokovic, Roddick e Murray já caíram com pouco esforço.
Federer não domina mais o circuito como um jogador de futebol, que disputava e ganhava dos adversários toda semana. Ele parece agora um boxeador, que surge de tempos em tempos para subir no rinque, dar seu show e nocautear os frágeis rivais.

NO RIO DE JANEIRO
Ingressos para o Rio Champions, de 12 a 14 deste mês, estão à venda no www.ingressomais.com.br. É chance para ver tenistas carismáticos como Marat Safin, Mark Philippoussis, Mats Wilander e Fernando Meligeni. Também participam Jim Courier, Wayne Ferreira, Cedric Pioline e Mikael Pernfors.

EM INDIAN WELLS
Roger Federer e Pete Sampras jogando dupla contra Rafael Nadal e Andre Agassi. Ilusão? Para levantar dinheiro para o Haiti, os organizadores do Masters 1.000 de Indian Wells programam o jogo para o dia 12. Pretendem arrecadar US$ 1 milhão nesse encontro histórico.

reandaku@uol.com.br


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