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Festa a 100 dias da Copa decepciona na África
Organização dá até cachorros-quentes grátis para chamar atenção das pessoas
Celebração oficial de data simbólica, com integração dos discursos de autoridades, conta com menos de mil pessoas em Johannesburgo
FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
Nem a distribuição gratuita
de cachorros-quentes foi capaz
de trazer grande empolgação
ao principal evento organizado
para marcar a data simbólica de
100 dias até a Copa do Mundo,
ontem, em Johannesburgo.
Menos de mil pessoas apareceram para ouvir tambores, ver
danças típicas zulus e aprender
a dançar o "diski", uma estranha mistura de passos de macarena com movimentos simulando jogadas de futebol, que os
organizadores sonham popularizar até a abertura do Mundial
sul-africano, em 11 de junho.
No palco, montado numa pequena rua do bairro nobre de
Sandton, revezavam-se DJs de
rádios locais fazendo discursos
que, em geral, respondiam aos
céticos do sucesso do evento.
"Diziam que não íamos conseguir. Muitos duvidavam da
nossa habilidade. Queriam roubar nosso sonho. Mas este é o
nosso momento!", disse uma
representante da prefeitura da
maior cidade sul-africana.
Cerca de 200 crianças de escolas públicas da região do Soweto foram levadas de ônibus
para a festa, munidas de camisetas temáticas alusivas à Copa
na África do Sul e as infalíveis e
já consagradas vuvuzelas (cornetas de plástico).
Policiais ajudaram na distribuição de camisas. Ao meio-
-dia, a fila para ganhar um cachorro-quente de graça (mas
com linguiça em vez de salsicha) rapidamente se formou.
Até engravatados que trabalham na Bolsa de Valores de Johannesburgo, próxima do local,
apareceram repentinamente
para ganhar o seu.
Outra mensagem repetida a
todo instante era a da integração nacional. Locutores negros
e brancos subiram ao palco e
pediram que a Copa do Mundo
fosse uma chance de a África do
Sul dar mais um passo rumo à
reconciliação.
Eventos parecidos ocorreram ontem em todo o país. Numa tentativa de empolgar a população com a Copa, o governo
lançou a campanha "Fly the
Flag" (Hasteie a Bandeira), estimulando que as pessoas portem ao menos uma bandeirinha do país ao andarem pelas
ruas ou quando estiverem dentro dos seus carros.
Outra iniciativa, já lançada
há alguns meses pelos organizadores da Copa na busca por
popularizar o esporte, é a do
"Football Friday" (Sexta-Feira
do Futebol), em que se pede às
pessoas que trabalhem com a
camisa da seleção sul-africana,
a "Bafana Bafana", todo último
dia útil da semana.
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