São Paulo, sábado, 03 de abril de 2004

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Técnicos usam artimanhas para ocultar times

DA REPORTAGEM LOCAL E
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Além da indisciplina que as duas equipes podem repetir hoje, a partida de volta das semifinais entre Santos e São Caetano terá outra marca: o mistério.
Tanto Muricy Ramalho como Emerson Leão usaram diversos artifícios para esconder a escalação e o esquema tático de seus times na briga por uma final inédita para ambos como treinadores.
Muricy comandou vários treinos secretos durante a semana e esconde a escalação de sua equipe. "É uma arma que eu tenho. Se eles não me dão o time deles, por que eu daria?", diz. Anteontem, a tática acabou em confusão, quando seguranças do São Caetano e homens da Guarda Civil Metropolitana expulsaram um fotógrafo do estádio Anacleto Campanella aos empurrões.
Os treinos sem a presença da imprensa e da torcida serviram para que o técnico escondesse sua solução para a única dúvida da equipe do ABC: o substituto de Gilberto, expulso no jogo de ida.
Muricy treinou, durante a semana, dois jogadores para a posição: Fábio Santos e Triguinho. Ambos falaram como titulares.
"É o jogo mais importante da minha carreira. Sei que vou jogar", disse o lateral Triguinho, que terá até o apoio de 15 familiares, vindos em caravana de Piquete (a 205 km de São Paulo).
Fábio Santos também fala como o escolhido. "Agradeço a Deus pela chance. Não vou decepcionar", diz o volante, que ainda não atuou como titular no Paulista.
Sem a truculência dos seguranças do São Caetano, o técnico Emerson Leão foi mais criativo para fazer mistério. Ontem, tirou os jogadores mais cedo da cama.
Além de ter antecipado para quinta-feira o regime de concentração, ele fez o treinamento de ontem começar às 8h -o horário divulgado para a imprensa era 8h30. A atividade foi curta -terminou às 9h50- , apenas um treino em dois toques e ensaio de cobranças de pênaltis.
"Acho que é o suficiente para a véspera de um jogo decisivo. Temos de tomar todo tipo de precaução", declarou Leão, que não comandou um coletivo entre titulares e reservas a fim de não revelar se o companheiro de Robinho no ataque será Basílio ou Robson.
A favor de Basílio, pesa a condição de um dos artilheiros do time na temporada (nove gols). Contra, o fato de o atacante fazer suas melhores exibições quando entra na segunda etapa. Robson marcou pouco desde que chegou ao clube (6 vezes em 16 partidas), mas tem o melhor aproveitamento do grupo em cobranças de pênaltis e pode se tornar necessário caso o jogo termine empatado.
"Minha decisão é estritamente tática", declarou Leão, que disse não ter dúvida sobre qual das duas alternativa escolherá -apenas não quis revelá-la.
As artimanhas dos treinadores parecem estar dando certo, pelo menos para chamar a torcida. Os cerca de 17 mil ingressos postos à venda para a partida estão esgotados. (MVM E FS)


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