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Técnicos usam artimanhas para ocultar times
DA REPORTAGEM LOCAL E
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Além da indisciplina que as
duas equipes podem repetir hoje,
a partida de volta das semifinais
entre Santos e São Caetano terá
outra marca: o mistério.
Tanto Muricy Ramalho como
Emerson Leão usaram diversos
artifícios para esconder a escalação e o esquema tático de seus times na briga por uma final inédita
para ambos como treinadores.
Muricy comandou vários treinos secretos durante a semana e
esconde a escalação de sua equipe. "É uma arma que eu tenho. Se
eles não me dão o time deles, por
que eu daria?", diz. Anteontem, a
tática acabou em confusão, quando seguranças do São Caetano e
homens da Guarda Civil Metropolitana expulsaram um fotógrafo do estádio Anacleto Campanella aos empurrões.
Os treinos sem a presença da
imprensa e da torcida serviram
para que o técnico escondesse sua
solução para a única dúvida da
equipe do ABC: o substituto de
Gilberto, expulso no jogo de ida.
Muricy treinou, durante a semana, dois jogadores para a posição: Fábio Santos e Triguinho.
Ambos falaram como titulares.
"É o jogo mais importante da
minha carreira. Sei que vou jogar", disse o lateral Triguinho,
que terá até o apoio de 15 familiares, vindos em caravana de Piquete (a 205 km de São Paulo).
Fábio Santos também fala como
o escolhido. "Agradeço a Deus
pela chance. Não vou decepcionar", diz o volante, que ainda não
atuou como titular no Paulista.
Sem a truculência dos seguranças do São Caetano, o técnico
Emerson Leão foi mais criativo
para fazer mistério. Ontem, tirou
os jogadores mais cedo da cama.
Além de ter antecipado para
quinta-feira o regime de concentração, ele fez o treinamento de
ontem começar às 8h -o horário
divulgado para a imprensa era
8h30. A atividade foi curta -terminou às 9h50- , apenas um
treino em dois toques e ensaio de
cobranças de pênaltis.
"Acho que é o suficiente para a
véspera de um jogo decisivo. Temos de tomar todo tipo de precaução", declarou Leão, que não
comandou um coletivo entre titulares e reservas a fim de não revelar se o companheiro de Robinho
no ataque será Basílio ou Robson.
A favor de Basílio, pesa a condição de um dos artilheiros do time
na temporada (nove gols). Contra, o fato de o atacante fazer suas
melhores exibições quando entra
na segunda etapa. Robson marcou pouco desde que chegou ao
clube (6 vezes em 16 partidas),
mas tem o melhor aproveitamento do grupo em cobranças de pênaltis e pode se tornar necessário
caso o jogo termine empatado.
"Minha decisão é estritamente
tática", declarou Leão, que disse
não ter dúvida sobre qual das
duas alternativa escolherá -apenas não quis revelá-la.
As artimanhas dos treinadores
parecem estar dando certo, pelo
menos para chamar a torcida. Os
cerca de 17 mil ingressos postos à
venda para a partida estão esgotados.
(MVM E FS)
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