São Paulo, sábado, 03 de abril de 2004

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FUTEBOL

Parreira terá 70 dias para treinos e jogos em 2004 e enfurece europeus

Desculpa para jogo feio da seleção tem dias contados

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o problema é a falta de tempo juntos, como apregoam Carlos Alberto Parreira e seus comandos, as dificuldades da seleção brasileira nas eliminatórias sul-americanas para a Copa-06 estão com os dias contados.
Sem incluir o tempo gasto com viagens, o técnico pode ficar, em caso de sucesso na Copa América, nada menos do que 70 dias reunido com os atletas em 2004.
Isso também sem levar em conta amistosos que ainda estão sendo agendados pela CBF, como contra a Alemanha, em setembro.
A maratona vai deixar os clubes europeus ainda mais enfurecidos. Ontem, o G-14, grupo formado pelos 18 times mais poderosos do continente, entrou na Justiça da Suíça exigindo indenização das confederações nacionais que convoquem seus jogadores.
Dos 21 atletas convocados para a seleção que empatou na última quarta-feira contra o Paraguai, 13 defendem integrantes do G-14.
Por pelo menos duas vezes Parreira terá os jogadores sem o aperto que aconteceu em Assunção (o time só treinou uma vez).
Com amistosos diante de França e Catalunha e jogos das eliminatórias contra Argentina e Chile, o Brasil ficará em ação por três semanas seguidas entre maio e junho. Depois, em julho, terá quase um mês de jogos e treinos pela frente na Copa América do Peru. Antes de tudo isso, já no final de abril, um outro amistoso irá ocorrer -o rival será a Hungria.

Coordenação
"O rendimento ideal só virá com a seqüência de jogos e o tempo. Ficou provado contra o Paraguai que não basta ter apenas bons jogadores. É preciso que haja coordenação", disse Parreira, que quando assumiu disse precisar de 12 jogos para dar um bom ritmo ao time -o duelo contra o Paraguai foi o 14º da sua gestão.
Assim como o chefe, os jogadores repetem o discurso do desentrosamento. "Faltou tempo de convivência. Ficamos apenas um dia juntos e treinamos por apenas meia hora", diz Kaká, que assim como o próprio Parreira previa, não se entendeu com Ronaldinho em campo contra os paraguaios.
A oportunidade de passar tanto tempo treinando e jogando com a seleção, como acontecerá com Parreira em 2004, é rara. Nem em temporadas de Copa é possível hoje reunir uma seleção de ponta como o Brasil por 70 dias.


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