|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Parreira terá 70 dias para treinos e jogos em 2004 e enfurece europeus
Desculpa para jogo feio da seleção tem dias contados
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o problema é a falta de tempo
juntos, como apregoam Carlos
Alberto Parreira e seus comandos, as dificuldades da seleção
brasileira nas eliminatórias sul-americanas para a Copa-06 estão
com os dias contados.
Sem incluir o tempo gasto com
viagens, o técnico pode ficar, em
caso de sucesso na Copa América,
nada menos do que 70 dias reunido com os atletas em 2004.
Isso também sem levar em conta amistosos que ainda estão sendo agendados pela CBF, como
contra a Alemanha, em setembro.
A maratona vai deixar os clubes
europeus ainda mais enfurecidos.
Ontem, o G-14, grupo formado
pelos 18 times mais poderosos do
continente, entrou na Justiça da
Suíça exigindo indenização das
confederações nacionais que convoquem seus jogadores.
Dos 21 atletas convocados para
a seleção que empatou na última
quarta-feira contra o Paraguai, 13
defendem integrantes do G-14.
Por pelo menos duas vezes Parreira terá os jogadores sem o aperto que aconteceu em Assunção (o
time só treinou uma vez).
Com amistosos diante de França e Catalunha e jogos das eliminatórias contra Argentina e Chile,
o Brasil ficará em ação por três semanas seguidas entre maio e junho. Depois, em julho, terá quase
um mês de jogos e treinos pela
frente na Copa América do Peru.
Antes de tudo isso, já no final de
abril, um outro amistoso irá ocorrer -o rival será a Hungria.
Coordenação
"O rendimento ideal só virá
com a seqüência de jogos e o tempo. Ficou provado contra o Paraguai que não basta ter apenas
bons jogadores. É preciso que haja coordenação", disse Parreira,
que quando assumiu disse precisar de 12 jogos para dar um bom
ritmo ao time -o duelo contra o
Paraguai foi o 14º da sua gestão.
Assim como o chefe, os jogadores repetem o discurso do desentrosamento. "Faltou tempo de
convivência. Ficamos apenas um
dia juntos e treinamos por apenas
meia hora", diz Kaká, que assim
como o próprio Parreira previa,
não se entendeu com Ronaldinho
em campo contra os paraguaios.
A oportunidade de passar tanto
tempo treinando e jogando com a
seleção, como acontecerá com
Parreira em 2004, é rara. Nem em
temporadas de Copa é possível
hoje reunir uma seleção de ponta
como o Brasil por 70 dias.
Texto Anterior: Futebol: Piá chega e treina como titular do Corinthians Próximo Texto: Ronaldo custa US$ 1,5 mi por 70 dias de trabalho Índice
|