São Paulo, sábado, 03 de abril de 2004

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AUTOMOBILISMO

Finlandês da McLaren estoura motor em treino, perde dez posições no grid e joga toalha no 3º GP do ano

Raikkonen já se vê fora da luta pelo título

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SAKHIR

Kimi Raikkonen abandonou o GP da Austrália com o motor estourado. Deixou a prova da Malásia pelo mesmo motivo. Ontem, no segundo treino livre para o GP do Bahrein, inaugurou uma nova regra da F-1: o propulsor do seu McLaren explodiu e, com isso, perdeu dez posições no grid de largada que será definido hoje.
Foi demais para o finlandês. Vice-campeão em 2003 após levar a disputa do título até a última etapa, deixou a frieza de lado. Admitiu, a 16 GPs do fim do campeonato, que não tem chances de ser campeão. O "homem de gelo", como é chamado, jogou a toalha.
"É obvio que isso não é legal. Ainda não marquei pontos, enquanto o Schumacher já tem 20. Desse jeito, não vai dar. Se eu chegar ao final da corrida está bom."
A sessão que define o grid do GP do Bahrein, terceira etapa do Mundial e primeira prova da F-1 no Oriente Médio, acontece às 8h.
Independentemente do resultado, Raikkonen já sabe que largará bem atrás, lá no segundo pelotão.
Neste ano, para conter gastos, a FIA limitou a um motor por piloto por fim de semana. Até 2003, os times grandes chegavam a trocar os propulsores após cada treino, encarecendo custos e deixando a F-1 inviável para os pequenos.
Como punição, quem trocar o motor perde dez posições no grid.
Ontem, Raikkonen foi a primeira vítima: se conseguir o melhor tempo no treino de hoje, largará em 11º. E daí por diante.
Diante de tanto vexame, a Mercedes-Benz procurou minimizar a terceira quebra de propulsor seguida do finlandês. "O motor do Kimi parou após um princípio de incêndio causado por um vazamento de gasolina que atingiu o escapamento", explicou Norbert Haug, diretor da montadora.
A decepção, porém, era evidente nos boxes da McLaren. Não bastasse o problema de Raikkonen, seu companheiro, David Coulthard, ficou apenas em 11º.
Em 2003, após duas provas, a McLaren era a líder do Mundial de Construtores, com 26 pontos. Raikkonen liderava entre os pilotos, com 18. Hoje, na mesma altura do campeonato, o time soma quatro pontos e é o quinto na classificação. E os pontos são todos de Coulthard, oitavo no Mundial.
Melhor para a Ferrari, que assim tem uma concorrente a menos na temporada. Apenas a Williams, hoje, parece em condições de pregar sustos na escuderia.
Como ontem: Rubens Barrichello foi o mais rápido no segundo treino livre, mas com apenas um milésimo de segundo de folga para Juan Pablo Montoya.
Anthony Davidson, piloto de testes da BAR, foi o terceiro, seguido por Michael Schumacher.
Ron Dennis, da McLaren, limitou-se a dizer que "nosso ritmo para o GP está bom". Raikkonen, seu funcionário, acha que não.


NA TV - Treino oficial do GP do Bahrein, Globo, ao vivo, às 8h


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