São Paulo, segunda-feira, 03 de abril de 2006

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ADMINISTRAÇÃO

TCU condena dirigentes que viveram atrito com Guga

Ex-cartolas da CBT terão de devolver R$ 146 mil

EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC

O Tribunal de Contas da União cobra da antiga administração da Confederação Brasileira de Tênis, entre multas e devoluções, R$ 146,2 mil, após detectar irregularidades no uso da verba da Lei Piva.
Foram responsabilizados o ex-presidente da CBT, Nelson Jorge Nastás, e Carlos Alberto Martelotte, ex-superintendente técnico e administrativo da entidade.
Foi por causa de um boicote, liderado por Guga, dos principais jogadores de tênis do país contra Nastás e Martelotte que o Brasil acabou rebaixado na Davis. Foram sucedidos por Jorge Lacerda da Rosa, do grupo de oposição.
Nastás terá de devolver R$ 68,4 mil e pagar R$ 30 mil de multa, além de, como responsável solidário, ter de devolver em conjunto com Martelotte R$ 37,8 mil. O ex-superintendente da CBT foi condenado à multa de R$ 10 mil.
Em diligências feitas no Comitê Olímpico Brasileiro, técnicos do TCU descobriram que notas fiscais apresentadas pela CBT para justificar gastos com eventos foram emitidas com meses, ou, em pelo menos um caso, com até um ano de atraso em relação às competições a que se referem.
""Impossível o reembolso de despesas ainda não ocorridas", aponta o relatório do TCU.
A decisão do tribunal mostra também que a mesma nota fiscal foi utilizada para justificar despesas diferentes em dois eventos.
Também foi condenada a contratação da empresa General Promotion Eventos e Produções S/C para prestação de serviços no Brasileiro-03 infanto-juvenil e também no Banana Bowl-04. O sócio-gerente da firma é Martelotte. ""[Essa contratação] constitui infração a princípios da administração pública, como o da impessoalidade, da moralidade e da economicidade, previstos... na Constituição Federal... obrigatória na gestão de recursos públicos", diz o texto, cujo relator foi o ministro Walton Alencar Rodrigues.
Ao ser informado pela Folha sobre a decisão do TCU, Nastás alegou que não recebeu o relatório e que por isso desconhece seu teor. Mesmo após ouvir da reportagem as principais irregularidades listadas, Nastás afirmou que só se pronunciará após ler o documento.
Essa não é a primeira vez que dinheiro da Lei Piva tem de ser devolvido, porém da vez anterior a soma havia sido muito menor. O COB devolveu R$ 3,5 mil por bancar visita da delegação de ginástica olímpica a parque temático em Orlando, em agosto de 2003.


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