São Paulo, quinta-feira, 03 de abril de 2008

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Após 50 dias, CBF descobre e veta dança do créu

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Com 50 dias de atraso, a Comissão de Arbitragem da CBF orientou árbitros a coibir comemorações de gols provocativas à torcida adversária. Entre elas, a dança do créu, fenômeno mais recente nas celebrações.
Na prática, só atende uma determinação da Fifa, incluída nas recomendações a árbitros da entidade (a de vetar festejos com provocações).
"Um jogador deve receber amarelo se, na opinião do árbitro, fizer gestos que são provocativos, para ridicularizar ou inflamar." Esse é o texto da Fifa sobre a conduta da arbitragem em comemorações de gol.
Apesar disso, a CBF nada fez desde que a dança do créu foi feita pela primeira vez no dia 1º de fevereiro, pelo meia Thiago Neves, do Fluminense. Seguiram-se diversas comemorações similares, ou outras também com provocações, em jogos por todo o país.
No final de semana, a dança provocou uma briga generalizada entre jogadores na vitória do Avaí por 2 a 0 sobre o Figueirense, pelo Catarinense.
"[A dança] Já está na televisão, no mundo musical de uma maneira democrática, mas não pode ir ao adversário ou à torcida [adversária] de modo que possa provocar um problema", explicou o presidente da comissão da CBF, Sérgio Corrêa.
Corrêa disse que a orientação não se refere só à dança do créu, mas a toda e qualquer comemoração provocativa -como utilizar o dedo para pedir silêncio. Para ele, os árbitros devem ficar atentos e punir, se for o caso, com o cartão amarelo.
A orientação é dada aos árbitros da CBF. A decisão de punir o jogador, no entanto, é do juiz.
Luiz Felipe Scolari, técnico de Portugal e ex-treinador da seleção brasileira, se mostrou contrário ao "policiamento" nas comemorações de gols. Ele esteve ontem em São Paulo para divulgar equipe da Stock Car e criticou a medida.
"O jogador não pode tirar a camisa, não pode olhar para o lado. O futebol precisa de alegria. É só não dar ênfase ao que é ruim", falou o treinador.


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