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Após 50 dias, CBF descobre e veta dança do créu
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Com 50 dias de atraso, a Comissão de Arbitragem da CBF
orientou árbitros a coibir comemorações de gols provocativas à torcida adversária. Entre
elas, a dança do créu, fenômeno
mais recente nas celebrações.
Na prática, só atende uma determinação da Fifa, incluída
nas recomendações a árbitros
da entidade (a de vetar festejos
com provocações).
"Um jogador deve receber
amarelo se, na opinião do árbitro, fizer gestos que são provocativos, para ridicularizar ou
inflamar." Esse é o texto da Fifa
sobre a conduta da arbitragem
em comemorações de gol.
Apesar disso, a CBF nada fez
desde que a dança do créu foi
feita pela primeira vez no dia 1º
de fevereiro, pelo meia Thiago
Neves, do Fluminense. Seguiram-se diversas comemorações similares, ou outras também com provocações, em jogos por todo o país.
No final de semana, a dança
provocou uma briga generalizada entre jogadores na vitória
do Avaí por 2 a 0 sobre o Figueirense, pelo Catarinense.
"[A dança] Já está na televisão, no mundo musical de uma
maneira democrática, mas não
pode ir ao adversário ou à torcida [adversária] de modo que
possa provocar um problema",
explicou o presidente da comissão da CBF, Sérgio Corrêa.
Corrêa disse que a orientação
não se refere só à dança do créu,
mas a toda e qualquer comemoração provocativa -como
utilizar o dedo para pedir silêncio. Para ele, os árbitros devem
ficar atentos e punir, se for o caso, com o cartão amarelo.
A orientação é dada aos árbitros da CBF. A decisão de punir
o jogador, no entanto, é do juiz.
Luiz Felipe Scolari, técnico
de Portugal e ex-treinador da
seleção brasileira, se mostrou
contrário ao "policiamento"
nas comemorações de gols. Ele
esteve ontem em São Paulo para divulgar equipe da Stock Car
e criticou a medida.
"O jogador não pode tirar a
camisa, não pode olhar para o
lado. O futebol precisa de alegria. É só não dar ênfase ao que
é ruim", falou o treinador.
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