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FIA muda, de novo, resultado de GP
Entidade desclassifica Hamilton e devolve terceiro lugar para Trulli na corrida de abertura do Mundial, na Austrália
Inglês e McLaren teriam
mentido sobre confusão das ultrapassagens durante safety car na pista; equipe afirma que não irá recorrer
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SEPANG
Primeiro, a indefinição nos
critérios para definir o campeão a uma semana da abertura
da temporada. Depois, a polêmica dos difusores, que só terá
fim na Corte de Apelações da
FIA, no dia 14. E, uma semana
após o início do Mundial, a F-1
já sofreu seu primeiro tapetão.
Desta vez, o vai e volta da entidade que comanda o automobilismo sobrou para o inglês
Lewis Hamilton, da McLaren.
Após punir Jarno Trulli por
ultrapassar o rival com o safety
car na pista em Melbourne, os
comissários voltaram atrás e
não só devolveram o terceiro
lugar que foi tirado do piloto da
Toyota como desclassificaram
Hamilton do GP da Austrália.
De acordo com a FIA, tanto o
campeão como sua equipe
mentiram deliberadamente.
Coincidência ou não, a
McLaren e a entidade travam
uma guerra nos bastidores da
F-1 desde o caso de espionagem
sobre a Ferrari, em 2007.
A origem da confusão foi a
penúltima volta da prova de domingo passado. O safety car estava na pista por causa do acidente entre Sebastian Vettel e
Robert Kubica. Trulli era o terceiro, à frente de Hamilton,
mas errou e escapou da pista.
"O Lewis então me passou,
mas logo em seguida ficou lento
e colocou o carro para o lado",
explicou o piloto da Toyota,
que retomou a posição, imaginando que o adversário estivesse com um problema mecânico.
O regulamento proíbe ultrapassagens sob safety car.
Após a prova, os pilotos deram explicações à FIA. Questionado se havia deliberadamente dado passagem ao italiano, Hamilton negou. Trulli, então, foi punido com o acréscimo
de 25 segundos a seu tempo, o
que o deixou fora dos pontos.
Hamilton herdou o terceiro
posto e, não fossem declarações suas ao Speed Channel,
talvez tivesse ficado ali mesmo.
Na entrevista, o campeão deu
uma versão diferente. "Estava
atrás do Trulli com o safety car
e, claramente, você não pode
fazer ultrapassagens. Mas ele
saiu da pista em uma curva e foi
para a grama, acho que os
pneus estavam frios", explicou.
"Eu fui forçado a passar. Diminuí o máximo que pude. Me
disseram [a equipe] para devolver o lugar para ele, mas não sei
se as regras são essas", disse.
Com a entrevista em mãos, a
FIA decidiu então buscar a gravação do rádio com o diálogo
entre o inglês e a McLaren.
Na conversa, em dúvida sobre a regra e sem conseguir resposta da direção de prova, a
McLaren pede para o piloto reduzir e devolver a posição.
Depois de ouvir Hamilton
novamente ontem, em Sepang,
a FIA o eliminou da corrida.
"Tendo em vista novos elementos, os comissários consideraram que Hamilton e a
McLaren agiram de maneira
prejudicial ao evento fornecendo evidências de maneira a, deliberadamente, ludibriar os comissários", disse o documento.
"Deve ter sido difícil para a
FIA voltar atrás, mas acho que
eles foram inteligentes para entender a situação", afirmou
Trulli, que havia desistido de
apelar da decisão com base em
fracassos de recursos similares.
A McLaren já informou que
não irá apelar, mas negou que
Hamilton mentiu. "Não há nenhuma indicação de mentira.
Achamos que os comissários já
tivessem ouvido as conversas
pelo rádio e não entramos em
detalhes. Foi um mal-entendido", disse o time, em nota.
Ao que tudo indica, porém, as
polêmicas estão longe de terminar. Punido em US$ 50 mil e
com a perda de dez posições no
grid do GP da Malásia, Vettel já
foi chamado pela FIA para discutir, novamente, seu acidente
com Kubica no GP australiano.
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