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É um grupo bem complicado
CARLOS ALBERTO PARREIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA
A Arábia Saudita é o mais organizado futebol do Oriente
Médio em termos de estrutura. É o
que mais investe nas divisões de
base, participando de todas as
competições internacionais. Tem o
melhor e mais equilibrado dos
campeonatos da região.
O mais importante é que o futebol saudita tem apoio da família
real. O príncipe Fahad é o mais interessado dos torcedores. Já foram
duas vezes campeões da Ásia, uma
vez comigo, em 98. O grande salto
começou com a contratação dos
brasileiros. O primeiro foi Didi em
76. Depois, vieram Minelli, Zagallo, eu, Zé Mário e outros.
Por isso o estilo é baseado na escola brasileira. Sentem-se à vontade jogando no 4-4-2 com marcação
por zona e toque de bola. Os principais jogadores são Al Jaber e Al
Temyat, que começou comigo.
Sobre a Irlanda, um depoimento.
É um dos times que mais admirei
na Copa de 90 por algo importante
no futebol: joga contra qualquer
um de acordo com seu estilo, que é
de velocidade e marcação. O sistema é o 4-4-2, e a estrela é o capitão
Roy Keane, exemplo de jogador
para eles.
Estudei na Alemanha e pude conhecer a estrutura do futebol deles
em todos os níveis. A formação de
jogadores e treinadores lá não é
comparável com nada no mundo.
São sempre favoritos. Depois do
fracasso de 98, quando terminou a
geração de grandes jogadores, o time teve dificuldade em se renovar.
Joga tipicamente no 3-5-2, com
marcação homem a homem. O goleiro Kahn é seu grande nome.
Camarões é o mais ambicioso
dos países africanos em termos de
projeto. Baseado nos últimos resultados, chegam a sonhar com o que
nenhum africano sonhou: a final
de Copa. Foi-se o tempo em que o
time era descompromissado, alegre
e inocente. Jogam no 3-5-2, sem
perder a criatividade. Bicampeões
africanos, hoje sabem que é importante defender.
Carlos Alberto Parreira, 59, foi o técnico campeão da Copa do Mundo de 1994,
nos EUA, e hoje dirige o Corinthians
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