São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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É um grupo bem complicado

CARLOS ALBERTO PARREIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Arábia Saudita é o mais organizado futebol do Oriente Médio em termos de estrutura. É o que mais investe nas divisões de base, participando de todas as competições internacionais. Tem o melhor e mais equilibrado dos campeonatos da região.
O mais importante é que o futebol saudita tem apoio da família real. O príncipe Fahad é o mais interessado dos torcedores. Já foram duas vezes campeões da Ásia, uma vez comigo, em 98. O grande salto começou com a contratação dos brasileiros. O primeiro foi Didi em 76. Depois, vieram Minelli, Zagallo, eu, Zé Mário e outros.
Por isso o estilo é baseado na escola brasileira. Sentem-se à vontade jogando no 4-4-2 com marcação por zona e toque de bola. Os principais jogadores são Al Jaber e Al Temyat, que começou comigo.
Sobre a Irlanda, um depoimento. É um dos times que mais admirei na Copa de 90 por algo importante no futebol: joga contra qualquer um de acordo com seu estilo, que é de velocidade e marcação. O sistema é o 4-4-2, e a estrela é o capitão Roy Keane, exemplo de jogador para eles.
Estudei na Alemanha e pude conhecer a estrutura do futebol deles em todos os níveis. A formação de jogadores e treinadores lá não é comparável com nada no mundo. São sempre favoritos. Depois do fracasso de 98, quando terminou a geração de grandes jogadores, o time teve dificuldade em se renovar.
Joga tipicamente no 3-5-2, com marcação homem a homem. O goleiro Kahn é seu grande nome.
Camarões é o mais ambicioso dos países africanos em termos de projeto. Baseado nos últimos resultados, chegam a sonhar com o que nenhum africano sonhou: a final de Copa. Foi-se o tempo em que o time era descompromissado, alegre e inocente. Jogam no 3-5-2, sem perder a criatividade. Bicampeões africanos, hoje sabem que é importante defender.


Carlos Alberto Parreira, 59, foi o técnico campeão da Copa do Mundo de 1994, nos EUA, e hoje dirige o Corinthians



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