São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2004

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FUTEBOL

Nervoso, Corinthians permite 1ª vitória do rival no Brasileiro e placar mais elástico na história do clássico no torneio

Brigas culminam em goleada histórica

MARCUS VINICIUS MARINHO
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O descontrole emocional dos jogadores corintianos resultou na maior goleada aplicada pelo Palmeiras na história do clássico no Campeonato Brasileiro.
Para conseguir a histórica vitória por 4 a 0, bastou ao Palmeiras aproveitar o nervosismo e os presentes dados pelo rival durante o jogo. A goleada foi construída com um gol contra e outros três feitos em falhas da marcação.
"Não vou ser hipócrita de dizer que foi um jogo comum, não é normal fazer 4 a 0 no Corinthians. A felicidade é muito grande", disse o goleiro Marcos.
Antes, os palmeirenses tinham conseguido, no máximo, bater o Corinthians por 4 a 1. O rival também nunca venceu o clássico no Nacional por uma diferença tão grande como a de ontem.
Nas arquibancadas, após o jejum de mais de um ano sem duelo entre os dois clubes, os palmeirenses comemoraram o fim de um tabu de quatro anos sem vencer o clássico como um título. Os últimos minutos foram acompanhados com um coro de "está chegando a hora", típico de finais.
Num só jogo, o clube do Parque Antarctica fez mais gols do que havia feito nas três apresentações anteriores no Nacional. Após passar em branco nos dois primeiros jogos, o Palmeiras só tinha marcado duas vezes, ambas no empate com o Vitória, na quinta-feira.
Já o Corinthians perdeu pela segunda vez seguida por 4 a 0 -quarta caiu diante do Grêmio.
"Tentamos corrigir algumas falhas, mas elas se repetem", declarou Oswaldo de Oliveira.
O primeiro reflexo do vexame aconteceu na casa do presidente do Corinthians, Alberto Dualib. Depois do jogo, ela foi atingida por ovos atirados por torcedores.
A maior preocupação de Oliveira foi botar panos quentes nas brigas entre os atletas. "Eles já resolveram algumas dessas situações em campo e outras no vestiário. Mas isso deixa seqüelas no desempenho do time", afirmou ele.
Antes mesmo do primeiro gol, Anderson e Renato trocaram empurrões. "Reclamei de uma falha na marcação, mas ele não gostou", explicou Anderson.
Além disso, Renato, Rincón e Fábio Costa se desentenderam com repórteres no Morumbi.
O descontrole corintiano foi aumentando conforme o adversário ampliava a sua vantagem.
Os palmeirenses precisaram de apenas três finalizações no primeiro tempo para abrir 2 a 0.
Também nos 45 minutos iniciais, os corintianos fizeram 11 conclusões e só acertaram duas. A primeira falha do time de Oswaldo de Oliveira aproveitada pelo rival foi de Rincón. Aos 22min, Corrêa cobrou escanteio, e o colombiano fez contra, ao tentar afastar a bola de cabeça.
"O Rincón não teve uma atuação no nível das grandes partidas que já fez", afirmou Oliveira.
Como ocorrera nas derrotas por 3 a 2 para a Ponte Preta e por 4 a 0 para o Grêmio, o Corinthians levou o gol no momento em que mais atacava o rival.
Os corintianos se descontrolaram ao levar o primeiro gol. Em quatro jogos, só na vitória contra o Paysandu (2 a 1) o time não tomou ao menos mais um gol após o goleiro Fábio Costa ser vazado.
Ontem, só cinco minutos após o gol contra de Rincón, o Palmeiras ampliou a vantagem. Em nova falha da defesa, o meia Pedrinho ficou livre para driblar Fábio Costa e marcar o segundo gol.
O desespero corintiano aumentou logo no início da etapa final. Em outra falha de marcação, aos 7min, Muñoz ficou livre e tocou na saída de Fábio Costa: 3 a 0.
Aos 31min, Daniel Martins serviu Muñoz. Ele cruzou para Vágner completar e selar a goleada.
O final foi melancólico para os corintianos, com o adversário trocando passes aos gritos de "olé" dos torcedores palmeirenses.


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