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FUTEBOL
Nervoso, Corinthians permite 1ª vitória do rival no Brasileiro e placar mais elástico na história do clássico no torneio
Brigas culminam em goleada histórica
MARCUS VINICIUS MARINHO
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O descontrole emocional dos jogadores corintianos resultou na
maior goleada aplicada pelo Palmeiras na história do clássico no
Campeonato Brasileiro.
Para conseguir a histórica vitória por 4 a 0, bastou ao Palmeiras
aproveitar o nervosismo e os presentes dados pelo rival durante o
jogo. A goleada foi construída
com um gol contra e outros três
feitos em falhas da marcação.
"Não vou ser hipócrita de dizer
que foi um jogo comum, não é
normal fazer 4 a 0 no Corinthians.
A felicidade é muito grande", disse o goleiro Marcos.
Antes, os palmeirenses tinham
conseguido, no máximo, bater o
Corinthians por 4 a 1. O rival também nunca venceu o clássico no
Nacional por uma diferença tão
grande como a de ontem.
Nas arquibancadas, após o jejum de mais de um ano sem duelo
entre os dois clubes, os palmeirenses comemoraram o fim de
um tabu de quatro anos sem vencer o clássico como um título. Os
últimos minutos foram acompanhados com um coro de "está
chegando a hora", típico de finais.
Num só jogo, o clube do Parque
Antarctica fez mais gols do que
havia feito nas três apresentações
anteriores no Nacional. Após passar em branco nos dois primeiros
jogos, o Palmeiras só tinha marcado duas vezes, ambas no empate com o Vitória, na quinta-feira.
Já o Corinthians perdeu pela segunda vez seguida por 4 a 0
-quarta caiu diante do Grêmio.
"Tentamos corrigir algumas falhas, mas elas se repetem", declarou Oswaldo de Oliveira.
O primeiro reflexo do vexame
aconteceu na casa do presidente
do Corinthians, Alberto Dualib.
Depois do jogo, ela foi atingida
por ovos atirados por torcedores.
A maior preocupação de Oliveira foi botar panos quentes nas brigas entre os atletas. "Eles já resolveram algumas dessas situações
em campo e outras no vestiário.
Mas isso deixa seqüelas no desempenho do time", afirmou ele.
Antes mesmo do primeiro gol,
Anderson e Renato trocaram empurrões. "Reclamei de uma falha
na marcação, mas ele não gostou", explicou Anderson.
Além disso, Renato, Rincón e
Fábio Costa se desentenderam
com repórteres no Morumbi.
O descontrole corintiano foi aumentando conforme o adversário
ampliava a sua vantagem.
Os palmeirenses precisaram de
apenas três finalizações no primeiro tempo para abrir 2 a 0.
Também nos 45 minutos iniciais, os corintianos fizeram 11
conclusões e só acertaram duas. A
primeira falha do time de Oswaldo de Oliveira aproveitada pelo rival foi de Rincón. Aos 22min,
Corrêa cobrou escanteio, e o colombiano fez contra, ao tentar
afastar a bola de cabeça.
"O Rincón não teve uma atuação no nível das grandes partidas
que já fez", afirmou Oliveira.
Como ocorrera nas derrotas por
3 a 2 para a Ponte Preta e por 4 a 0
para o Grêmio, o Corinthians levou o gol no momento em que
mais atacava o rival.
Os corintianos se descontrolaram ao levar o primeiro gol. Em
quatro jogos, só na vitória contra
o Paysandu (2 a 1) o time não tomou ao menos mais um gol após
o goleiro Fábio Costa ser vazado.
Ontem, só cinco minutos após o
gol contra de Rincón, o Palmeiras
ampliou a vantagem. Em nova falha da defesa, o meia Pedrinho ficou livre para driblar Fábio Costa
e marcar o segundo gol.
O desespero corintiano aumentou logo no início da etapa final.
Em outra falha de marcação, aos
7min, Muñoz ficou livre e tocou
na saída de Fábio Costa: 3 a 0.
Aos 31min, Daniel Martins serviu Muñoz. Ele cruzou para Vágner completar e selar a goleada.
O final foi melancólico para os
corintianos, com o adversário trocando passes aos gritos de "olé"
dos torcedores palmeirenses.
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