São Paulo, sábado, 03 de maio de 2008

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Palmeiras faz "blitz" para blindar seu estádio

Diretoria usa decisão do Paulista para limpar imagem do Parque Antarctica

Além da preocupação com a decisão do campeonato, clube trabalha para evitar que incidentes interfiram no lobby para a Copa de 2014

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O goleiro Marcos descansa em treino do Palmeiras para a decisão de amanhã

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras teve quase duas semanas para arrumar o Parque Antarctica após uma série de problemas que começaram na semifinal do Paulista. Amanhã, no jogo que fecha o campeonato, o clube tenta ficar com a taça e, de quebra, reverter a imagem negativa deixada em relação ao seu estádio.
Alguns entraves continuam sem solução. O gramado por onde palmeirenses e ponte-pretanos disputarão o título permanece cheio de falhas.
O foco principal da diretoria, entretanto, está em evitar episódios como o do gás tóxico lançado no vestiário do São Paulo no clássico do último dia 20 e o das críticas feitas por dirigentes do Sport a respeito do forte cheiro de urina no camarote reservado ao clube.
"Tudo o que for considerado desagradável estamos trabalhando para que não aconteça mais", disse o diretor de futebol palmeirense Genaro Marino.
O dirigente revelou que uma espécie de força-tarefa foi arquitetada no clube com o intuito de organizar a casa antes da decisão do Estadual.
O cheiro de urina no camarote do time visitante, por exemplo, foi identificado pelo setor administrativo. Um problema hidráulico na descarga do banheiro provocava o odor.
No mesmo jogo do incidente com o gás, o Parque Antarctica sofreu alguns apagões antes, durante e depois do confronto. A partida ficou paralisada por 16 minutos até que os refletores voltassem a funcionar. O clube contatou a Eletropaulo para tratar do assunto.
"Haverá mais gente na segurança, na limpeza. Foi tomado cuidado também na parte elétrica. Uma decisão no nosso estádio requer atenção redobrada em razão de tudo o que já aconteceu", afirmou Marino.
O caso mais polêmico, porém, é o que requer maior preocupação da cúpula do clube. Para que outro episódio como o do gás não volte a se repetir, o Palmeiras pretende aumentar o efetivo de seguranças nos locais próximos aos vestiários.
"Nós normalmente não colocamos pessoas na porta do vestiário visitante para respeitar a privacidade. Mas será preciso ficar mais atento, principalmente nos arredores."
O palco da final será aberto à torcida a partir das 13h, três horas antes da partida, para diminuir o tumulto na entrada. Haverá um posto do Jecrim (Juizado Especial Criminal) instalado no estádio para tratar de ocorrências envolvendo torcedores, dentro ou fora do dele.
O clube contará com a ajuda de 2.000 homens da Polícia Militar na segurança do jogo.
O trânsito será alterado. A rua Padre Tomás -por onde a torcida da Ponte Preta chegará ao Parque Antarctica- será interditada. Os palmeirenses utilizarão a rua Turiassu e a avenida Francisco Matarazzo.
"Temos que impedir qualquer risco de incidente num jogo como esse", afirmou o diretor de planejamento do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo.
A preocupação palmeirense tem também caráter político.
O clube, que já declarou a intenção de sediar partidas da Copa de 2014 em sua nova arena -que terá a pedra fundamental lançada até o dia 30 de julho, segundo Belluzzo-, não quer que episódios negativos em seu estádio interfiram na escolha dos palcos do Mundial.
O clube alviverde ainda será julgado no próximo dia 12 pelo caso do gás no Tribunal de Justiça Desportiva e poderá ter sua casa interditada.


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