São Paulo, quinta-feira, 03 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sigilos telefônico e bancário de Adriano podem ser quebrados

Atacante é investigado por ligação com o Comando Vermelho

DIANA BRITO
FÁBIO GRELLET
DO RIO

O Ministério Público pediu ontem à Justiça a quebra do sigilo telefônico e bancário do jogador Adriano -a Polícia Civil também havia feito o mesmo pedido anteontem.
Ele é investigado por envolvimento com o traficante Fabiano Atanásio da Silva, o FB, líder do Comando Vermelho e apontado como autor da ordem de ataque ao helicóptero da Polícia Militar derrubado em outubro de 2009 na zona norte do Rio.
Uma escuta telefônica legal realizada pela polícia em dezembro passado indica que Adriano sacou R$ 60 mil de sua conta e entregou o dinheiro ao traficante.
Segundo o promotor Alexandre Themístocles, que ouviu o atleta ontem, Adriano disse conhecer FB, mas negou ter lhe dado dinheiro.
"Adriano afirmou que traficantes, inclusive o próprio FB, já lhe pediram dinheiro, mas que ele nunca atendeu", contou o promotor.
"Ele disse que há mais de sete anos, antes do Natal, distribui brinquedos e cestas básicas na favela, mas nunca entregou dinheiro aos traficantes", disse Themístocles.
O promotor não informou em quais meses pretende saber a movimentação bancária e telefônica de Adriano.
Ele foi evasivo ao falar da hipótese de denunciar o jogador por envolvimento com o tráfico. "Isso só pode ser cogitado ao final do inquérito."
Essa investigação está a cargo da 38ª DP (Brás de Pina), que havia convidado Adriano a prestar esclarecimentos na segunda-feira. O atleta não compareceu.
Segundo a polícia, ele receberá novo convite para depor e, caso falte novamente, pode ser conduzido coercivamente. Mas Adriano não será impedido de viajar. No domingo, terá de ir para a Itália, onde defenderá a Roma.
O advogado do artilheiro, Ary Bergher, disse que não há "o menor problema" em depor à polícia. Dois seguranças também acompanharam Adriano no Ministério Público. O depoimento durou quase duas horas.
Segundo o promotor, Adriano confirmou ter sido fotografado fazendo com as mãos as iniciais CV, de Comando Vermelho, mas disse que "era brincadeira" e que conhece um dos líderes do grupo desde criança.


Texto Anterior: Juca Kfouri: A escolha de Zico
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.