São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2011

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Santos bate cabeça pela arena da final

LIBERTADORES
Dinheiro, política, rival e clima interferem na escolha


LEONARDO LOURENÇO
ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Os jogadores querem o Pacaembu. O presidente prefere o Morumbi. Um estádio oferece vantagens financeiras. O outro, em teoria, cria uma atmosfera favorável. E ainda há pressões políticas favoráveis aos dois palcos.
O Santos ainda não anunciou onde mandará a segunda partida da final da Libertadores, no dia 22 de junho. E quebra a cabeça para escolher o local onde pode faturar sua terceira taça continental.
"Estamos decidindo isso nas próximas 24, talvez 48 horas. Existem argumentos pró e contra para os dois", afirmou o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.
Pesa a favor do Morumbi, opção que mais agrada ao mandatário, a possibilidade de atrair um público maior e, consequentemente, faturar mais com bilheteria na final.
O São Paulo, dono do estádio que comporta 68 mil pessoas, estima que a decisão certamente renderá uma arrecadação superior a R$ 3,5 milhões -o aluguel da área custa 15% da renda bruta.
No Pacaembu, arena municipal que também cobra 15% da bilheteria, mas com teto de R$ 65.950, o Santos conseguirá colocar pouco mais da metade do público.
O estádio tem capacidade aprovada para 40.199 pessoas (a Conmebol exige 40 mil para a decisão), mas a polícia não costuma liberar a venda de mais do que 37 mil entradas -o primeiro jogo da final do Paulista deste ano teve renda de R$ 1.412.840.
"Certamente o preço dos ingressos vai subir para o maior espetáculo do semestre. Mas, se jogarmos no Pacaembu, é provável que suba mais para compensarmos", adiantou Luis Alvaro.
Alheio a questões financeiras, o elenco santista prefere atuar no estádio municipal pela maior proximidade com a torcida, o "efeito caldeirão", típico da Libertadores, e também por já estar acostumado a ele -jogou lá sete vezes neste ano.
Segundo o presidente, o Santos irá analisar o perfil do adversário antes de definir a arena da final. "Talvez seja melhor enfrentar o Peñarol [um time mais aguerrido] no Morumbi [um campo maior], e o Vélez [equipe de alta qualidade técnica] no Pacaembu [que é mais acanhado]."
A duas equipes se enfrentariam ontem, após o fechamento desta edição, pela vaga na final. O Peñarol venceu a ida, no Uruguai, por 1 a 0.
Mas, no fim, os interesses políticos podem prevalecer. A Folha apurou que o presidente da FPF, Marco Polo del Nero, pressiona para que o Santos não jogue na arena do São Paulo, com quem possui uma relação conturbada.
Tanto a federação paulista quanto o time finalista negaram a acusação. E Luis Alvaro revelou que o estádio particular também tem lobby favorável. "A Conmebol prefere que o jogo seja lá."


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