|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Políticos tentam se promover e são vaiados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Políticos que compareceram ao
Palácio do Planalto para receber a
seleção brasileira, ontem, em Brasília, tentaram tirar proveito da
boa fase do time para se promover. Tudo o que conseguiram foi
passar pelo constrangimento de
serem vaiados por funcionários
da Presidência e por seus familiares, que ficaram irritados com o
fato de as autoridades impedirem
que eles vissem a seleção.
Os que tentaram aparecer em
fotos com os jogadores e conseguir autógrafos foram frustrados
pelo tumulto na cerimônia e pela
invasão da área reservada por torcedores. Por quatro vezes, o público gritou: "Sai da frente". Algumas bolinhas de papel foram atiradas na direção dos políticos,
que ignoraram as vaias.
Já na chegada da seleção, na Base Aérea de Brasília, começou o
assédio político, com o ministro
Paulo Renato Souza (Educação)
recepcionando o time. Coube a
ele fazer a ligação futebol-política-economia. "Todo feito positivo
tem efeito dinamizador na economia. Além desse efeito, cria-se um
clima positivo", disse.
Na cerimônia, políticos de Brasília aproveitaram para iniciar a
campanha, tirando fotos e cumprimentando os presentes. Na
parte de fora, um boneco gigante
com a figura de um candidato disputava espaço com os torcedores.
Na tentativa de pegar carona na
popularidade da seleção, o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), colocou faixas com a frase: "Brasília tem cinco Rs: Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos e
Roriz". O governador é candidato
à reeleição.
Um trio elétrico estampava a
frase: "Agora só falta uma estrela.
Lula lá no Planalto".
Antes da cerimônia, um grupo
de deputados, liderados por Darcísio Perondi (PMDB-RS), foi
barrado pela segurança ao tentar
entrar na área destinada às autoridades, já lotada. O deputado disse
ao segurança que o grupo não poderia ficar na área comum pois
"tinha muita gente" e eles "eram
parlamentares".
Depois de ameaçar a segurança
dizendo que era do grupo do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) e que a situação causaria problemas, os deputados conseguiram entrar no palácio.
Muitos políticos levaram os filhos e os netos para verem a seleção, entre eles, os ministros Pedro
Parente (Casa Civil), Guilherme
Dias (Planejamento), Sérgio
Amaral (Desenvolvimento), Geraldo Quintão (Defesa) e o vice-líder do governo no Senado, Romero Jucá (PSDB-RR).
As autoridades não conseguiram se conter e se comportaram
como torcedores. O novo ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal), Gilmar Mendes, e o ministro Celso Lafer (Relações Exteriores), por exemplo, levaram camisas da seleção para serem autografadas pelos jogadores, mas não
conseguiram.
Texto Anterior: Penta: Chegada da seleção leva 25% da população do DF às ruas Próximo Texto: Perfil: Organizadora de eventos de Serra coordena chegada Índice
|