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SANTOS 1 X 3 BOCA JUNIORS
FALTOU PELÉ
Antônio Gaudério/Folha Imagem
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Apesar da derrota para o Boca Juniors por 3 a 1 na final da Libertadores, jogadores santistas se congratulam após rezar no centro do gramado do Morumbi sob os aplausos da torcida |
Diante de quase 75 mil torcedores, Meninos da Vila não conseguem repetir time dos sonhos de 1963, perdem a cabeça e desperdiçam a chance do tricampeonato
Diante de 5.000 boquenses no Morumbi, time argentino conquista quinto título continental, vinga passeio de 1963 e consagra Bianchi como 'Mr. Libertadores'
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ALEC DUARTE
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Santos de Diego e Robinho
não chegou ainda aonde chegou,
há 40 anos, o Santos de Pelé.
E vai demorar pelo menos mais
um ano para que isso aconteça.
Bicampeão da Libertadores e do
Mundial interclubes (1962 e 1963),
considerado o melhor time do século 20 na América pela Fifa, o time do "Rei" ainda é a imagem solitária do Santos no exterior.
O Boca Juniors conseguiu se
vingar das duas derrotas na final
da Libertadores de 1963 e ontem
venceu pela segunda vez os novos
Meninos da Vila na decisão do
principal torneio do continente.
O clube argentino, com uma vitória por 3 a 1, comemorou seu
quinto título do torneio -apenas
perde em conquistas para o conterrâneo Independiente. O tão sonhado tricampeonato santista foi
adiado. Nenhum clube brasileiro,
aliás, conseguiu até hoje três títulos da Libertadores (nem três taças do Mundial interclubes). Ou
seja, a marca de Pelé continua.
O Santos, que ficou invicto até
encontrar o Boca Juniors no torneio (teve uma série de 12 jogos
sem derrota), precisava vencer
por pelo menos três gols de vantagem no tempo normal para ser
campeão. Mas levou um gol, que
lembrou as tabelas de Pelé e Coutinho, ainda na primeira etapa.
No segundo tempo, o time brasileiro até chegou a empatar, porém no desespero foi vazado mais
duas vezes nos minutos finais.
Estatisticamente, a missão era
muito difícil. Só sete vezes na era
moderna da Libertadores, com
quatro fases de mata-mata, a
equipe que perdeu o jogo de ida
por dois gols de diferença (o Santos caiu em Buenos Aires por 2 a
0) conseguiu a virada na volta.
Mas os santistas acreditavam tanto que acabaram com os mais de
70 mil ingressos já no domingo.
O Morumbi recebeu a quarta
partida do Santos em Libertadores. Em todas a equipe da Vila Belmiro foi derrotada -o "alçapão"
santista, tão útil na campanha
deste ano, ficou fora da final por
não comportar 40 mil pessoas.
Em contrapartida, o técnico
Carlos Bianchi, do Boca Juniors,
conseguiu o seu terceiro título da
Libertadores no Morumbi. Com
ele no comando, o mais popular
clube argentino venceu três das
quatro últimas edições do torneio
-pela primeira vez um time de
Bianchi foi campeão sem precisar
de uma disputa de pênaltis.
Foi o 20º título de um time argentino na competição. Os brasileiros, que juntos ganharam 11
troféus da Libertadores, perderam ontem pela sétima vez uma
final do torneio diante dos rivais.
Foi o primeiro grande fracasso
dos Meninos da Vila versão século 21 (o Paulista era pouco). Após
uma campanha memorável no
Brasileiro, que acabou com um jejum de 18 anos sem títulos de expressão do Santos e empolgou os
torcedores do país, e uma campanha destacada em vários países,
como Colômbia, México e Uruguai, o sonho de colocar a camisa
branca de novo no topo do futebol mundial ruiu quando o último degrau estava bem perto.
O plano era repetir exatamente
o que o famoso time de 1963 fez
(superou o Boca Juniors para ganhar a América e bateu o Milan
para conquistar o mundo). Mas
faltou um grande detalhe: Pelé.
A Libertadores, competição que
tradicionalmente exige experiência e malícia, deu um grande castigo nos meninos. Mas, bem colocados no Brasileiro -estão na
terceira posição com um jogo a
menos que os adversários- e
mais maduros, podem usar a lição de ontem para passarem no
grande teste no próximo ano.
Uma mostra disso foi dada ao final da partida. Unidos no meio-campo, mesmo derrotados, os jogadores fizeram questão de mostrar que estavam de cabeça erguida. Saíram saudados pela torcida.
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