|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CBF quer Scolari e arma plano B
Para ter respaldo da opinião pública, confederação tentará o técnico gaúcho, mas já espera um não
Após confirmar recusa de
sua primeira opção, Ricardo
Teixeira fará um convite
para que Luxemburgo dirija
a seleção pela segunda vez
DOS ENVIADOS A FRANKFURT
Uma vez mais, a primeira opção da CBF para recuperar a seleção de um fiasco é Luiz Felipe
Scolari. Com a saída iminente
de Carlos Alberto Parreira, o
técnico pentacampeão em
2002, que lidera Portugal na semifinal da Copa, não deve, porém, voltar agora ao cargo. O
mais provável é que vingue o
plano B da confederação, Vanderlei Luxemburgo.
O problema com Scolari é
que, diferentemente de 2001,
desta vez possivelmente vontade e dinheiro não serão suficientes para convencer o treinador gaúcho. O desejo da CBF,
hoje, não passa de um sonho.
O sucesso de Scolari com a
seleção portuguesa -que só
atingira a semifinal uma vez,
em 1966- alçou à estratosfera
o já crescente prestígio do técnico brasileiro no cenário mundial. Não é exagero dizer que
ele, que em maio esnobou convite da seleção inglesa, é hoje
um dos três técnicos mais cobiçados do planeta, se não o mais.
A campanha na Copa da Alemanha suscitou rumores de
que ele poderá assumir a seleção da Itália ou o Real Madrid.
A avaliação da cúpula da CBF
é que Scolari está hoje num patamar que parece inatingível,
seja pela valorização financeira
ou, principalmente, pelos projetos pessoais do técnico.
Ele já manifestou mais de
uma vez que pretende prolongar sua permanência na Europa, seja num clube grande ou
numa seleção tradicional.
Ainda assim, a CBF pretende
tentar sondá-lo sobre a possibilidade do retorno. Mas o fará já
com o seu plano B na manga.
Luxemburgo é tido no comando da entidade como ótima opção. O presidente da entidade,
Ricardo Teixeira, e o secretário-geral Marco Antônio Teixeira são amigos do técnico do
Santos e têm admiração quase
reverencial por seu trabalho.
Mas os cartolas reconhecem
que Scolari seria uma opção
mais adequada, porque muito
mais popular e menos turbulenta. O gaúcho deixou o cargo
por cima, respaldado pela torcida e pela mídia, e sua reputação
só melhorou desde então.
Luxemburgo, que também já
treinou o time, entre 99 e 2000,
saiu na sarjeta, investigado por
CPIs no Congresso, tendo de se
explicar sobre falsificação de
documentos e sendo incapaz de
evitar a eliminação por Camarões na Olimpíada de Sydney.
É, além do mais, um profissional sem jogo de cintura para
lidar com críticas e questionado por sua relação estreita com
empresários de futebol.
Assim, a estratégia da CBF é:
sondar Scolari; caso confirme
que ele não aceita (o que é quase certo), fará chegar ao público
que tentou o melhor e que, sem
saída, foi obrigada a optar por
Luxemburgo. Para a entidade,
não há hoje uma terceira opção.
A contratação de Scolari em
2001 para suceder Leão, num
momento de crise (a seleção ia
mal nas eliminatórias e perdera
da Austrália na Copa das Confederações), foi definida pela
CBF com base em pesquisas de
opinião que mostraram que o
então técnico do Cruzeiro era o
preferido da torcida brasileira.0
(FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
Texto Anterior: Tostão: Não somos idiotas Próximo Texto: Ataque: Após eliminação, estátua de Ronaldinho é depredada em SC Índice
|