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Especialistas dizem que preparação foi falha
Falta de esquema tático, preparação física precária e oba-oba atrapalharam o rendimento da seleção brasileira na Alemanha
MÁRCIO PINHO
MARIO HUGO MONKEN
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Faltou futebol e também
tempo para a preparação. Não
havia esquema tático definido.
O favoritismo atrapalhou a seleção e jogadores considerados
estrelas não corresponderam.
Essas são as principais razões
apontadas para o fracasso do
Brasil na Copa por técnicos e
ex-atletas ouvidos pela Folha.
"Faltou treinar para formar
um time. Não havia entrosamento", afirmou o ex-atacante
Reinaldo, que defendeu o Brasil na Copa de 1978.
Segundo Toninho Cerezo,
meia da seleção de 1982, houve
uma preocupação muito grande em conseguir resultados em
vez de apresentar um bom futebol. "Não importava jogar
bem, um equívoco devido à
qualidade de nossos jogadores", declarou
Para Cerezo, houve falhas táticas. "O Brasil mesmo com
dois volantes de marcação deu
liberdade ao Zidane, que jogou
para todo mundo", reclamou.
O técnico Nelsinho Baptista
tem visão semelhante à de Cerezo. Para ele, o talento individual não funcionou nesta Copa
do Mundo e citou Ronaldinho
como exemplo.
"Ele era o grande foco, porque fez uma excelente temporada no Barcelona e foi eleito
duas vezes o melhor do mundo.
Esperava uma atitude mais forte", declarou Nelsinho.
De acordo com o técnico do
Vasco, Renato Gaúcho, houve
muito oba-oba. "Faltou concentração. Acharam que as coisas iam acontecer na hora em
que eles quisessem. Não estavam focados. Não se ganha
competição assim", disse ele,
que pediu uma renovação.
Quem também acha que a renovação é fundamental é o técnico do Fluminense, Oswaldo
de Oliveira. Para ele, os mais
velhos, como Cafu e Roberto
Carlos, não deve mais atuar pelo time nacional. "Repetimos o
fiasco de 98", afirmou.
Oliveira criticou a apatia do
grupo. "Acabou me impressionando o comportamento de todos durante a partida com a
França. Parecia que o jogo estava perdido", reclamou.
Para o capitão da seleção no
tricampeonato mundial no
México em 1970, Carlos Alberto Torres, o Brasil não se preparou para ganhar o título. "O
time não foi bem em nenhum
momento", falou.
Seu companheiro em 1970,
Roberto Rivellino também
acredita que faltou preparação.
"O tempo para a preparação foi
curto, e os jogadores não chegaram bem fisicamente", disse.
Rivellino criticou o técnico
Carlos Alberto Parreira. "Ele [o
Parreira] testou poucas opções.
No jogo contra o Japão, o time
atuou bem e não foi repetido na
partida seguinte", disse.
Para Estevam Soares, técnico do Coritiba, Parreira também falhou. "O Parreira não
conseguiu colocar a melhor
formação em campo. A convocação foi boa, mas algumas peças foram mal escaladas."
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