São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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Sem ingresso, torcedores subornam fiscais

DA SUCURSAL DO RIO

Para fugir da fila da bilheteria e dos preços extorsivos dos cambistas, torcedores tricolores subornaram fiscais nas roletas do Maracanã para assistir à final da Taça Libertadores da América. Do outro lado do estádio, torcedores com ingressos encontraram dificuldades para chegar às cadeiras azuis.
Um estudante que pediu anonimato entrou junto com outros nove amigos pagando R$ 20 cada um ao fiscal da roleta. Ele disse ter usado o mesmo método na semifinal entre Fluminense e Boca Juniors.
"Hoje [ontem] estava mais difícil. Ficamos uma hora negociando e esperando uma chance, mas conseguimos. Ele destravou a roleta, e nós passamos". Eles entraram na terceira roleta da direita na entrada do lado da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
A Folha ficou por meia hora em frente às roletas acompanhando a entrada do público no estádio. Viu dois torcedores já dentro do estádio passando ingressos para amigos por meio de uma grade. "Conseguimos passar pela catraca destravada", disse um deles ao amigo. E se afastou da grade ao ser chamado pela reportagem.
Alguns funcionários estão autorizados a destravar as roletas do estádio. Um torcedor inseriu seu bilhete e teve o ingresso marcado -o que indica a autenticidade do ingresso-, mas a roleta não destravou imediatamente. Bastou um funcionário abrir a máquina e apertar um botão para liberar a entrada do tricolor.
Ao mesmo tempo, torcedores encontraram dificuldades para entrar no setor das cadeiras azuis -a antiga geral do Maracanã. Os portões foram fechados por cerca de 20 minutos, pouco antes do início do jogo. "Tenho cadeira cativa e fui impedido de entrar. Fecharam e proibiram todos de entrar. É um descontrole total da Suderj. Se não consegue se organizar para uma final da Libertadores, imagina para uma da Copa do Mundo", reclamou o contador Joaquim Figueiredo, 51.
Outros torcedores não puderam assistir ao jogo por terem comprado ingressos falsos. De acordo com a polícia, um grupo de cerca de 30 paranaenses ficou fora do estádio. No Jecrim (Juizado Especial Criminal) do Maracanã, dezenas de pessoas aguardavam para registrar ocorrências de roubos e furtos.


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