São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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Renato vive 2º inferno no clube que o "lançou"

Tarefa agora é de livrar Flu do rebaixamento, mesmo cenário frustrado de 1996

Técnico de 45 anos mostra mais maturidade em finais e acalma equipe sob pressão, porém perde novo capítulo vitorioso como tricolor

Marcelo Sayão/Efe
Renato Gaúcho, que perdeu a chance de ser o 1º do país a vencer a Libertadores como atleta e técnico e que é lanterna no Nacional

DA REPORTAGEM LOCAL

Vencedor da Libertadores de 1983 com o Grêmio, quando era ponta-direita, Renato quase se tornou o primeiro brasileiro campeão da Libertadores como jogador e como técnico.
Infelizmente ontem, no Maracanã, voltou ao ponto zero de sua carreira na prancheta, definido tragicamente também no comando do Fluminense.
Em 1996, sem condições de entrar em campo, foi o jogador que assumiu o comando da equipe para tentar salvá-la do descenso. À época já era bravateiro: disse que, se o Fluminense caísse, ia andar pelado em Ipanema. Caiu, não cumpriu, mas uma manobra nos bastidores recolocou o time na elite.
Uns o acham arrogante; outros, um incansável e rigoroso motivador. A verdade é que o técnico do Fluminense demonstrou na final da Libertadores que atingiu um enorme amadurecimento emocional.
Na final da Copa do Brasil, em que seu Vasco caiu ante o Flamengo, ficou marcado pelo destempero com que mandou para o vestiário o expulso Valdir Papel, aos empurrões. Parecia querer voltar a calçar chuteiras e mostrar como se vence.
Ontem, teve paciência. Na prorrogação, pediu calma e toque de bola ao seu time. Vibrava à margem, não "queimou" os jogadores nem perdeu a voz, como era comum antes. Nos pênaltis, foi sereno.
Se tivesse vencido, Renato aumentaria sua identificação com o Fluminense, clube do qual foi o último herói antes da era Unimed -que injetou grandes somas de dinheiro no clube e o reforçou com estrelas. Em 1995, quando fez o gol de barriga da virada histórica no Estadual de 1995, sobre o Flamengo, era "Ame o Rio" o que se estampava na camisa tricolor.
Foi no Fluminense que conquistou seu primeiro título como técnico, a Copa do Brasil com que pôs as Laranjeiras de novo no mapa da Libertadores.
Agora, Renato terá de renovar um time abatido. Com três pontos, o Fluminense enfrenta o Goiás fora do Rio, como lanterna e com o amargo gosto de ter estado a duas partidas de conquistar o mundo.


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