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Guarani vive paradoxo entre campo e credores
Falta de planejamento econômico, que condena o estádio Brinco de Ouro, contrasta com bom momento no gramado
Clube campineiro, com suas receitas penhoradas pela Justiça, quebra recorde de aproveitamento de pontos do Corinthians-08 na Série B
GUSTAVO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL
Líder isolado e único invicto
da Série B, o Guarani está conseguindo mudar a história de
um ano que parecia perdido.
Após ser rebaixado no Paulista, já alcançou o melhor início do clube em uma competição nacional. Em oito rodadas,
são sete vitórias e um empate,
com 91,6% de aproveitamento,
contra 90,5% do Corinthians
na mesma fase de 2008.
Fora de campo, porém, o
Guarani, que hoje visita o goiano Vila Nova, tenta sair da
maior crise financeira dos seus
98 anos. Depois de um Estadual
desastroso, a mudança começou com a chegada de Osvaldo
Alvarez, o Vadão, ex-treinador
de grandes clubes brasileiros,
contratado para a Segundona.
"Conversamos com o Vadão,
ele indicou alguns jogadores e
nós trouxemos outros que ele
aprovou e que foram bem em
clubes pequenos no Paulista.
No total, 90% dos pretendidos
foram contratados", conta o vice-presidente do clube, José
Vitorino. Dos 30 jogadores que
caíram com o clube, apenas
cinco permanecem agora.
"Tivemos pouco mais de uma
semana para treinar antes do
Nacional. Estamos surpreendendo mesmo", diz Vadão.
As contratações só foram
possíveis porque a diretoria
conseguiu fugir da fama de mau
pagador que o clube de Campinas passou a carregar.
"Ninguém queria jogar aqui.
Os salários estavam sempre
atrasados. Desde que assumimos, há dois anos, temos tentado mudar isso", relata Vitorino.
Em situação de penúria financeira, não tem sido fácil, entretanto, manter a folha salarial
em dia. Sem opções, a diretoria
recorre a alguns torcedores,
que têm emprestado dinheiro
ao clube a juros baixos.
Ainda sem patrocínio de camisa (que está sendo negociado), as cotas de TV e do Clube
dos 13, além de grande parte
das rendas, estão penhoradas.
Pelo último balanço divulgado, a dívida bateu nos R$ 106
milhões. A situação é tão grave
que não pode mais ser resolvida
só com bons resultados, jogos
lotados e patrocínios. O repasse
do estádio Brinco de Ouro,
construído em 1953 em região
nobre da cidade, é a salvação.
"Temos alguns investidores
interessados. Não seria uma
venda, mas um negócio casado.
O projeto da diretoria envolve o
estádio e a área social do clube",
explica Vitorino.
A transação serviria também
para modernizar as instalações,
já em condições precárias. O investidor vai construir, em outra
área de Campinas, a mesma estrutura de que o Guarani dispõe. Tudo o que existe na área
do Brinco de Ouro será demolido para a construção de um
empreendimento imobiliário.
NA TV - Vila Nova x Guarani
Sportv (para SP), ao vivo, às 21h
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