São Paulo, sexta-feira, 03 de julho de 2009

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Guarani vive paradoxo entre campo e credores

Falta de planejamento econômico, que condena o estádio Brinco de Ouro, contrasta com bom momento no gramado

Clube campineiro, com suas receitas penhoradas pela Justiça, quebra recorde de aproveitamento de pontos do Corinthians-08 na Série B

GUSTAVO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Líder isolado e único invicto da Série B, o Guarani está conseguindo mudar a história de um ano que parecia perdido.
Após ser rebaixado no Paulista, já alcançou o melhor início do clube em uma competição nacional. Em oito rodadas, são sete vitórias e um empate, com 91,6% de aproveitamento, contra 90,5% do Corinthians na mesma fase de 2008.
Fora de campo, porém, o Guarani, que hoje visita o goiano Vila Nova, tenta sair da maior crise financeira dos seus 98 anos. Depois de um Estadual desastroso, a mudança começou com a chegada de Osvaldo Alvarez, o Vadão, ex-treinador de grandes clubes brasileiros, contratado para a Segundona.
"Conversamos com o Vadão, ele indicou alguns jogadores e nós trouxemos outros que ele aprovou e que foram bem em clubes pequenos no Paulista. No total, 90% dos pretendidos foram contratados", conta o vice-presidente do clube, José Vitorino. Dos 30 jogadores que caíram com o clube, apenas cinco permanecem agora.
"Tivemos pouco mais de uma semana para treinar antes do Nacional. Estamos surpreendendo mesmo", diz Vadão.
As contratações só foram possíveis porque a diretoria conseguiu fugir da fama de mau pagador que o clube de Campinas passou a carregar.
"Ninguém queria jogar aqui. Os salários estavam sempre atrasados. Desde que assumimos, há dois anos, temos tentado mudar isso", relata Vitorino.
Em situação de penúria financeira, não tem sido fácil, entretanto, manter a folha salarial em dia. Sem opções, a diretoria recorre a alguns torcedores, que têm emprestado dinheiro ao clube a juros baixos.
Ainda sem patrocínio de camisa (que está sendo negociado), as cotas de TV e do Clube dos 13, além de grande parte das rendas, estão penhoradas.
Pelo último balanço divulgado, a dívida bateu nos R$ 106 milhões. A situação é tão grave que não pode mais ser resolvida só com bons resultados, jogos lotados e patrocínios. O repasse do estádio Brinco de Ouro, construído em 1953 em região nobre da cidade, é a salvação.
"Temos alguns investidores interessados. Não seria uma venda, mas um negócio casado. O projeto da diretoria envolve o estádio e a área social do clube", explica Vitorino.
A transação serviria também para modernizar as instalações, já em condições precárias. O investidor vai construir, em outra área de Campinas, a mesma estrutura de que o Guarani dispõe. Tudo o que existe na área do Brinco de Ouro será demolido para a construção de um empreendimento imobiliário.


NA TV - Vila Nova x Guarani
Sportv (para SP), ao vivo, às 21h




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