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Fiz tudo o que podia, diz Kaká
Maior decepção do país, jogador afirma que Copa foi "muito delicada" para ele devido a lesões
DOS ENVIADOS A PORT ELIZABETH
A maior esperança do Brasil deixa a África do Sul como
a maior decepção. Kaká encerra sua terceira Copa do
Mundo com mais cartões vermelhos do que gols (1 a 0).
Somados os Mundiais de
2002, 2006 e 2010, o meia-
-atacante anotou apenas um
gol. "Estou muito triste, é
muita tristeza", declarou,
com os olhos ainda vermelhos. "Eu sei que no Brasil
tem muita gente triste, mas
ninguém está tão triste quanto esses jogadores."
A atuação contra a Holanda coroou um Mundial ruim
do atleta do Real Madrid.
Como toda a seleção brasileira, jogou bem o primeiro
tempo e foi anulado pelos holandeses na segunda etapa.
Correu muito (9,6 km, sendo o quarto brasileiro que
mais se deslocou), mas finalizou apenas três vezes.
Kaká se apresentou machucado à seleção. Arrastava
havia meses uma lesão no
púbis e tinha uma contusão
muscular na coxa esquerda.
"A Copa foi muito delicada
para mim", desabafou. "Fiz
tudo o que podia, lutei a cada
dia, fiz tratamento em três
períodos, tudo para ter condições físicas e jogar."
E então mostrou o tamanho do peso da eliminação.
"Dói muito, porque perdemos por detalhes, por duas
bolas paradas", disse. "A expectativa em cima de mim e
da seleção brasileira só seria
possível [de ser cumprida]
com o título da Copa."
O próprio jogador e seu estafe sempre avisaram que o
auge da forma física só viria
na fase de mata-matas.
Essa foi a única parte das
expectativas criadas em torno de Kaká que se cumpriu. O
jogo contra a Holanda foi o
primeiro em que o meia-atacante não foi substituído.
Em grande parte porque
não tinha um substituto à altura. Dunga não cogitou chamar Júlio Baptista, o único da
mesma posição sentado no
banco de reservas ontem.
Questionado sobre o seu
futuro na seleção, Kaká deu a
entender que pode não voltar
a vestir a camisa do Brasil.
"Não sei. Tenho de repensar
e esperar", disse ele.
Com Kaká, fracassou também todo o meio-campo de
Dunga. Contra Portugal, com
o camisa 10 suspenso, Júlio
Baptista foi nulo. Sem Elano,
machucado, o setor inexistiu
no segundo tempo de ontem.
Daniel Alves, o substituto,
nunca justificou a posição de
reserva mais badalado do
torneio, pronto para executar
várias funções.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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