São Paulo, sábado, 03 de julho de 2010

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Fiz tudo o que podia, diz Kaká

Maior decepção do país, jogador afirma que Copa foi "muito delicada" para ele devido a lesões

DOS ENVIADOS A PORT ELIZABETH

A maior esperança do Brasil deixa a África do Sul como a maior decepção. Kaká encerra sua terceira Copa do Mundo com mais cartões vermelhos do que gols (1 a 0).
Somados os Mundiais de 2002, 2006 e 2010, o meia- -atacante anotou apenas um gol. "Estou muito triste, é muita tristeza", declarou, com os olhos ainda vermelhos. "Eu sei que no Brasil tem muita gente triste, mas ninguém está tão triste quanto esses jogadores."
A atuação contra a Holanda coroou um Mundial ruim do atleta do Real Madrid.
Como toda a seleção brasileira, jogou bem o primeiro tempo e foi anulado pelos holandeses na segunda etapa.
Correu muito (9,6 km, sendo o quarto brasileiro que mais se deslocou), mas finalizou apenas três vezes.
Kaká se apresentou machucado à seleção. Arrastava havia meses uma lesão no púbis e tinha uma contusão muscular na coxa esquerda.
"A Copa foi muito delicada para mim", desabafou. "Fiz tudo o que podia, lutei a cada dia, fiz tratamento em três períodos, tudo para ter condições físicas e jogar."
E então mostrou o tamanho do peso da eliminação. "Dói muito, porque perdemos por detalhes, por duas bolas paradas", disse. "A expectativa em cima de mim e da seleção brasileira só seria possível [de ser cumprida] com o título da Copa."
O próprio jogador e seu estafe sempre avisaram que o auge da forma física só viria na fase de mata-matas.
Essa foi a única parte das expectativas criadas em torno de Kaká que se cumpriu. O jogo contra a Holanda foi o primeiro em que o meia-atacante não foi substituído.
Em grande parte porque não tinha um substituto à altura. Dunga não cogitou chamar Júlio Baptista, o único da mesma posição sentado no banco de reservas ontem.
Questionado sobre o seu futuro na seleção, Kaká deu a entender que pode não voltar a vestir a camisa do Brasil. "Não sei. Tenho de repensar e esperar", disse ele.
Com Kaká, fracassou também todo o meio-campo de Dunga. Contra Portugal, com o camisa 10 suspenso, Júlio Baptista foi nulo. Sem Elano, machucado, o setor inexistiu no segundo tempo de ontem.
Daniel Alves, o substituto, nunca justificou a posição de reserva mais badalado do torneio, pronto para executar várias funções. (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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