DOS ENVIADOS A PORT ELIZABETH

Uma partida depois de se calar em protesto contra os jornalistas, o goleiro Júlio César foi ontem o jogador da seleção que mais deu entrevistas após a eliminação.
Ele chorou várias vezes nos quase 30 minutos em que ficou na área reservada à imprensa, admitiu ter falhado no gol de empate dos holandeses, contou que, quando o juiz encerrou a partida, ""parecia que o mundo ia acabar", mas afirmou que pretende continuar na seleção.
"Falhei. Foi um lance em que teve um pouco de dúvida com o Felipe Melo, mas acontece no futebol. Estou muito machucado com essa derrota", disse Júlio César, que, após a vitória contra o Chile, por 3 a 0, recusou-se a dar entrevista. Ele ficou irritado com a polêmica sobre a proteção usada nas suas costas nos jogos do Mundial.
Há uma semana, o goleiro admitiu que a proteção contava com uma parte metálica, mas pediu que isso não fosse divulgado porque ele poderia se ""complicar" com a Fifa. Depois da entrevista, o caso chegou à entidade que comanda o futebol mundial, que decidiu não puni-lo.
""Parecia que o mundo ia acabar. Só o tempo vai apagar essa derrota. Peço desculpa aos 190 milhões de brasileiros pela eliminação", declarou Júlio César.
Depois da partida, os jogadores choraram muito no vestiário. A maioria só deixou o estádio uma hora depois do fim da partida.
""Foi um baque para todo mundo. É normal o jogador se emocionar por tudo aquilo que apresentamos em três anos e meio, resgatamos a vontade de torcer pela seleção. Mas o futebol tem dessas coisas", disse o goleiro carioca, que espera permanecer na seleção com o novo treinador. (EAR, MF, PC E SR)


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