São Paulo, sábado, 03 de julho de 2010

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Com as mãos, Uruguai vai à semifinal

Depois de Suárez evitar gol e ser expulso, goleiro decide nos pênaltis

Uruguai 1 (4)
Forlán, aos 10 min do 2º tempo
Gana 1 (2)
Muntari, aos 47 min do 1º tempo

FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
RODRIGO MATTOS
DO ENVIADO A JOHANNESBURGO

A classificação do Uruguai à semifinal da Copa do Mundo de 2010 depois de 40 anos foi obra de duas mãos: os braços estendidos do atacante Luiz Suárez na linha do gol evitaram o tento ganense e a eliminação sul-americana.
O lance foi no último minuto da prorrogação das quartas de final entre Uruguai e Gana. O empate (1 a 1) persistia após 120 minutos.
Os ganenses tinham sua última chance em cruzamento para a área, em bola parada. As vuvuzelas se tornaram mais altas no Soccer City.
Appiah cruzou, Suárez salvou com a perna, mas o rebote sobrou para o zagueiro Adiyah desviar de cabeça para o gol. A bola entraria, mas o atacante uruguaio levantou as mãos para detê-la.
"Pelas circunstâncias, não havia outra situação, perderíamos a classificação. [A expulsão] serviu para ter as mãos de Deus. Eu as tenho agora", brincou Suárez, que acabou expulso com o lance.
Após Gyan Asamoah bater o pênalti no travessão, Muslera olhou para cima e agradeceu. Ao lado de campo, Suárez caminhava para o vestiário, triste, quando viu o lance e comemorou aos pulos, com os punhos cerrados.
Não era o fim. Mas o Uruguai sobrevivia após um domínio de Gana no final.
Os uruguaios foram melhores até os 30min do primeiro tempo, mas viram o rival se impor na partida até sofrerem um gol de Muntari, aos 47min da etapa inicial.
O Uruguai só empatou em uma cobrança de falta no ângulo com o atacante Forlán, aos 10min da segunda etapa.
Mas faltava aos sul-americanos o fôlego e o toque de bola que sobravam aos ganenses. As chances da Celeste só surgiam em contra-ataques. E os ganenses ameaçavam. "Não foi boa partida, mas, como falamos no Uruguai, fizemos o que era preciso em campo", declarou o técnico Oscar Tabárez.
Na prorrogação, o fôlego africano fazia ainda mais diferença, e os ganenses só não fizeram o gol pelo erro de Gyan na penalidade e pelo acaso. Mas a confiança se tornou uruguaia nos pênaltis.
Aí foi a vez de as mãos de Muslera pegarem duas cobranças de Mensah e, ironia do destino, Adiyiah. Resultado: 4 a 2 nos pênaltis, encerrados por cobrança de Loco Abreu. "Tivemos a sorte do nosso lado", disse Tabárez.


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