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Camisa 10
Ganso, que só atuou uma vez pela seleção principal, joga na Copa América contra a Venezuela com status de insubstituível para Mano Menezes
MARTÍN FERNANDEZ
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A LOS CARDALES
Paulo Henrique Ganso, 21,
1,82 m, 75 kg, começa hoje a
carregar nas costas a nova seleção brasileira. O Brasil estreia hoje às 16h, contra a Venezuela, na Copa América da
Argentina, em La Plata.
O torneio é o primeiro
compromisso oficial de Mano Menezes no time. E marca
o início do que o próprio técnico espera que seja o reinado de Ganso com a camisa 10.
O treinador confia cegamente em sua defesa (Júlio
César, Daniel Alves, Lúcio,
Thiago Silva e André Santos),
nunca deixou de convocar a
dupla de volantes que vai começar jogando nesta tarde
(Lucas Leiva e Ramires) e faz
questão de correr o risco de
escalar três homens de frente
(Robinho, Neymar e Pato).
Mas o único jogador da seleção que não tem substituto
é Ganso. E foi em torno dele
que Mano construiu o time
que vai tentar conquistar a
Copa América pela nova vez
-a terceira consecutiva.
Nos oito amistosos em que
dirigiu o time nacional, o técnico só pôde contar com o
meia santista uma vez. Foi
justamente na estreia, contra
os EUA, em agosto do ano
passado, na vitória por 2 a 0.
Até hoje aquele jogo serve
como referência para o que o
treinador espera da seleção.
Sem Ganso, o Brasil perdeu
duas partidas, empatou uma
e venceu quatro sem brilhar.
"É lógico que nem todos os
jogadores que desempenharam a função até aqui têm a
fundamentação tão completa quanto o Ganso", comentou o treinador brasileiro.
Nos treinos da seleção em
Los Cardales (a 60 quilômetros de Buenos Aires), Mano
nunca cogitou uma alternativa para seu camisa 10.
O técnico trouxe para a Copa América um time reserva
que serve como "espelho" do
titular. Cada atleta tem seu
suplente direto -menos
Ganso, que arranca elogios
de todos os outros jogadores.
"Com ele te achando livre
na cara do gol três, quatro vezes por jogo, fica mais fácil
para nós", afirmou o atacante Fred, por exemplo.
Nos coletivos durante a semana, Mano experimentou
na função Elano, depois Jadson, e também Lucas, mas
sempre na equipe reserva.
No entendimento do treinador, até a ausência da estrela Neymar pode ser suprida sem causar o mesmo estrago no time que uma eventual saída de Ganso, que sabe
disso. "Mano sempre gostou
muito do meu futebol, mas,
se eu me acomodar, vou perder meu espaço", afirmou.
Com títulos de Libertadores, Copa do Brasil e Paulista
na bagagem, o santista mostrou tranquilidade diante da
missão de carregar a seleção.
"Se eu apresentar um futebol
muito bom, vou conseguir tirar um pouco da pressão de
jogar com a 10", disse.
Apesar da carreira curta,
Ganso já teve lesões graves.
Rompeu o ligamento cruzado anterior dos dois joelhos e acaba de voltar de uma
contusão muscular na coxa
direita que o tirou de vários
confrontos decisivos do Santos nesta temporada.
O meia assegura estar curado. "Consegui me recuperar muito bem, apesar de as
lesões serem muito sérias",
disse Ganso. "Pude jogar a final da Libertadores e estou
em condições totais para disputar a Copa América."
NA TV
Brasil x Venezuela
16h Globo, Bandsports, ESPN
Brasil, ESPN HD e Sportv
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