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São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

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POBRE MENINO RICO

Rebaixado para a equipe B, lateral reestréia por baixo em jogo irrelevante no Morumbi

Relegado, Gabriel volta ao final da fila

DA REPORTAGEM LOCAL

Em pouco mais de um ano, o lateral são-paulino Gabriel, 22, percorreu o trajeto anonimato-fama-anonimato com uma velocidade assombrosa. Hoje, ele desce mais um degrau em sua curta e conturbada carreira: estréia na equipe B do clube, que disputa a insignificante Copa Estado de São Paulo.
Tratado como um "pepino deixado pela diretoria anterior" segundo o atual presidente, Marcelo Portugal Gouvêa, Gabriel caiu em desgraça porque os cartolas consideram sua relação custo-benefício desvantajosa.
Depois de estourar no início do ano passado, quando chegou a colocar o então titular, Belletti, no banco de reservas, Gabriel conseguiu fechar um contrato (válido até janeiro de 2005) por invejáveis R$ 86 mil mensais.
O salário subiu na proporção inversa de sua produtividade. Criticado, deixou o time e perdeu espaço para atletas mais jovens como o lateral Thiago, 20.
Em Barueri, onde o time B realiza suas atividades, Gabriel se transformou num autêntico estranho no ninho. Enquanto chega para treinar a bordo de carros como Audi A3 (cerca de R$ 65 mil) e Xsara Picasso (R$ 47 mil), seus novos companheiros se locomovem de ônibus.
"É constrangedor", afirmou o jogador, agora comandado por Cilinho, responsável pelas categorias de base do clube.
Somados, os salários dos outros 21 jogadores que estarão em campo no jogo de hoje não chegam nem perto dos vencimentos do lateral-direito.
O Atlético paga ajudas de custo entre R$ 150 e R$ 500 para cada atleta -os mais experientes ganham cerca de R$ 3.000.
A política de remuneração do São Paulo nas categorias de base prevê o pagamento de R$ 1.200.
O ex-jogador Wladimir, pai e procurador de Gabriel, atribui a derrocada do lateral à sua intenção de, no ano passado, colocar o filho em algum clube da Europa. Gouvêa nega. "Não há nada pessoal. Se ele arrebentar em Barueri, volta para o time de cima."
Enquanto isso, Wladimir tenta costurar uma solução. Por meio de um interlocutor na diretoria são-paulina, conseguiu iniciar os contatos que visam "resolver o problema de forma satisfatória para os dois lados". (ALEC DUARTE E MARÍLIA RUIZ)


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