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FUTEBOL
Al Helal recusou adiantamento ao técnico e contratação de profissionais
Árabes não cedem, e Cuca
diz que fica no São Paulo
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O técnico Cuca vai continuar no
São Paulo. Ontem à noite, ele foi
avisado por seu procurador, James Arruda, que o Al Helal, da
Arábia Saudita, não aceitou as
exigências para sua saída.
Para deixar o Morumbi, Cuca
pediu, entre outras coisas, US$
600 mil adiantados da proposta
de US$ 1,45 milhão por um ano de
contrato. Além disso, ele queria
levar um auxiliar técnico, um preparador físico e um de goleiros.
"Eu vou ficar no São Paulo. Não
chegamos a um acordo em diversos pontos. Fico feliz porque estou no melhor clube do Brasil",
afirmou Cuca à Folha.
"O dinheiro, eu ganho mais para a frente", acredita o treinador,
que não terá aumento.
Desde que recebeu a oferta dos
árabes, Cuca deixou claro que só
sairia por razões financeiras. Por
um ano de contrato, receberia
cerca de cinco vezes o salário que
ganha no São Paulo -R$ 80 mil
mensais. Mas, nos últimos dias, o
entusiasmo do técnico começou a
diminuir. Cuca ficou desanimado
ao saber que seis outros técnicos
brasileiros haviam recusado o
convite do Al Helal.
Entre eles, Emerson Leão, que
alegou não sentir segurança de ir
para o Oriente Médio.
Isso também pesou para o treinador, que se mudaria com toda a
família para Riad, capital saudita.
Antes mesmo do anúncio oficial, alguns dirigentes são-paulinos ouvidos pela Folha acreditavam que o técnico iria declinar da
proposta dos árabes.
Em Porto Alegre, Cuca se reuniu com o vice de futebol, Juvenal
Juvêncio, que já tentava demovê-lo da idéia de sair do clube.
"Eu disse ao Cuca que ele começou a ser técnico de futebol no São
Paulo. No Goiás e sei lá onde, ele
era apenas uma expectativa", afirmou Juvêncio.
Ontem, na chegada da delegação à capital paulista, o dirigente
disse que só esperaria pelo técnico
até o meio-dia de hoje.
E ainda, como forma de pressionar Cuca, anunciou que, caso ele
não aceitasse permanecer no Morumbi, já tinha até um substituto.
No entanto Juvêncio fez questão
de excluir de uma eventual lista os
nomes de Leão e Muricy Ramalho, que dividiam a preferência de
conselheiros e dirigentes para
ocupar o cargo.
A diretoria são-paulina afirma
que o episódio não enfraquece o
técnico no clube. "Não há opção
melhor do que o Cuca para o São
Paulo. Ele é bem visto pela diretoria, pelo conselho e pela torcida",
disse o diretor de planejamento
do clube, João Paulo Jesus Lopes.
Mesmo assim, a permanência
do treinador desagradou a uma
parte dos conselheiros, que ficaram insatisfeitos com a forma como foi conduzido o episódio.
Alguns até chegaram a pedir a
demissão de Cuca por achar que
ele desrespeitou o São Paulo.
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