São Paulo, sexta-feira, 03 de agosto de 2007

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Desertores cubanos são detidos

Os pugilistas Lara e Rigondeaux são encontrados pela polícia em Araruama

Firma alemã diz que papéis para ida à Alemanha ainda não estão prontos, mas que os espera em seu time, que já tem quatro refugiados

MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois boxeadores cubanos campeões mundiais, que desertaram durante o Pan, foram detidos por policiais militares ontem à tarde, em Araruama, na região dos Lagos (115 km do Rio). Erislandy Lara, 24, e Guillermo Rigondeaux, 26, que fugiram da Vila em 20 de julho, foram achados na praia Seca.
Segundo a assessoria da Polícia Militar, eles foram detidos por estarem em situação irregular no país, já que o visto de estrangeiro estava vencido com o término dos Jogos. Os cubanos foram levados para a Polícia Federal de Niterói. Felício Laterça, delegado da PF local, afirmou que ainda vai analisar a situação dos dois no Brasil.
Segundo ele, os cubanos podem ser presos e, por estarem ilegais no país, deportados. Já policiais da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) haviam informado que buscavam os dois só para saber se estavam bem, já que o status deles era de ""desaparecidos".
Se eles pedirem refúgio ao Brasil, o pleito será analisado pelo Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), e os cubanos poderão ficar em liberdade até o julgamento, que pode levar de três a seis meses.
Guillermo Rigondeaux, bicampeão olímpico e mundial, e Erislandy Lara, campeão mundial, eram favoritos absolutos em suas categorias no Pan.
Ahmet Öner, 35, da firma alemã Arena Box-Promotion, que conta com outros quatro cubanos refugiados na Alemanha, havia assumido a autoria da deserção. Ao ser informado pela Folha ontem da prisão da dupla, mostrou-se muito irritado.
""Como já havia dito antes, há o prazo de cerca de um mês para a papelada deles na Alemanha sair. Não acho que serão deportados para Cuba. Isso seria ilegal", disse o promotor.
Fidel Castro criticou os alemães ao apontar que "existe uma máfia que se dedica a selecionar, comprar e promover boxeadores cubanos".
No último dia 22, Rigondeaux e Lara não foram à pesagem obrigatória para suas lutas do Pan, quando suas ausências foram notadas. Além deles, um técnico da seleção cubana de ginástica e um jogador da equipe de handebol, Rafael Capote, também desertaram. Capote se encontra em São Caetano, onde espera defender o time local.


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