São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

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entrevista

Para técnica, é difícil dar "salto" sendo mulher

DA ENVIADA A MACAU

Rosane Carneiro é a primeira mulher a integrar a comissão técnica da natação em Jogos. O feito, porém, não a faz se sentir reconhecida. Após 20 anos de dedicação, a treinadora de Kaio Márcio ainda sente efeitos do preconceito.

 

FOLHA - Como se sente em ser a primeira mulher na comissão técnica da seleção?
ROSANE CARNEIRO
- Não caiu muito a ficha, até porque ainda não chegamos a Pequim. Talvez na semana que vem eu possa responder melhor.

FOLHA - Sente que esse cargo é um reconhecimento pelo seu trabalho?
ROSANE
- O que vem atrás disso em reconhecimento eu não sei. Como tudo aqui é muito cruel, a glória nunca vai para o treinador. A gente é raramente reconhecida pelo mérito do atleta. Creio que, pelas reclamações que a gente tem, seja uma coisa geral da classe aqui. Infelizmente no Brasil os valores são esses. Teve todo esse apoio de governo, do COB, e a glória é sempre do atleta.

FOLHA - Ser mulher e treinadora é mais difícil?
ROSANE
- Nossa cultura faz com que a gente não consiga ter igualdade dos sexos. Um país como o Brasil ainda não está preparado para ter mulheres trabalhando com o alto nível do esporte. É difícil dar um salto. Eu dei por causa do Kaio. Há um critério técnico, e o resultado dele me puxa para estar aqui.


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