Ataque passa em branco diante do Criciúma e vê torcida encerrar "lua-de-mel" para apupar Lulinha e o técnico Mano Menezes

Corinthians 0
Criciúma 0

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O conto de fadas do Corinthians na Série B acabou ontem, decretado por mais um tropeço no Pacaembu cheio.
O empate com o Criciúma decepcionou o torcedor corintiano a ponto de fazê-lo vaiar o time pela primeira vez desde o começo na segunda divisão.
Ao apito final do árbitro Sérgio Ricci, a torcida protestou como não havia feito nem quando o Corinthians foi derrotado no estádio municipal pelo Bahia, há duas semanas.
O descontentamento não foi direcionado a nenhum jogador em especial, embora a atuação de Lulinha -substituído no meio do segundo tempo- tenha provocado manifestações contra o jovem meia quando ele deu lugar a Acosta.
Mano Menezes também foi xingado de burro, mas numa manifestação isolada de poucos torcedores do setor das cadeiras cobertas do Pacaembu, o mais caro do estádio.
O desempenho do time em campo ficou tão abaixo do esperado que nem mesmo os atletas se queixaram de terem sido vaiados por quase 30 mil torcedores. "Merecemos. Não fizemos bom jogo. Erramos muitas coisas bestas, não fomos bem", disse Dentinho.
"Quando não se ganha, a torcida vaia mesmo. Não podemos nem lamentar", disse o goleiro Felipe, que, durante o jogo, foi aplaudido pela torcida quando foi obrigado a fazer defesas para evitar o gol do Criciúma.
"O time jogou bem, mas não para ganhar", completou o camisa 1, que ontem não teve nem a desculpa de ter jogado com uniforme amarelo -por ser a cor da camisa do Criciúma, o goleiro usou uma camisa roxa, em vez da que ele chegou a reclamar publicamente.
Já o meia Douglas não viu tantos motivos para o Corinthians ter recebido as vaias. "Acho que o empate foi um bom resultado. O Criciúma é um time que também sabe jogar", amenizou o camisa 10.
"Uma coisa é a campanha e outra coisa é o jogo. Não tivemos a campanha vaiada, tivemos o jogo vaiado por alguns. Vejo com normalidade a reação pós-jogo. Aliás, acho o momento mais adequado para o torcedor expressar isso", declarou Mano Menezes.
A resignação com que o Corinthians recebeu as primeiras críticas mais veementes de sua torcida na Série B acabou refletindo o que o time fez durante o jogo com o time catarinense.
No primeiro tempo, o Corinthians ensaiou um começo mais insinuante. E perdeu duas oportunidades para abrir o placar. Mas o Criciúma não se assustou com a pressão corintiana. Adiantou seus jogadores e passou a jogar praticamente no campo de ataque, com seus três zagueiros quase na intermediária de seu campo defensivo.
O panorama da partida se repetiu no segundo tempo. Mano ainda tentou mudar o jogo, mas as substituições que o técnico corintiano fez não surtiram efeito. Nos últimos minutos do duelo, a busca pelo gol fez o Corinthians se lançar ao ataque de maneira desordenada, deixando espaços para o Criciúma -os catarinenses só não marcaram por falta de pontaria.
Mesmo com o tropeço, o Corinthians continua na ponta da Série B, com 32 pontos, cinco à frente do Barueri.
Na terça, a equipe terá a chance de se redimir diante de sua torcida, mas contra um adversário que luta na ponta da tabela por vaga na Série A. O Corinthians pega o Juventude.


Texto Anterior: A rodada: Líderes se enfrentam pela ponta da tabela
Próximo Texto: Para técnico, time criou pouca chance
Índice