São Paulo, terça-feira, 03 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Time vence na prorrogação e alcança as quartas do Mundial de basquete

Brasil volta a ficar entre os 8

John Ruthroff/France Presse
Tiago Splitter, do Brasil, disputa rebote com o angolano Muzadi na partida de ontem, no Mundial


DA REPORTAGEM LOCAL

Como já havia ocorrido contra a Turquia, a seleção brasileira venceu ontem no sufoco Angola, por 86 a 83, e se classificou às quartas-de-final do Mundial de Indianápolis. O tempo regulamentar do jogo, disputado no Conseco Fieldhouse, terminou empatado em 74 a 74. A vitória veio somente após a prorrogação.
Com isso, o time do técnico Hélio Rubens já garantiu a melhor campanha do país desde o Mundial de 1990, na Argentina, quando o Brasil ficou em quinto lugar.
Até os anos 80, o Brasil sempre havia chegado às quartas-de-final. O time foi bicampeão mundial (1959 e 63), duas vezes vice (1954 e 70) e ganhou o bronze em outras duas edições (1967 e 78).
Sua pior participação fora um oitavo lugar em 1982, em Cali.
Essa realidade mudou na década de 90. Em Toronto-94, a seleção ficou em 11º lugar -a pior do país em Mundiais. Em Atenas-98, o Brasil foi o décimo colocado.
O time brasileiro começou bem o jogo de ontem com Angola, chegando abrir uma diferença de oito pontos (10 a 2). Porém, aos poucos, o rival melhorou na defesa.
O ala-armador Marcelinho, que entrou no primeiro quarto, melhorou o aproveitamento nas bolas de três. Mas isso era insuficiente para superar Angola, que dominava os rebotes e variava mais suas jogadas no ataque. Apático, o Brasil terminou o primeiro quarto perdendo por 21 a 16.
No quarto seguinte, a história não mudou muito. Angola alternava seus arremessadores, enquanto o Brasil ficava restrito aos tiros de longe de Marcelinho e às infiltrações de Anderson.
No final do primeiro tempo, diante da pouca produtividade dos titulares, Hélio Rubens optou por colocar uma equipe mais jovem na quadra, com a entrada o armador Leandrinho, 19, do ala Alex, 22, e do pivô Tiago Splitter, 17. Anderson, 19, titular mais jovem do time, continuou no jogo.
A equipe melhorou, mas não diminuiu muito a diferença. O primeiro tempo terminou com Angola vencendo por 37 a 33.
O Brasil entrou para o terceiro quarto sem melhorar nos rebotes.
A equipe não conseguia armar jogadas e perdeu vários ataques com o estouro do cronômetro de 24 segundos. "Como não apresentamos bom aproveitamento nos rebotes, ficou difícil impor nosso ritmo", analisou o armador Demétrius, após o jogo.
Angola, por outro lado, acertava seus tiros de três pontos, graças aos alas Edmar Victoriano e Antonio Carvalho, que entrara no segundo tempo. No Brasil, apenas Marcelinho registrava bom aproveitamento nos arremessos de longa distância -acertou seis de oito tentativas. Rogério e Vanderlei erravam muitos tiros de longe.
No entanto, no final do tempo regulamentar, os angolanos, que haviam feito pouco revezamento na quadra, cansaram. Três lances livres convertidos por Rogério levaram o jogo para a prorrogação.
No início do tempo extra, Angola perdeu Joaquim Gomes, seu principal pivô -pegou 12 rebotes- e atleta mais alto do time (2,02 m), que fez sua quinta falta.
Marcelinho, com um arremesso certo em lance livre, colocou a equipe brasileira perto da vitória, ao fazer 86 a 83. No contra-ataque, Angola não conseguiu arremessar. A partida terminou com a posse de bola do Brasil.
"Não jogamos bem hoje. O grupo não apresentou a disciplina tática de outros jogos. Isso serviu de alerta para agirmos com mais atenção", afirmou Hélio Rubens, que completou ontem 62 anos.

 ATUAÇÕES - Helinho (2 pontos; 1/4 arremessos), Vanderlei (5, 1/7), Rogério (10, 1/9), Anderson (13, 5/15), Sandro (9, 4/8); Marcelinho (25, 8/13), Tiago Splitter (3, 1/1), Demétrius (8, 3/5), Guilherme (9, 3/6), Alex (0, 0/0), Leandrinho (2, 0/0)



Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Atual campeão mundial é o rival de hoje
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.