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BASQUETE
Paella
MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE
Era para ser, e talvez ainda
venha a ser, o Mundial da
NBA. Mas, nas primeiras rodadas, os 27 jogadores do campeonato mais famoso do planeta, espalhados por dez seleções, causaram menos impacto do que atletas de outras "sopas de letrinhas".
Os anfitriões, por exemplo,
cumprem uma campanha capenga. Contra a Alemanha, os EUA
só abriram vantagem nos últimos
dois minutos. Contra a China, ficaram atrás no placar durante
quase todo o primeiro tempo.
Com raras exceções, como Pau
Gasol (Espanha) e Dirk Nowitzki
(Alemanha), os "estrangeiros" da
NBA também decepcionaram.
Vlade Divac e Predrag Stojakovic não têm desequilibrado -e a
Iugoslávia perdeu a pose já na segunda rodada. Hedo Turkoglu
afundou (com) a Turquia, três
derrotas em quatro confrontos.
A fama de gatilho preciso não
acompanhou o venezuelano Oscar Torres a Indianápolis. Sua
pontaria nos três pontos despencou a 22%; sua seleção, para a
disputa do 13º lugar. Andrei Kirilenko, da Rússia, tem chutado
ainda pior -17,6% de (im)precisão nos arremessos-, talvez o
principal motivo do fiasco russo
no primeiro "round" (1v e 2d).
Por fim, Yao Ming, o primeiro
"estrangeiro" a encabeçar o vestibular anual da NBA, enfrenta o
boicote de seu técnico, que prefere
posicionar longe da cesta esse extraordinário chinês de 2,25 m.
Diante disso, ganharam relevo
neste Mundial as principais ligas
do basquete da Espanha, a ACB e
a LEB, que, mesmo sem o caixa
da NBA, administram 34 times
bastante internacionalizados.
No total, o circuito espanhol enviou 24 atletas a Indianápolis, espalhados por cinco seleções.
Dele fazem parte, por exemplo,
8 dos 12 relacionados pela Argentina, única seleção a registrar
mais de cem pontos por jogo
(106,3) depois de três rodadas.
Destacam-se o armador Alejandro Montecchia, vice-líder em assistências da competição (5,8), e o
ala-pivô Fabricio Oberto, a melhor pontaria em Indianápolis
(75% nos tiros de quadra).
Na defesa, ninguém bate em eficiência a Espanha, que convocou
dez jogadores da ACB e que, mesmo sem o armador titular Raúl
Lopes, recém-contratado pela
NBA e cortado horas antes do embarque, só permitiu, em média,
60,5 pontos aos oponentes.
Os argentinos chegaram à segunda-feira sem reveses. Os espanhóis também -atropelaram inclusive a paparicada Iugoslávia,
com cinco militantes da NBA.
O Brasil, a outra equipe invicta
após quatro partidas, também
engrossa a armada ibérica.
O time não pôde contar com seu
único jogador na NBA, o ala-pivô
Nenê, machucado na virilha.
Com isso, Anderson Varejão, do
Barcelona, tem sido, ao lado do
cestinha Marcelinho, o principal
destaque do conjunto de Hélio
Rubens. O ala-pivô ostenta as
maiores médias de rebotes e tocos
(6,0 e 2,0), melhorou nos lances livres (66%) e incorporou a seu repertório ofensivo um bom arremesso de três pontos (50%).
Caçula do Mundial, o pivô Tiago Splitter, hoje no Bilbao, é o outro "hispano-brasileiro". Com somente 17 anos, não se intimidou
-já atua tanto quanto Helinho,
o filho do treinador.
O curioso é que caberá à Espanha definir o caminho brasileiro
nos mata-matas, após o susto de
ontem contra a modesta Angola.
O duelo, às 17h de amanhã, terá a
transmissão da ESPN Brasil.
Mundial 1
Tolice disseminada nos últimos dias: a de que implodiram o Market Square Arena porque Indianápolis não conseguia conviver
com o trauma da vitória brasileira na final do Pan-87. O ginásio virou pó, sim, porque ninguém queria pagar para jogar nele. A nova
economia do esporte nos EUA requer espaço para lojas de conveniência, praças de alimentação e camarotes vips. O Indiana teve,
então, de construir sua própria arena para tentar sair do vermelho.
A maioria das equipes da NBA trocou de ginásio nos anos 90.
Mundial 2
Além de desatualizados, os sites do Mundial (www.fiba.com e
www.2002worldbasketball.com) erram demais nas estatísticas.
Mundial 3
Já que o momento é de euforia, que tal reabilitar a camiseta com listras verdes e amarelas que um dia distinguiu o basquete nacional?
E-mail melk@uol.com.br
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