São Paulo, segunda-feira, 03 de setembro de 2007

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teoria do caos

Bagunça corintiana vence o Santos

Com 5 volantes e sem alas e meias, interino José Augusto supera conservadorismo de Luxemburgo e pode virar efetivo

Corinthians 2
Santos 0

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O goleiro Felipe, um dos destaques da equipe corintiana na vitória sobre o Santos, a primeira do time em clássicos no ano, celebra com a torcida na grade do estádio do Pacaembu, ontem à tarde

JULYANA TRAVAGLIA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Planejamento, organização e infra-estrutura costumam ser peças importantes para que um time consiga vencer em campo. Mas o Corinthians provou ontem que, às vezes, a bagunça também pode triunfar.
Com um time montado fora de qualquer padrão conhecido do futebol e vivendo um momento caótico nos bastidores, o Corinthians passou por cima do favoritismo e do decantado planejamento santista de Vanderlei Luxemburgo e venceu o time litorâneo por 2 a 0.
Um jogo incomum, mas que manteve a escrita dos clássicos paulistas neste ano fora de campo -a Polícia Militar teve trabalho com torcedores dos dois times durante boa parte da tarde de ontem, em São Paulo.
Em campo, com cinco volantes, nenhum lateral de origem, nenhum meia e três atacantes, o técnico interino José Augusto fez o Corinthians voltar a vencer. E pela primeira vez em clássicos em 2007.
Carlos Alberto, Nilton, Carlão, Bruno Octávio e Vampeta formaram a base da equipe que saiu do Pacaembu vencedora e um pouco mais aliviada no Brasileiro, com 30 pontos.
Bem diferente do Santos, que entrou em campo com uma formação bem mais conservadora, com dois zagueiros, dois laterais, dois volantes, dois meias e dois atacantes. E se manteve com 36 pontos na tabela.
Nilton, um dos corintianos improvisados, abriu o placar para o Corinthians, aos 9min do primeiro tempo. Arce, fez o segundo, aos 10min do segundo, depois de passe de Finazzi.
E, bem ao gosto da torcida, segurou os momentos de pressão santista na base de carrinhos, chutões e muita marcação dentro de seu campo.
Mas não foi apenas no gramado que o Corinthians trocou a organização pela emoção. Depois do jogo, a diretoria do clube do Parque São Jorge, que nos últimos tempos tem mais criado do que ajudado a solucionar problemas para jogadores e comissão técnica, bateu cabeça mais uma vez.
Confirmou a efetivação de José Augusto ao mesmo tempo em que decretava que a procura por um novo técnico seguia.
Às portas do mesmo vestiário em que demitiu Paulo César Carpegiani depois de derrota para o Cruzeiro, uma semana atrás, o vice-presidente de futebol corintiano, Antoine Gebran, confirmou que o novo treinador do time "já está aí".
"Só defunto não muda de idéia. Está confirmado. Ele vai ficar", afirmou o dirigente, declarando que o Corinthians, a partir daquele momento, encerrara a tentativa de contratar alguém para suceder Carpegiani, sobretudo após ter falhado na investida sobre Tite, do Al-Ain, dos Emirados Árabes.
José Augusto já até celebrava sua efetivação no cargo. "Depois da derrota para o Atlético, confesso que fiquei assustado e por isso eu havia decidido abrir espaço para a chegada de um outro técnico. Mas a própria equipe me pediu agora no vestiário para que eu ficasse. Espero retribuir isso dentro de campo", discursava.
Entretanto, pouco depois, o vice-presidente do clube, Wilson Bento, ainda dava declarações sobre a procura de um novo comandante para o time.
"Esperamos apresentar um técnico em 24 horas", disse Bento, citando inclusive o nome de Márcio Bittencourt como um dos candidatos.


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