DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, conseguiu aquecer a rivalidade entre os brasileiros e os argentinos.
O dirigente, que não admite que a participação brasileira em Sydney foi frustrante, comemorou o fato de o Brasil ter superado a Argentina no quadro de medalhas deste ano -o Brasil obteve seis pratas e seis bronzes, e a Argentina levou duas pratas e dois bronzes.
A ""conquista" de Nuzman é minimizada na medida em que, desde Montreal-76, o Brasil sempre fica à frente da Argentina no quadro geral de medalhas da Olimpíada.
O dirigente, que adotou a estratégia de ""enxugar" a delegação brasileira a fim de deixá-la com mais ""qualidade", será copiado agora pelos argentinos.
Marcelo Garraffo, secretário de Esportes e Recreação da Argentina, já anunciou uma nova política esportiva para o país -o governo vai lançar o Programa Esportivo 2004-2008.
""A delegação para Atenas (sede dos Jogos Olímpicos de 2004) deverá ser reduzida e melhor preparada", disse.
Em Sydney, a Argentina contou com 145 atletas -60 competidores a menos que o Brasil.
O principal confronto entre brasileiros e argentinos em Sydney aconteceu nas quartas-de-final do vôlei masculino. A Argentina surpreendeu o time do técnico Radamés Lattari, que estava invicto na competição, e venceu por 3 sets a 1.
Apesar da tradição do futebol de Argentina e Brasil, nenhum dos dois países conseguiu a medalha de ouro -o Uruguai é ainda o único time sul-americano que conseguiu o título.
Nos próximos anos, Argentina e Brasil estarão rivalizando bastante também nos bastidores olímpicos, pois os dois países têm planos para receber os Jogos -até hoje, a Olimpíada não chegou à América do Sul.
Buenos Aires concorreu com o Rio para 2004. A capital argentina deve brigar novamente com a cidade carioca, possivelmente em 2012 -a Argentina é um dos países que fundaram o Movimento Olímpico e entende que é justo receber a primeira Olimpíada sul-americana.