São Paulo, segunda-feira, 03 de outubro de 2005

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FUTEBOL

Técnicos, elencos, estrelas e até clima serão diferentes nos 11 confrontos

Jogos reeditados repetem quase nada dos originais

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A história só se repete como farsa, ensinou Karl Marx. E isso vai se aplicar no Brasileiro-05.
Na repetição dos 11 jogos apitados por Edilson Pereira de Carvalho que foram anulados ontem, personagens-chave dos times na época estarão ausentes.
A começar pelo banco de reservas. Quando as partidas se realizarem novamente, metade dos ocupantes da chefia técnica dos jogos originais será diferente.
Pouca gente lembra, por exemplo, que Dário Lourenço era o técnico do Vasco na derrota para o Botafogo por 1 a 0, um dos jogos anulados pela Justiça Desportiva.
O Botafogo também terá novo comando. Na época, Paulo César Gusmão, hoje no Cruzeiro, era seu treinador. Depois dele, Péricles Chamusca passou pelo clube e também já foi dispensado -o clube tem atualmente Celso Roth na sua prancheta.
Santos e Corinthians vão se enfrentar no próximo dia 9 sem os iniciantes que tinham no banco em julho, quando a equipe do litoral venceu por 4 a 2.
No lugar de Gallo, estará Nelsinho Baptista no lado santista. No clube do Parque São Jorge, saiu Márcio Bittencourt para a entrada do veterano Antônio Lopes.
Mas é dentro de campo que a reedição do confronto entre os alvinegros paulistas terá a maior diferença do jogo original.
Foi nesse confronto, na Vila Belmiro, que Robinho começou sua turnê de despedida antes de ir para o Real Madrid. Com a anulação, seu fantástico aproveitamento diante do Corinthians fica um pouco menos brilhante.
O outro grande nome do país que deixou o Brasileiro no meio da competição vai desfalcar o time que mais perde com a anulação. Fred, hoje brilhando no Lyon, esteve em campo nas vitórias do Cruzeiro sobre Paysandu e Botafogo. Marcou três dos seis gols anotados por sua equipe nessas duas partidas.
Alguns times tiveram mudanças radicais em seus elencos após as partidas que perderam validade ontem por decisão de Luiz Zveiter, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
O Paysandu dispensou quase metade do seu elenco depois de perder para o Cruzeiro. A Ponte Preta perdeu praticamente toda a sua comissão técnica e algumas de suas principais estrelas, como o atacante Kahê.
Se na maioria dos casos os clubes vão lamentar as ausências, em outros os clubes envolvidos têm motivos para comemorar reforços. E nesse ponto o São Paulo é quem tem mais a ganhar.
Na sua derrota por 1 a 0 para a Ponte Preta, o time só escalou um único titular, o goleiro Rogério. Na época, o clube estava preocupado com a Taça Libertadores.
Na repetição do jogo de Campinas, o São Paulo vai poder escalar todos os seus titulares.
Além dos treinadores e da escalação dos times, o ambiente na repetição das partidas será também bem diferente do original.
Os dois jogos do Juventude anulados foram realizados no inverno da serra gaúcha. Agora, os rivais terão um clima mais ameno.
Partidas que foram disputadas à noite serão realizadas agora à tarde, e vice-versa.
Visitantes que enfrentaram estádios vazios e, assim, pouca pressão dos fãs rivais, agora irão se deparar com arquibancadas lotadas, já que o tribunal determinou que as partidas, em suas repetições, sejam feitas com portões abertos.
Por fim, o apito será diferente. Sai Edilson Pereira de Carvalho para a entrada de árbitros que serão definidos por sorteio, como manda o Estatuto do Torcedor.

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