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FUTEBOL
Técnicos, elencos, estrelas e até clima serão diferentes nos 11 confrontos
Jogos reeditados repetem quase nada dos originais
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A história só se repete como farsa, ensinou Karl Marx. E isso vai
se aplicar no Brasileiro-05.
Na repetição dos 11 jogos apitados por Edilson Pereira de Carvalho que foram anulados ontem,
personagens-chave dos times na
época estarão ausentes.
A começar pelo banco de reservas. Quando as partidas se realizarem novamente, metade dos
ocupantes da chefia técnica dos
jogos originais será diferente.
Pouca gente lembra, por exemplo, que Dário Lourenço era o técnico do Vasco na derrota para o
Botafogo por 1 a 0, um dos jogos
anulados pela Justiça Desportiva.
O Botafogo também terá novo
comando. Na época, Paulo César
Gusmão, hoje no Cruzeiro, era
seu treinador. Depois dele, Péricles Chamusca passou pelo clube
e também já foi dispensado -o
clube tem atualmente Celso Roth
na sua prancheta.
Santos e Corinthians vão se enfrentar no próximo dia 9 sem os
iniciantes que tinham no banco
em julho, quando a equipe do litoral venceu por 4 a 2.
No lugar de Gallo, estará Nelsinho Baptista no lado santista. No
clube do Parque São Jorge, saiu
Márcio Bittencourt para a entrada
do veterano Antônio Lopes.
Mas é dentro de campo que a
reedição do confronto entre os alvinegros paulistas terá a maior diferença do jogo original.
Foi nesse confronto, na Vila Belmiro, que Robinho começou sua
turnê de despedida antes de ir para o Real Madrid. Com a anulação, seu fantástico aproveitamento diante do Corinthians fica um
pouco menos brilhante.
O outro grande nome do país
que deixou o Brasileiro no meio
da competição vai desfalcar o time que mais perde com a anulação. Fred, hoje brilhando no
Lyon, esteve em campo nas vitórias do Cruzeiro sobre Paysandu e
Botafogo. Marcou três dos seis
gols anotados por sua equipe nessas duas partidas.
Alguns times tiveram mudanças radicais em seus elencos após
as partidas que perderam validade ontem por decisão de Luiz
Zveiter, presidente do Superior
Tribunal de Justiça Desportiva.
O Paysandu dispensou quase
metade do seu elenco depois de
perder para o Cruzeiro. A Ponte
Preta perdeu praticamente toda a
sua comissão técnica e algumas
de suas principais estrelas, como
o atacante Kahê.
Se na maioria dos casos os clubes vão lamentar as ausências, em
outros os clubes envolvidos têm
motivos para comemorar reforços. E nesse ponto o São Paulo é
quem tem mais a ganhar.
Na sua derrota por 1 a 0 para a
Ponte Preta, o time só escalou um
único titular, o goleiro Rogério.
Na época, o clube estava preocupado com a Taça Libertadores.
Na repetição do jogo de Campinas, o São Paulo vai poder escalar
todos os seus titulares.
Além dos treinadores e da escalação dos times, o ambiente na repetição das partidas será também
bem diferente do original.
Os dois jogos do Juventude anulados foram realizados no inverno
da serra gaúcha. Agora, os rivais
terão um clima mais ameno.
Partidas que foram disputadas à
noite serão realizadas agora à tarde, e vice-versa.
Visitantes que enfrentaram estádios vazios e, assim, pouca pressão dos fãs rivais, agora irão se deparar com arquibancadas lotadas,
já que o tribunal determinou que
as partidas, em suas repetições,
sejam feitas com portões abertos.
Por fim, o apito será diferente.
Sai Edilson Pereira de Carvalho
para a entrada de árbitros que serão definidos por sorteio, como
manda o Estatuto do Torcedor.
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