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VÔLEI
Sem privilégios
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Tudo indica que a levantadora Fofão e a central Walewska não voltarão a defender a seleção na Copa dos Campeões, em
novembro, no Japão. O maior
problema é o dia de apresentação.
O Campeonato Italiano vai parar
em 6 de novembro. As duas, que
atuam no Perugia, só serão liberadas depois dessa data.
Elas terão pouco tempo para
treinar, já que a Copa dos Campeões começa no dia 15 de novembro. O técnico José Roberto Guimarães terá o mesmo problema
com Sheilla, que também atua na
Itália. Só que Sheilla jogou todos
os torneios do ano pela seleção.
Fofão e Walewska defenderam o
Brasil pela última vez nos Jogos
Olímpicos de Atenas.
Na última semana, a levantadora Fofão informou a esta coluna, por e-mail, que está se programando para disputar a Copa dos
Campeões. Ela também relatou
que já tinha falado com Zé Roberto, mas iria ter uma nova conversa com ele para acertar detalhes.
O treinador também disse que
voltará a falar com Fofão, mas o
que dá para perceber é que Zé Roberto não quer abrir mão da nova
filosofia da seleção. A sua prioridade é o grupo: ele não quer mudar as regras, abrir exceções e trazer desarmonia para um time que
venceu os cinco torneios que disputou nesta temporada.
O retorno de Fofão e Walewska
criaria uma situação diferenciada no grupo. As outras atletas estão trabalhando na seleção desde
abril, disputando os torneios. As
duas, que há mais de um ano não
defendem a equipe, treinariam
menos de dez dias, e a presença
delas significaria o corte de duas
jogadoras.
Mais: seguindo a nova filosofia,
o técnico quer jogadoras com disponibilidade para defender a seleção e não disputar apenas as
principais competições. "Quem tiver que participar da seleção tem
que participar totalmente, jogar
todos os torneios. É importante a
assiduidade", afirma o técnico.
Zé Roberto diz que ainda não
está convencido de que este seja o
melhor momento para Fofão e
Walewska voltarem à seleção.
Quer conversar com as duas para
saber os objetivos delas. A idéia é
que retornem no início de 2006 e
sigam o mesmo plano de trabalho
das outras. Sem privilégios.
Resta saber se elas vão aceitar
entrar no esquema. Afinal, jogam
na Itália, estão casadas e terão
que estar dispostas a colocar a seleção como prioridade. Em caso
negativo, fica a questão: será que
vale mais um time bem treinado,
em harmonia, ou abrir exceções
para ter no grupo duas grandes
jogadoras? Na teoria, não há dúvida: atletas talentosos são sempre bem-vindos. Valem todos os
esforços para contar com eles. Na
prática, e lembrando a história do
vôlei nacional, a resposta é outra:
é melhor um time unido e sem
motivos para turbulências. O
Brasil já perdeu grandes títulos
por vaidades e intrigas.
O certo é que a seleção deverá
começar a treinar para a Copa
dos Campeões no dia 17 de outubro. O último desafio do ano não
será fácil. O time irá enfrentar a
poderosa China, os EUA e a surpreendente Polônia, atual campeã européia. Os dois mais fraquinhos são Japão e Coréia.
Recorde de público
O Campeonato Italiano masculino, que reúne as maiores estrelas do
vôlei mundial, teve um belo começo nesta temporada: 18.520 torcedores assistiram aos sete jogos da primeira rodada. O recorde anterior era 18.436 pessoas, registrado na décima rodada do torneio de
2004/2005. A média foi de 2.646 torcedores por partida. Números de
dar inveja aos nossos campeonatos nacionais e regionais.
Italiano
O Cuneo, de Giba e Ânderson, levou a pior no confronto com o Latina, do central Henrique e do levantador Leandro. Perdeu de virada
por 3 sets a 2 (22/25, 20/25, 25/22, 25/22 e 15/13) na segunda rodada
do Italiano. Giba marcou 18 pontos, Ânderson, 17, e Henrique, 7. Foi
a primeira derrota do Cuneo. Já o Latina obteve a primeira vitória.
E-mail
cidasan@uol.com.br
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