São Paulo, segunda-feira, 03 de outubro de 2005

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VÔLEI

Sem privilégios

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Tudo indica que a levantadora Fofão e a central Walewska não voltarão a defender a seleção na Copa dos Campeões, em novembro, no Japão. O maior problema é o dia de apresentação. O Campeonato Italiano vai parar em 6 de novembro. As duas, que atuam no Perugia, só serão liberadas depois dessa data.
Elas terão pouco tempo para treinar, já que a Copa dos Campeões começa no dia 15 de novembro. O técnico José Roberto Guimarães terá o mesmo problema com Sheilla, que também atua na Itália. Só que Sheilla jogou todos os torneios do ano pela seleção. Fofão e Walewska defenderam o Brasil pela última vez nos Jogos Olímpicos de Atenas.
Na última semana, a levantadora Fofão informou a esta coluna, por e-mail, que está se programando para disputar a Copa dos Campeões. Ela também relatou que já tinha falado com Zé Roberto, mas iria ter uma nova conversa com ele para acertar detalhes.
O treinador também disse que voltará a falar com Fofão, mas o que dá para perceber é que Zé Roberto não quer abrir mão da nova filosofia da seleção. A sua prioridade é o grupo: ele não quer mudar as regras, abrir exceções e trazer desarmonia para um time que venceu os cinco torneios que disputou nesta temporada.
O retorno de Fofão e Walewska criaria uma situação diferenciada no grupo. As outras atletas estão trabalhando na seleção desde abril, disputando os torneios. As duas, que há mais de um ano não defendem a equipe, treinariam menos de dez dias, e a presença delas significaria o corte de duas jogadoras.
Mais: seguindo a nova filosofia, o técnico quer jogadoras com disponibilidade para defender a seleção e não disputar apenas as principais competições. "Quem tiver que participar da seleção tem que participar totalmente, jogar todos os torneios. É importante a assiduidade", afirma o técnico.
Zé Roberto diz que ainda não está convencido de que este seja o melhor momento para Fofão e Walewska voltarem à seleção. Quer conversar com as duas para saber os objetivos delas. A idéia é que retornem no início de 2006 e sigam o mesmo plano de trabalho das outras. Sem privilégios.
Resta saber se elas vão aceitar entrar no esquema. Afinal, jogam na Itália, estão casadas e terão que estar dispostas a colocar a seleção como prioridade. Em caso negativo, fica a questão: será que vale mais um time bem treinado, em harmonia, ou abrir exceções para ter no grupo duas grandes jogadoras? Na teoria, não há dúvida: atletas talentosos são sempre bem-vindos. Valem todos os esforços para contar com eles. Na prática, e lembrando a história do vôlei nacional, a resposta é outra: é melhor um time unido e sem motivos para turbulências. O Brasil já perdeu grandes títulos por vaidades e intrigas.
O certo é que a seleção deverá começar a treinar para a Copa dos Campeões no dia 17 de outubro. O último desafio do ano não será fácil. O time irá enfrentar a poderosa China, os EUA e a surpreendente Polônia, atual campeã européia. Os dois mais fraquinhos são Japão e Coréia.

Recorde de público
O Campeonato Italiano masculino, que reúne as maiores estrelas do vôlei mundial, teve um belo começo nesta temporada: 18.520 torcedores assistiram aos sete jogos da primeira rodada. O recorde anterior era 18.436 pessoas, registrado na décima rodada do torneio de 2004/2005. A média foi de 2.646 torcedores por partida. Números de dar inveja aos nossos campeonatos nacionais e regionais.

Italiano
O Cuneo, de Giba e Ânderson, levou a pior no confronto com o Latina, do central Henrique e do levantador Leandro. Perdeu de virada por 3 sets a 2 (22/25, 20/25, 25/22, 25/22 e 15/13) na segunda rodada do Italiano. Giba marcou 18 pontos, Ânderson, 17, e Henrique, 7. Foi a primeira derrota do Cuneo. Já o Latina obteve a primeira vitória.
E-mail
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