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disparidade
Vice-líder, Cruzeiro é a antítese do São Paulo
Mineiros fazem jogos com mais gols nos pontos corridos; paulistas, os com menos
Marcação frouxa e pontaria fazem partidas do time azul ficarem perto da média de
4 tentos, contra 2 dos duelos da equipe líder do Nacional
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Tão diferente quanto as
chances de cada um ser campeão brasileiro é o jeito de jogar
de Cruzeiro e São Paulo.
O Cruzeiro, vice-líder, 12
pontos atrás do clube paulista e
que hoje pega o Santos, é o campeão da "diversão" da história
da competição. Já a equipe de
Muricy Ramalho é a dona da
campanha mais "econômica"
da era dos pontos corridos.
Em 28 rodadas, o time mineiro tem uma média de 3,93 gols
por partida, um recorde com a
atual fórmula em disputa da
competição e a quinta maior
marca entre as quase 1.500
campanhas da história do Brasileiro. Só que as quatro que superam o Cruzeiro atual se resumiram, no máximo, a campanhas com só oito confrontos.
Foram 110 gols nas partidas
cruzeirenses, 64 a favor (tem o
melhor ataque) e 46 contra (a
quinta pior defesa).
Nos jogos do São Paulo aconteceram menos da metade dos
gols nos duelos cruzeirenses
-foram só 53 (44 pró e só 9
contra). A média de 1,89 é a menor das 110 campanhas da era
dos pontos corridos e a única
inferior a dois nesta edição.
O time do técnico Dorival Júnior, que foi um volante defensivo nos tempos de jogador,
empatou só três vezes. Isso representa apenas 11% dos jogos,
outro recorde no sistema todos
contra todos, iniciado em 2003.
Nenhuma partida do Cruzeiro terminou 0 a 0 (foram quatro placares assim nos jogos
com o São Paulo). E só duas vezes o time não marcou. Em
compensação, sua defesa ficou
sem ser vazada somente em
seis oportunidades.
Os números do Datafolha
ajudam a explicar as diferenças
entre o líder e o vice.
Nos jogos cruzeirenses, a
marcação é mais frouxa. Neles
acontecem, em média, 247 desarmes e 41 faltas. No caso do
São Paulo, esses números são,
respectivamente, 256 e 44.
A conseqüência maior disso
está justamente no número de
chances criadas. São, em média, 29 finalizações nas partidas
com o Cruzeiro, cinco a mais do
que acontece nos jogos são-paulinos. E, no caso dos mineiros, elas são feitas com mais liberdade, tanto que 39% (contando as executadas e as sofridas) têm a direção certa, contra
33% da pontaria nos duelos envolvendo o São Paulo.
A tática das duas equipes
também é diferente. Com Dorival Jr., os mineiros sempre
apostam no 4-4-2, com os dois
meias quase sempre se transformando em atacantes. No
São Paulo, Muricy prioriza o 3-5-2, que blinda a sua defesa.
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