São Paulo, quarta-feira, 03 de outubro de 2007

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disparidade

Vice-líder, Cruzeiro é a antítese do São Paulo

Mineiros fazem jogos com mais gols nos pontos corridos; paulistas, os com menos

Marcação frouxa e pontaria fazem partidas do time azul ficarem perto da média de 4 tentos, contra 2 dos duelos da equipe líder do Nacional

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Tão diferente quanto as chances de cada um ser campeão brasileiro é o jeito de jogar de Cruzeiro e São Paulo.
O Cruzeiro, vice-líder, 12 pontos atrás do clube paulista e que hoje pega o Santos, é o campeão da "diversão" da história da competição. Já a equipe de Muricy Ramalho é a dona da campanha mais "econômica" da era dos pontos corridos.
Em 28 rodadas, o time mineiro tem uma média de 3,93 gols por partida, um recorde com a atual fórmula em disputa da competição e a quinta maior marca entre as quase 1.500 campanhas da história do Brasileiro. Só que as quatro que superam o Cruzeiro atual se resumiram, no máximo, a campanhas com só oito confrontos.
Foram 110 gols nas partidas cruzeirenses, 64 a favor (tem o melhor ataque) e 46 contra (a quinta pior defesa).
Nos jogos do São Paulo aconteceram menos da metade dos gols nos duelos cruzeirenses -foram só 53 (44 pró e só 9 contra). A média de 1,89 é a menor das 110 campanhas da era dos pontos corridos e a única inferior a dois nesta edição.
O time do técnico Dorival Júnior, que foi um volante defensivo nos tempos de jogador, empatou só três vezes. Isso representa apenas 11% dos jogos, outro recorde no sistema todos contra todos, iniciado em 2003.
Nenhuma partida do Cruzeiro terminou 0 a 0 (foram quatro placares assim nos jogos com o São Paulo). E só duas vezes o time não marcou. Em compensação, sua defesa ficou sem ser vazada somente em seis oportunidades.
Os números do Datafolha ajudam a explicar as diferenças entre o líder e o vice.
Nos jogos cruzeirenses, a marcação é mais frouxa. Neles acontecem, em média, 247 desarmes e 41 faltas. No caso do São Paulo, esses números são, respectivamente, 256 e 44.
A conseqüência maior disso está justamente no número de chances criadas. São, em média, 29 finalizações nas partidas com o Cruzeiro, cinco a mais do que acontece nos jogos são-paulinos. E, no caso dos mineiros, elas são feitas com mais liberdade, tanto que 39% (contando as executadas e as sofridas) têm a direção certa, contra 33% da pontaria nos duelos envolvendo o São Paulo.
A tática das duas equipes também é diferente. Com Dorival Jr., os mineiros sempre apostam no 4-4-2, com os dois meias quase sempre se transformando em atacantes. No São Paulo, Muricy prioriza o 3-5-2, que blinda a sua defesa.


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