São Paulo, quarta-feira, 03 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RÉGIS ANDAKU

Dos limões, uma limonada

Torneio de Bancoc, sem estrelas, tira os irmãos Ratiwatana do folclore e coloca mais fogo no circuito

HÁ ALGUNS anos o tênis olha o mercado asiático com um interesse acima do comum. Torneios no Japão sempre existiram, mas os na China, Índia e até Tailândia e Vietnã fazem parte desse "movimento de mercado" da ATP.
Nos últimos anos, o Torneio de Bancoc, por exemplo, não precisou de muito esforço para ganhar as manchetes, internamente e mundo afora. Em 2004, Roger Federer foi lá -e a final contra Andy Roddick, em uma fase em que os dois apareciam como os grandes nomes do tênis mundial, foi a cereja do bolo.
No ano seguinte, Federer reapareceu -e adivinha? Uma final contra a revelação inglesa Andy Murray caiu como uma luva para os organizadores locais, o público e a ATP. No ano passado, Federer não foi (preferiu outro mercado asiático, o japonês), mas James Blake, então promovido a estrela da vez pelos organizadores, não decepcionou -foi o campeão.
Neste ano, os organizadores se viram em situação delicada. Federer de cara estava fora. Blake idem. Novak Djokovic e Roddick disseram que iam, mas desistiram em cima da hora. Foram substituídos, respectivamente, pelo suíço George Bastl e pelo norte-americano Phillip King.
Mas, como de vários limões a arte se consiste em fazer uma bela limonada, eis que o Torneio de Bancoc chegou ao fim no domingo com um jogo histórico. Os irmãos Sonchat e Sanchai Ratiwatana, famosos fora da Tailândia só pela similaridade e sonoridade de seus nomes e que haviam ganhado convite para disputar o torneio, bateram na final os franceses Michael Llodra e Nicolas Mahut e ficaram com o título de duplas.
Os Ratiwatana passaram um a um os rivais, quase todas duplas mais experimentadas. Na final, 8.000 tailandeses no Impact Arena, eles levantaram a torcida local com seu entusiasmo e uma virada de fazer inveja aos grandes campeões. Suas comemorações de ponto com pulos "peito no peito", a exemplo dos famosos irmãos Brian, gêmeos número um do ranking de duplas, deixaram uma marca. Agora, os irmãos, simpáticos ao extremo, deixaram de ser folclore e ganharam visibilidade. O torneio, do outro lado do mundo, cercado de desconfianças e sem estrelas, já valeu a pena.

E O FUTURO?
O "Tennis Business 2007" suscitou discussão interessante: para onde vão os jovens que outrora experimentavam o tênis? Lojistas relatam que o consumidor de material de tênis é hoje "o velho".

PELO BRASIL
Daniel Silva bateu o colombiano Alejandro Gonzalez e ficou com o título do Future de Recife.

EM RIBEIRÃO PRETO
Charles Costa, Fernanda Dias (18 anos), Rafael Paez, Maria Claudia Sant'Anna (16), Pietro Jordão, Gabriela Ce (14), Eduardo Lavoura e Jordana Peres (12) ganharam a sexta etapa do Circuito Unimed.


reandaku@uol.com.br

Texto Anterior: Basquete: Seleção chega a SP, e treinador viaja à Europa
Próximo Texto: Morre aos 75 pioneiro da natação
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.