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RÉGIS ANDAKU
Dos limões, uma limonada
Torneio de Bancoc, sem estrelas, tira os irmãos Ratiwatana do folclore e coloca mais fogo no circuito
HÁ ALGUNS anos o tênis olha o
mercado asiático com um
interesse acima do comum.
Torneios no Japão sempre existiram, mas os na China, Índia e até
Tailândia e Vietnã fazem parte desse
"movimento de mercado" da ATP.
Nos últimos anos, o Torneio de
Bancoc, por exemplo, não precisou
de muito esforço para ganhar as
manchetes, internamente e mundo
afora. Em 2004, Roger Federer foi lá
-e a final contra Andy Roddick, em
uma fase em que os dois apareciam
como os grandes nomes do tênis
mundial, foi a cereja do bolo.
No ano seguinte, Federer reapareceu -e adivinha? Uma final contra a
revelação inglesa Andy Murray caiu
como uma luva para os organizadores locais, o público e a ATP. No ano
passado, Federer não foi (preferiu
outro mercado asiático, o japonês),
mas James Blake, então promovido
a estrela da vez pelos organizadores,
não decepcionou -foi o campeão.
Neste ano, os organizadores se viram em situação delicada. Federer
de cara estava fora. Blake idem. Novak Djokovic e Roddick disseram
que iam, mas desistiram em cima da
hora. Foram substituídos, respectivamente, pelo suíço George Bastl e
pelo norte-americano Phillip King.
Mas, como de vários limões a arte
se consiste em fazer uma bela limonada, eis que o Torneio de Bancoc
chegou ao fim no domingo com um
jogo histórico. Os irmãos Sonchat e
Sanchai Ratiwatana, famosos fora
da Tailândia só pela similaridade e
sonoridade de seus nomes e que haviam ganhado convite para disputar
o torneio, bateram na final os franceses Michael Llodra e Nicolas Mahut e ficaram com o título de duplas.
Os Ratiwatana passaram um a um
os rivais, quase todas duplas mais
experimentadas. Na final, 8.000 tailandeses no Impact Arena, eles levantaram a torcida local com seu entusiasmo e uma virada de fazer inveja aos grandes campeões.
Suas comemorações de ponto
com pulos "peito no peito", a exemplo dos famosos irmãos Brian, gêmeos número um do ranking de duplas, deixaram uma marca. Agora, os
irmãos, simpáticos ao extremo, deixaram de ser folclore e ganharam visibilidade. O torneio, do outro lado
do mundo, cercado de desconfianças e sem estrelas, já valeu a pena.
E O FUTURO?
O "Tennis Business 2007" suscitou discussão interessante: para
onde vão os jovens que outrora experimentavam o tênis? Lojistas relatam que o consumidor de material de tênis é hoje "o velho".
PELO BRASIL
Daniel Silva bateu o colombiano
Alejandro Gonzalez e ficou com o
título do Future de Recife.
EM RIBEIRÃO PRETO
Charles Costa, Fernanda Dias (18
anos), Rafael Paez, Maria Claudia
Sant'Anna (16), Pietro Jordão, Gabriela Ce (14), Eduardo Lavoura e
Jordana Peres (12) ganharam a
sexta etapa do Circuito Unimed.
reandaku@uol.com.br
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