São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

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FUTEBOL

Congresso médico da entidade começa hoje no México e discute casos de jogadores que morream após cair em campo

Fifa coloca em pauta a morte de Serginho

DA REPORTAGEM LOCAL

O caso do zagueiro Serginho, 30, do São Caetano, morto na última quarta-feira após parada cardiorrespiratória, irá pautar o Congresso Médico da Fifa, em Cancún, no México, que discutirá a partir de hoje até o próximo sábado a morte súbita de jogadores em campos de futebol.
O debate integra os fóruns comemorativos pelo centenário da entidade máxima do futebol e já estava agendado antes da morte há uma semana de Serginho, que sofria de cardiomiopatia hipertrófica assimétrica (doença que incha o coração e pode comprometer o bombeamento de sangue e gerar arritimias).
Além do brasileiro, outros casos famosos de mortes após problemas cardíacos -o camaronês Marc-Vivien Foé, na Copa das Confederações, em 2003, e o húngaro Miklos Fehér, do Benfica, em janeiro passado- devem agitar a discussão entre especialistas médicos de mais de cem países das Américas e da Europa. Eles tratarão de detalhes e condutas nos atendimentos clínicos e de como deverá ser o tratamento do atleta.
Consultor especial da Fifa e médico cardiologista, o brasileiro Nabil Ghorayeb, 58, comandará o debate ao lado do belga Michel de Ceuninck e do mexicano Alejandro Ponce.
"O congresso veio num momento propício, coincidindo com a morte do Serginho. Mas será importante para buscarmos novas soluções para o tema no mundo", disse Ghorayeb, que também preside o grupo de estudos em cardiologia do esporte da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Segundo informou ontem o site do jornal mexicano El Nacional, médicos dos milionários clubes Real Madrid e Barcelona (ESP) e da Inter de Milão (ITA) também estarão presentes.
Doping e violência nos estádios, lesões, nutrição e rendimento dos atletas serão outros temas.
Ghorayeb deverá apresentar as considerações sobre o Congresso Médico da Fifa nos dias 29 e 30 de novembro, no "Fórum de debates sobre a atuação dos médicos no futebol", em São Paulo. O local não foi definido ainda.
Foram convidados para este fórum os médicos dos 24 clubes da Série A e os dos quatro times (Avaí, Bahia, Brasiliense e Fortaleza) que buscam o acesso.
"Precisamos é padronizar o atendimento médico nos clubes de futebol. Um exemplo: definir como será o atendimento de socorro nos estádios. Acho que vale até discutir a entrada do carro de emergência dentro do gramado", disse José Luiz Runco, ortopedista e chefe do departamento médico da seleção brasileira.
Runco, assim como o chefe da equipe médica do Corinthians, o cardiologista Paulo Faria, ficaram no Brasil. "Vou esperar por novidades de lá", disse Faria.
O Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP) vai encaminhar à Federação Paulista de Futebol proposta de parceria para realização de exames nos clubes paulistas.


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