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FUTEBOL
Congresso médico da entidade começa hoje no México e discute casos de jogadores que morream após cair em campo
Fifa coloca em pauta a morte de Serginho
DA REPORTAGEM LOCAL
O caso do zagueiro Serginho,
30, do São Caetano, morto na última quarta-feira após parada cardiorrespiratória, irá pautar o
Congresso Médico da Fifa, em
Cancún, no México, que discutirá
a partir de hoje até o próximo sábado a morte súbita de jogadores
em campos de futebol.
O debate integra os fóruns comemorativos pelo centenário da
entidade máxima do futebol e já
estava agendado antes da morte
há uma semana de Serginho, que
sofria de cardiomiopatia hipertrófica assimétrica (doença que
incha o coração e pode comprometer o bombeamento de sangue
e gerar arritimias).
Além do brasileiro, outros casos
famosos de mortes após problemas cardíacos -o camaronês
Marc-Vivien Foé, na Copa das
Confederações, em 2003, e o húngaro Miklos Fehér, do Benfica, em
janeiro passado- devem agitar a
discussão entre especialistas médicos de mais de cem países das
Américas e da Europa. Eles tratarão de detalhes e condutas nos
atendimentos clínicos e de como
deverá ser o tratamento do atleta.
Consultor especial da Fifa e médico cardiologista, o brasileiro
Nabil Ghorayeb, 58, comandará o
debate ao lado do belga Michel de
Ceuninck e do mexicano Alejandro Ponce.
"O congresso veio num momento propício, coincidindo com
a morte do Serginho. Mas será
importante para buscarmos novas soluções para o tema no mundo", disse Ghorayeb, que também
preside o grupo de estudos em
cardiologia do esporte da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Segundo informou ontem o site
do jornal mexicano El Nacional,
médicos dos milionários clubes
Real Madrid e Barcelona (ESP) e
da Inter de Milão (ITA) também
estarão presentes.
Doping e violência nos estádios,
lesões, nutrição e rendimento dos
atletas serão outros temas.
Ghorayeb deverá apresentar as
considerações sobre o Congresso
Médico da Fifa nos dias 29 e 30 de
novembro, no "Fórum de debates
sobre a atuação dos médicos no
futebol", em São Paulo. O local
não foi definido ainda.
Foram convidados para este fórum os médicos dos 24 clubes da
Série A e os dos quatro times
(Avaí, Bahia, Brasiliense e Fortaleza) que buscam o acesso.
"Precisamos é padronizar o
atendimento médico nos clubes
de futebol. Um exemplo: definir
como será o atendimento de socorro nos estádios. Acho que vale
até discutir a entrada do carro de
emergência dentro do gramado",
disse José Luiz Runco, ortopedista e chefe do departamento médico da seleção brasileira.
Runco, assim como o chefe da
equipe médica do Corinthians, o
cardiologista Paulo Faria, ficaram
no Brasil. "Vou esperar por novidades de lá", disse Faria.
O Incor (Instituto do Coração
do Hospital das Clínicas da USP)
vai encaminhar à Federação Paulista de Futebol proposta de parceria para realização de exames
nos clubes paulistas.
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