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FUTEBOL
Ídolo de todas as torcidas
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
No início de sua carreira,
Robinho atuava mais pela
esquerda. Ele recuava, marcava,
avançava e entrava em diagonal
para o meio. Hoje, é um atacante
que se movimenta por todos os lados. Todo craque de um time costuma também jogar pelo meio,
por onde passam as bolas. Por
atuar mais próximo do gol e ter
melhorado a finalização, Robinho faz mais gols e é mais completo do que antes.
Robinho já é um excepcional
atacante, mas dificilmente será
tão bom e terá o mesmo prestígio
mundial do Ronaldinho Gaúcho
e do Kaká. Falta ao Robinho a estrutura física desses dois craques.
Robinho é hoje o ídolo de todas
as torcidas do Brasil, como disse o
comentarista e ex-craque Leivinha. Todos querem vê-lo jogar. A
admiração e o carinho dos torcedores ultrapassam a análise técnica. A sua maneira leve, fantasiosa, talentosa e eficiente de
atuar e o sorriso espontâneo de
garoto encantam a todos. Menos
ao Parreira.
Na posição que atua no Santos,
a mesma do Ronaldinho Gaúcho
na seleção, Robinho não terá,
nem na reserva, chances até o
Mundial de 2006. Adriano é, merecidamente, o primeiro reserva
do Ronaldinho Gaúcho. Para o
Parreira, Luis Fabiano é o segundo, e Júlio Baptista, provavelmente, o terceiro.
Parreira disse no programa "Esporte Espetacular" que poderá
experimentar (ainda não sabe
quando) o Adriano ao lado dos
dois Ronaldinhos e do Kaká. Seria uma ótima alternativa para
algumas partidas, como a contra
a Colômbia. Porém, pela sua leveza, capacidade de recuar, desarmar e atacar, seria mais fácil
adaptar o Robinho.
Tentar escalar os melhores deveria ser uma preocupação de todos os técnicos, desde que esses jogadores sejam capazes de executar bem funções diferentes das
habituais. Foi o que fizeram, com
sucesso, Zagallo no Mundial de
70, Telê Santana no de 82 e Felipão em 2002, quando colocou os
três "erres" no ataque.
Turma de cima
Na disputa pelo título brasileiro
e pelos quatro primeiros lugares,
a novidade é o Palmeiras. Quando o time era líder ou um dos primeiros, achava que era uma posição passageira devido à pouca
qualidade individual.
O Palmeiras caiu para o oitavo
lugar, onde imaginei que ficaria
ou poderia descer ainda mais.
Hoje, é o terceiro colocado no
Brasileiro. O time é melhor do que
pensava.
Com a contusão do Dagoberto e
a queda coletiva do Atlético-PR, o
Santos passou a ser o principal favorito. O Santos é a equipe que
mais vezes encanta, principalmente contra fracas defesas como
a do Fluminense, mas a diferença
técnica sobre os concorrentes ao
título é pequena.
São Paulo e São Caetano fazem
hoje o jogo de 31 minutos. Os dois
times vão demorar 15 minutos
para esquentar e estudar o adversário, como é habitual, ou vão iniciar a partida como se estivessem
perdendo?
Deveriam arriscar para conseguir os três pontos.
Homem educado
Os principais motivos da situação perigosa do Flamengo foram
a soberba e a ilusão criada após o
título estadual, quando o presidente, diretores e o técnico Abel
Braga diziam que o time estava
no nível dos melhores do país, que
o Felipe era o maior jogador brasileiro e que o Fla-Futebol era
uma revolução profissional.
Após ser demitido, Ricardo Gomes elogiou os diretores profissionais e amadores, disse que não estava frustrado com a passagem
pelo clube, que todos os problemas fora de campo eram conseqüências da falta de vitórias e que
o Flamengo não corre riscos de
cair para a segunda divisão. São
apenas palavras formais de um
homem educado e que não quer
ter atritos com ninguém.
Nova tragédia
Morreu no domingo em Brasópolis, sul de Minas, quando jogava uma partida de futebol, Antonio Mauro dos Santos, 37. Mais
uma tragédia humana.
Está para ser votada no Congresso a lei que obriga a instalação de serviços de urgência em todos os lugares públicos com mais
de 2.000 pessoas. Todos os estádios precisam ter essa estrutura
para atender bem aos atletas e a
todos os presentes, como existe no
Morumbi e em outros grandes estádios. Com certeza, não há essas
condições na maioria dos pequenos campos de futebol. Não bastam ambulância e oxigênio.
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
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