São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

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FUTEBOL

Ídolo de todas as torcidas

TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA

No início de sua carreira, Robinho atuava mais pela esquerda. Ele recuava, marcava, avançava e entrava em diagonal para o meio. Hoje, é um atacante que se movimenta por todos os lados. Todo craque de um time costuma também jogar pelo meio, por onde passam as bolas. Por atuar mais próximo do gol e ter melhorado a finalização, Robinho faz mais gols e é mais completo do que antes.
Robinho já é um excepcional atacante, mas dificilmente será tão bom e terá o mesmo prestígio mundial do Ronaldinho Gaúcho e do Kaká. Falta ao Robinho a estrutura física desses dois craques.
Robinho é hoje o ídolo de todas as torcidas do Brasil, como disse o comentarista e ex-craque Leivinha. Todos querem vê-lo jogar. A admiração e o carinho dos torcedores ultrapassam a análise técnica. A sua maneira leve, fantasiosa, talentosa e eficiente de atuar e o sorriso espontâneo de garoto encantam a todos. Menos ao Parreira.
Na posição que atua no Santos, a mesma do Ronaldinho Gaúcho na seleção, Robinho não terá, nem na reserva, chances até o Mundial de 2006. Adriano é, merecidamente, o primeiro reserva do Ronaldinho Gaúcho. Para o Parreira, Luis Fabiano é o segundo, e Júlio Baptista, provavelmente, o terceiro.
Parreira disse no programa "Esporte Espetacular" que poderá experimentar (ainda não sabe quando) o Adriano ao lado dos dois Ronaldinhos e do Kaká. Seria uma ótima alternativa para algumas partidas, como a contra a Colômbia. Porém, pela sua leveza, capacidade de recuar, desarmar e atacar, seria mais fácil adaptar o Robinho.
Tentar escalar os melhores deveria ser uma preocupação de todos os técnicos, desde que esses jogadores sejam capazes de executar bem funções diferentes das habituais. Foi o que fizeram, com sucesso, Zagallo no Mundial de 70, Telê Santana no de 82 e Felipão em 2002, quando colocou os três "erres" no ataque.

Turma de cima
Na disputa pelo título brasileiro e pelos quatro primeiros lugares, a novidade é o Palmeiras. Quando o time era líder ou um dos primeiros, achava que era uma posição passageira devido à pouca qualidade individual.
O Palmeiras caiu para o oitavo lugar, onde imaginei que ficaria ou poderia descer ainda mais. Hoje, é o terceiro colocado no Brasileiro. O time é melhor do que pensava.
Com a contusão do Dagoberto e a queda coletiva do Atlético-PR, o Santos passou a ser o principal favorito. O Santos é a equipe que mais vezes encanta, principalmente contra fracas defesas como a do Fluminense, mas a diferença técnica sobre os concorrentes ao título é pequena.
São Paulo e São Caetano fazem hoje o jogo de 31 minutos. Os dois times vão demorar 15 minutos para esquentar e estudar o adversário, como é habitual, ou vão iniciar a partida como se estivessem perdendo?
Deveriam arriscar para conseguir os três pontos.

Homem educado
Os principais motivos da situação perigosa do Flamengo foram a soberba e a ilusão criada após o título estadual, quando o presidente, diretores e o técnico Abel Braga diziam que o time estava no nível dos melhores do país, que o Felipe era o maior jogador brasileiro e que o Fla-Futebol era uma revolução profissional.
Após ser demitido, Ricardo Gomes elogiou os diretores profissionais e amadores, disse que não estava frustrado com a passagem pelo clube, que todos os problemas fora de campo eram conseqüências da falta de vitórias e que o Flamengo não corre riscos de cair para a segunda divisão. São apenas palavras formais de um homem educado e que não quer ter atritos com ninguém.

Nova tragédia
Morreu no domingo em Brasópolis, sul de Minas, quando jogava uma partida de futebol, Antonio Mauro dos Santos, 37. Mais uma tragédia humana.
Está para ser votada no Congresso a lei que obriga a instalação de serviços de urgência em todos os lugares públicos com mais de 2.000 pessoas. Todos os estádios precisam ter essa estrutura para atender bem aos atletas e a todos os presentes, como existe no Morumbi e em outros grandes estádios. Com certeza, não há essas condições na maioria dos pequenos campos de futebol. Não bastam ambulância e oxigênio.

E-mail
tostao.folha@uol.com.br


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