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TÊNIS
Conclusões
THALES DE MENEZES
Depois do evento tenístico do
último fim-de-semana, é hora
de julgar os três protagonistas:
os dois tenistas e o público.
Gustavo Kuerten - Foi envolvido pela pressão que a torcida
quis fazer sobre Richard Krajicek. Jogou bem nos dois primeiros sets, mas perdeu o controle
quando o rival entregou games
no início do set decisivo.
Para o próximo ano, Kuerten
precisa tomar algumas decisões.
Se ele não afastar o circo montado a seu redor, diminuindo os
compromissos com patrocinadores e renegando o assédio absurdo de mídia e público, pode
comprometer sua carreira.
Aos 21 anos, agora é hora de
investir em seu jogo. Ele não
pode ter tantos altos e baixos,
nem perder um jogo em que o
adversário entrega os três primeiros games do set decisivo.
Talvez o melhor exemplo a seguir seja Ivan Lendl, que sentiu
a mesma pressão aos 20 anos e
adotou como estratégia uma vida de monge, recusando badalação de qualquer espécie. Perdeu algum dinheiro na época,
quase fugindo dos patrocinadores, mas consolidou seu jogo para ser o número um do mundo.
Resta saber se Kuerten está
disposto ao sacrifício.
Richard Krajicek - Joga uma
barbaridade. Realmente, se não
tivesse sofrido tanto com contusões seguidas, teria uma carreira mais brilhante. Seu jogo é de
"top ten", não está limitado ao
saque realmente devastador.
Sem a bagunça da torcida, venceria Kuerten em dois sets, até
sem forçar muito.
Torcedor brasileiro - O que
esperar do público num país em
que torcedores profissionais são
contratados para soprar cornetas no ouvido dos tenistas estrangeiros?
Se o público não teve culpa no
episódio Brasil x Áustria, em
1996, quando Thomas Muster
abandonou seu jogo da Davis
em São Paulo, agora a coisa foi
feia. Um espetáculo dantesco
no Ibirapuera, que vai repercutir lá fora e legitimar as reclamações austríacas. É triste.
NOTAS
O ano Bjorkman
Pela segunda vez em três
anos, Pete Sampras abandona
por contusão um jogo diante
de sueco, e os EUA acabam
perdendo para os escandinavos. Está certo que contusão é
imprevisível, mas faltou inteligência e sensibilidade ao técnico americano. A equipe poderia ter um tenista mais tarimbado no banco. Jim Courier seria muito mais útil do que Todd
Martin. Davis é sempre complicada, é para tenistas experientes. E Michael Chang pode
ser ainda o número 3 do mundo, mas atravessa há dois meses uma fase lamentável, sem
ganhar de ninguém. Foi dominado por Jonas Bjorkman, que,
com grande exibição nas duplas, encerrou com chave de
ouro sua melhor temporada.
Agassi, de novo?
Um ano e meio após a Olimpíada, Andre Agassi sente novamente o gosto de um título,
batendo Sargis Sargsian na final de Burbank (EUA). Será
que agora ele volta mesmo?
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