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BASQUETE
Jogo baixo
MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE
Pela primeira vez nos últimos 19 campeonatos, nenhum dos dez principais cestinhas da NBA tem mais de 2,05 m.
Outra constatação rara na história da liga norte-americana, os
"top ten", como um grupo, já não
rompem a barreira de 2,00 m. Ostentam, em média, 1,98 m.
Quem ocupa o topo da artilharia é o ala Tracy McGrady (Orlando), 2,03 m. Na sequência,
aparecem Allen Iverson (Philadelphia), 1,83 m, Kobe Bryant
(Los Angeles Lakers), 2,01 m, Paul
Pierce (Boston), 1,98 m, Steve
Francis (Houston), 1,91 m...
A lista de "baixinhos" segue até
a 13ª posição. Só aí surge alguém
com mais de 2,10 m: o alemão
Dirk Nowitzki (Dallas), 2,13 m.
Os três times mais altos registram, somados, 18 vitórias e 32
derrotas, um aproveitamento ridículo de 36%. Se o campeonato
terminasse hoje, Toronto, Washington e Los Angeles Clippers estariam fora dos mata-matas.
Já as três equipes mais baixas
da NBA combinam uma campanha bem decente, 26 triunfos em
51 rodadas. Se o New York faz
feio, Detroit e Minnesota parecem
trilhar tranquilos à classificação.
A diretoria achou que podia sonhar além do inesperado vice-campeonato de 01/02 e desmontou a base titular para viabilizar
a contratação de Dikembe Mutombo, 2,18 m. Mas o africano
sente os 36 anos e não decolou
-magros 7,1 rebotes e 7,3 pontos
por partida. O New Jersey ocupa a
modesta sexta colocação no Leste.
A doença renal de Alonzo
Mourning, 2,08 m, agravou-se, e o
Miami, com a folha de pagamentos engessada, não teve tempo para remontar seu time. Com apenas quatro vitórias, rasteja a terceira pior campanha da liga.
O Chicago, com desempenho
idêntico, já percebeu que o duo
Eddie Curry, 2,11 m, e Tyson
Chandler, 2,16 m, ambos de 20
anos, vai precisar de mais uma
temporada para desabrochar.
Por anos, o Cleveland lamentou
a ausência de Zyldrunas Ilgauskas, 2,21 m, atormentado por
uma série de contusões. Pois o lituano recuperou-se, e a sorte da
equipe não mudou. Segura a lanterna, 16 derrotas em 18 jogos.
Michael Olowokandi, 2,13 m, já
é apontado como o segundo melhor da posição na Conferência
Oeste. Como é o último ano de seu
contrato com o LA Clippers, esperava-se que arrebentasse em busca de aumento. Mas foi seu joelho
que arrebentou. Os Clippers só
ganharam seis vezes até aqui.
Os Lakers, da mesma cidade,
também têm apenas seis vitórias
em 18 rodadas. Sentiram a falta
de Shaquille O'Neal, 2,16 m, que
operou o pé. O gigante já voltou; o
basquete tricampeão não.
Jogo no pau, segundos finais, a
quem você entregaria a bola?
Os estatísticos da NBA quiseram resolver essa questão, uma
das mais divertidas do basquete.
Levantaram a produtividade de
todos os atletas nos dois minutos
finais de todas as partidas.
Os computadores então distinguiram Allen Iverson, 1,83 m, como aquele que mais decide nos
momentos cruciais. Em segundo
lugar, está outro "baixinho",
Gary Payton (Seattle), 1,93 m.
Você ainda considera o basquete um jogo exclusivo de gigantes?
Rasteira 1
Ben Wallace (Detroit), o maior reboteiro da NBA -fantásticas
15,3 bolas por jogo-, tem 2,06 m. É mais baixo do que os quatro
"pivôs" que o Brasil enviou ao Mundial de Indianápolis -Anderson (2,07 m), Splitter (2,08 m), Sandro (2,10 m) e Baby (2,10 m).
Rasteira 2
O jogador da NBA atualmente tem, em média, 2,02 m -exatamente o mesmo número do campeonato passado.
Rasteira 3
O grande vexame -por enquanto- do time de Nenê deveu-se
justamente ao menor dos mais de 400 jogadores da NBA. Dois dias
depois de assinar com o Golden State, o armador Earl Boykins, 1,65
m, marcou 16 de seus 20 pontos em menos de seis minutos e ajudou a pulverizar uma desvantagem de 21 pontos no final do terceiro quarto, comandando a virada histórica no ginásio do Denver.
E-mail melk@uol.com.br
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