São Paulo, terça-feira, 03 de dezembro de 2002

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BASQUETE

Jogo baixo

MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE

Pela primeira vez nos últimos 19 campeonatos, nenhum dos dez principais cestinhas da NBA tem mais de 2,05 m.
Outra constatação rara na história da liga norte-americana, os "top ten", como um grupo, já não rompem a barreira de 2,00 m. Ostentam, em média, 1,98 m.
Quem ocupa o topo da artilharia é o ala Tracy McGrady (Orlando), 2,03 m. Na sequência, aparecem Allen Iverson (Philadelphia), 1,83 m, Kobe Bryant (Los Angeles Lakers), 2,01 m, Paul Pierce (Boston), 1,98 m, Steve Francis (Houston), 1,91 m...
A lista de "baixinhos" segue até a 13ª posição. Só aí surge alguém com mais de 2,10 m: o alemão Dirk Nowitzki (Dallas), 2,13 m.

Os três times mais altos registram, somados, 18 vitórias e 32 derrotas, um aproveitamento ridículo de 36%. Se o campeonato terminasse hoje, Toronto, Washington e Los Angeles Clippers estariam fora dos mata-matas.
Já as três equipes mais baixas da NBA combinam uma campanha bem decente, 26 triunfos em 51 rodadas. Se o New York faz feio, Detroit e Minnesota parecem trilhar tranquilos à classificação.

A diretoria achou que podia sonhar além do inesperado vice-campeonato de 01/02 e desmontou a base titular para viabilizar a contratação de Dikembe Mutombo, 2,18 m. Mas o africano sente os 36 anos e não decolou -magros 7,1 rebotes e 7,3 pontos por partida. O New Jersey ocupa a modesta sexta colocação no Leste.
A doença renal de Alonzo Mourning, 2,08 m, agravou-se, e o Miami, com a folha de pagamentos engessada, não teve tempo para remontar seu time. Com apenas quatro vitórias, rasteja a terceira pior campanha da liga.
O Chicago, com desempenho idêntico, já percebeu que o duo Eddie Curry, 2,11 m, e Tyson Chandler, 2,16 m, ambos de 20 anos, vai precisar de mais uma temporada para desabrochar.
Por anos, o Cleveland lamentou a ausência de Zyldrunas Ilgauskas, 2,21 m, atormentado por uma série de contusões. Pois o lituano recuperou-se, e a sorte da equipe não mudou. Segura a lanterna, 16 derrotas em 18 jogos.
Michael Olowokandi, 2,13 m, já é apontado como o segundo melhor da posição na Conferência Oeste. Como é o último ano de seu contrato com o LA Clippers, esperava-se que arrebentasse em busca de aumento. Mas foi seu joelho que arrebentou. Os Clippers só ganharam seis vezes até aqui.
Os Lakers, da mesma cidade, também têm apenas seis vitórias em 18 rodadas. Sentiram a falta de Shaquille O'Neal, 2,16 m, que operou o pé. O gigante já voltou; o basquete tricampeão não.

Jogo no pau, segundos finais, a quem você entregaria a bola?
Os estatísticos da NBA quiseram resolver essa questão, uma das mais divertidas do basquete. Levantaram a produtividade de todos os atletas nos dois minutos finais de todas as partidas.
Os computadores então distinguiram Allen Iverson, 1,83 m, como aquele que mais decide nos momentos cruciais. Em segundo lugar, está outro "baixinho", Gary Payton (Seattle), 1,93 m.

Você ainda considera o basquete um jogo exclusivo de gigantes?

Rasteira 1
Ben Wallace (Detroit), o maior reboteiro da NBA -fantásticas 15,3 bolas por jogo-, tem 2,06 m. É mais baixo do que os quatro "pivôs" que o Brasil enviou ao Mundial de Indianápolis -Anderson (2,07 m), Splitter (2,08 m), Sandro (2,10 m) e Baby (2,10 m).

Rasteira 2
O jogador da NBA atualmente tem, em média, 2,02 m -exatamente o mesmo número do campeonato passado.

Rasteira 3
O grande vexame -por enquanto- do time de Nenê deveu-se justamente ao menor dos mais de 400 jogadores da NBA. Dois dias depois de assinar com o Golden State, o armador Earl Boykins, 1,65 m, marcou 16 de seus 20 pontos em menos de seis minutos e ajudou a pulverizar uma desvantagem de 21 pontos no final do terceiro quarto, comandando a virada histórica no ginásio do Denver.

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