|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUTOMOBILISMO
Atolada em disputas judiciais e dívidas, equipe inglesa deve anunciar falência nas próximas semanas
FIA corta Arrows, e F-1 terá seu menor Mundial em 32 anos
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A F-1 terá em 2003 seu menor
campeonato em 32 anos. Ontem,
a FIA (entidade máxima do automobilismo) divulgou a relação de
escuderias inscritas para a próxima temporada, sem a Arrows.
Assim, serão apenas dez times
no Mundial: Ferrari, McLaren,
Williams, Renault, Sauber, Jordan, Jaguar, BAR, Minardi e Toyota. É a pior marca desde 1971 -naquele ano, a categoria também teve dez equipes inscritas.
"A Arrows enviou seu pedido
de inscrição, que foi recusado por
motivos já comunicados a seus
dirigentes", afirma a nota da FIA.
A decisão da entidade é um tiro
de misericórdia na equipe, atolada em disputas judiciais e com dívida calculada em US$ 12 milhões.
Em crise, o time não disputou 6
das últimas 7 corridas deste ano.
Sem permissão para correr na
F-1, a Arrows deve pedir falência.
Seria o segundo time a quebrar
em menos de um ano. Prenúncio
dos problemas financeiros que
hoje atingem as estruturas nanicas da categoria, a Prost sucumbiu em janeiro, sem patrocínios.
Apesar de a agonia da equipe
ser conhecida, a rejeição da FIA
surpreendeu. Há duas semanas, a
imprensa alemã chegou a noticiar
que um xeque árabe havia comprado 60% do time. Pelo visto,
não passou de mais um boato.
Ontem, ninguém da Arrows comentou o assunto. Seu site na internet (www.arrowsf1.com), inclusive, estava fora do ar. A Folha tentou falar com Enrique Bernoldi, contratado pelo time desde
2001, mas não obteve resposta.
Na F-1 desde 1978, a Arrows disputou 382 GPs em sua história.
Seus melhores momentos foram no GP dos EUA-Oeste, em
1981, quando cravou a pole, com
Riccardo Patrese, e no GP da
Hungria de 1997, quando quase
venceu a prova, com Damon Hill.
Depois da Fittipaldi e ao lado de
Jordan e Lotus, é o time que mais
acolheu brasileiros. Foram quatro: Bernoldi, Pedro Paulo Diniz,
Chico Serra e Christian Fittipaldi.
Mesmo que alguém compre a estrutura da Arrows, dificilmente
a situação será revertida. Com a
divulgação da lista final da FIA,
qualquer time que quiser entrar
no clube terá que pagar uma caução de US$ 48 milhões à entidade.
A situação contrasta com o passado recente da categoria. Há dez
anos, em 1992, 17 equipes correram a F-1. Em 1989, um recorde:
20 equipes se inscreveram, e 47 pilotos tentaram participar de GPs.
Texto Anterior: Futebol - José Roberto Torero: Goleadores vinícolas Próximo Texto: Colega do fundo do grid, Minardi ganha chance Índice
|