São Paulo, terça-feira, 03 de dezembro de 2002

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AUTOMOBILISMO

Atolada em disputas judiciais e dívidas, equipe inglesa deve anunciar falência nas próximas semanas

FIA corta Arrows, e F-1 terá seu menor Mundial em 32 anos

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A F-1 terá em 2003 seu menor campeonato em 32 anos. Ontem, a FIA (entidade máxima do automobilismo) divulgou a relação de escuderias inscritas para a próxima temporada, sem a Arrows.
Assim, serão apenas dez times no Mundial: Ferrari, McLaren, Williams, Renault, Sauber, Jordan, Jaguar, BAR, Minardi e Toyota. É a pior marca desde 1971 -naquele ano, a categoria também teve dez equipes inscritas.
"A Arrows enviou seu pedido de inscrição, que foi recusado por motivos já comunicados a seus dirigentes", afirma a nota da FIA.
A decisão da entidade é um tiro de misericórdia na equipe, atolada em disputas judiciais e com dívida calculada em US$ 12 milhões. Em crise, o time não disputou 6 das últimas 7 corridas deste ano.
Sem permissão para correr na F-1, a Arrows deve pedir falência. Seria o segundo time a quebrar em menos de um ano. Prenúncio dos problemas financeiros que hoje atingem as estruturas nanicas da categoria, a Prost sucumbiu em janeiro, sem patrocínios.
Apesar de a agonia da equipe ser conhecida, a rejeição da FIA surpreendeu. Há duas semanas, a imprensa alemã chegou a noticiar que um xeque árabe havia comprado 60% do time. Pelo visto, não passou de mais um boato.
Ontem, ninguém da Arrows comentou o assunto. Seu site na internet (www.arrowsf1.com), inclusive, estava fora do ar. A Folha tentou falar com Enrique Bernoldi, contratado pelo time desde 2001, mas não obteve resposta.
Na F-1 desde 1978, a Arrows disputou 382 GPs em sua história.
Seus melhores momentos foram no GP dos EUA-Oeste, em 1981, quando cravou a pole, com Riccardo Patrese, e no GP da Hungria de 1997, quando quase venceu a prova, com Damon Hill.
Depois da Fittipaldi e ao lado de Jordan e Lotus, é o time que mais acolheu brasileiros. Foram quatro: Bernoldi, Pedro Paulo Diniz, Chico Serra e Christian Fittipaldi.
Mesmo que alguém compre a estrutura da Arrows, dificilmente a situação será revertida. Com a divulgação da lista final da FIA, qualquer time que quiser entrar no clube terá que pagar uma caução de US$ 48 milhões à entidade.
A situação contrasta com o passado recente da categoria. Há dez anos, em 1992, 17 equipes correram a F-1. Em 1989, um recorde: 20 equipes se inscreveram, e 47 pilotos tentaram participar de GPs.


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