|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Agonia em dobro marca a queda do Corinthians
Artimanhas e reações da torcida ao duelo em Goiânia ditam ritmo no Olímpico
Grêmio 1
Corinthians 1
DOS ENVIADOS A PORTO ALEGRE
Desespero, agonia e decepção. E tudo em dobro. Foi assim
a partida que terminou como a
mais triste da história quase
centenária do Corinthians. O
suplício do último compromisso corintiano na elite do futebol
somou-se ao que acontecia
bem longe, a mais de 2.000 km
de distância de Porto Alegre.
Não foram só as emoções dos
dois gols do empate no Olímpico que moveram a tarde na capital gaúcha. O Corinthians
também sentiu as conseqüências dos dois gols que marcaram a virada do Goiás no Inter.
O gol de Jonas e o empate de
Clodoaldo intercalaram-se
com o 1 a 0 para os gaúchos no
Serra Dourada e a igualdade
obtida por lá. Tudo no primeiro
tempo dos jogos, que, apesar
das artimanhas dos envolvidos
no rebaixamento, acabaram sofrendo quase ao mesmo tempo.
O Corinthians só entrou em
campo 18 minutos após começar outros jogos da rodada, com
todos os dez jogos para as 16h.
Ganhou, porém, só dois minutos de vantagem para saber o
que acontecia em Goiânia e
reagir a isso. Na primeira etapa,
a estratégia funcionou a contento. O gremista Jonas fez 1 a 0
no primeiro ataque do jogo.
O alívio corintiano, porém,
não se estendeu por longos 30
minutos, tempo que demorou
para Clodoaldo, "a arma secreta" do técnico Nelsinho Baptista -ele foi titular em vez de
Wilson-, acertar o pé e, num
cruzamento pela direita do improvisado ala Carlos Alberto,
empurrar a bola para as redes.
O gol de Orozco para o Inter,
aos 13min do jogo em Goiânia,
11min da partida em Porto Alegre, deu alento ao time.
Mas, antes de vibrar pela própria competência, o Corinthians viveu mais dois minutos
de apreensão. Foi quando a torcida do Grêmio vibrava como
um gol de sua equipe, após rádios e serviço de som informarem o empate do Goiás: Elson,
aos 31min, 29min do Olímpico.
"Não dá para depender dos
outros. Não adianta ficar aqui
empatando e dependendo dos
outros", dizia o goleiro Felipe
ao término da etapa inicial, numa mistura de indignação com
o gol sofrido logo no primeiro
ataque do Grêmio e apreensão
com o que acontecia em Goiás.
O camisa 1 corintiano não sabia, mas profetizou o que viria a
ocorrer. Novamente o Corinthians ganhou vantagem preciosa no relógio. Manteve os
dois minutos de atraso em relação ao duelo em Goiânia.
E, como no primeiro tempo,
a alegria e a decepção se intercalaram. Só que com mais intensidade. Tudo começou
quando a torcida do Grêmio celebrou seu "terceiro" gol.
Já sem esperanças de ver seu
time na Libertadores -o Cruzeiro vencia o América-RN-,
os gaúchos vibraram alucinadamente quando o Goiás teve
um pênalti a seu favor, contra o
Inter, e que só se transformou
em gol após três cobranças.
Para o Corinthians, os 38 minutos que o separaram daquele
momento até a confirmação da
queda foram desespero puro.
Desespero para Nelsinho,
que pôs em campo toda a força
ofensiva do banco, tornando o
esquema cauteloso, com quatro
volantes, em tentativa de pressionar, com dois meias (Héverton e Aílton) e três atacantes
(Lulinha, Clodoaldo e Arce).
Desespero também viveu Felipe em duas tentativas de fazer
de cabeça, quando a vitória do
Goiás já era sem volta -em ambas, ele nem relou na bola. O
apito final transformou em realidade o pesadelo da Série B.0
(EDUARDO ARRUDA E PAULO GALDIERI)
Texto Anterior: No ano de escândalos, Corinthians cai Próximo Texto: Pé torto: Corintianos finalizam menos e com acerto de somente 33% Índice
|