São Paulo, segunda-feira, 03 de dezembro de 2007

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Agonia em dobro marca a queda do Corinthians

Artimanhas e reações da torcida ao duelo em Goiânia ditam ritmo no Olímpico

Grêmio 1
Corinthians 1

DOS ENVIADOS A PORTO ALEGRE

Desespero, agonia e decepção. E tudo em dobro. Foi assim a partida que terminou como a mais triste da história quase centenária do Corinthians. O suplício do último compromisso corintiano na elite do futebol somou-se ao que acontecia bem longe, a mais de 2.000 km de distância de Porto Alegre.
Não foram só as emoções dos dois gols do empate no Olímpico que moveram a tarde na capital gaúcha. O Corinthians também sentiu as conseqüências dos dois gols que marcaram a virada do Goiás no Inter.
O gol de Jonas e o empate de Clodoaldo intercalaram-se com o 1 a 0 para os gaúchos no Serra Dourada e a igualdade obtida por lá. Tudo no primeiro tempo dos jogos, que, apesar das artimanhas dos envolvidos no rebaixamento, acabaram sofrendo quase ao mesmo tempo. O Corinthians só entrou em campo 18 minutos após começar outros jogos da rodada, com todos os dez jogos para as 16h.
Ganhou, porém, só dois minutos de vantagem para saber o que acontecia em Goiânia e reagir a isso. Na primeira etapa, a estratégia funcionou a contento. O gremista Jonas fez 1 a 0 no primeiro ataque do jogo.
O alívio corintiano, porém, não se estendeu por longos 30 minutos, tempo que demorou para Clodoaldo, "a arma secreta" do técnico Nelsinho Baptista -ele foi titular em vez de Wilson-, acertar o pé e, num cruzamento pela direita do improvisado ala Carlos Alberto, empurrar a bola para as redes.
O gol de Orozco para o Inter, aos 13min do jogo em Goiânia, 11min da partida em Porto Alegre, deu alento ao time.
Mas, antes de vibrar pela própria competência, o Corinthians viveu mais dois minutos de apreensão. Foi quando a torcida do Grêmio vibrava como um gol de sua equipe, após rádios e serviço de som informarem o empate do Goiás: Elson, aos 31min, 29min do Olímpico.
"Não dá para depender dos outros. Não adianta ficar aqui empatando e dependendo dos outros", dizia o goleiro Felipe ao término da etapa inicial, numa mistura de indignação com o gol sofrido logo no primeiro ataque do Grêmio e apreensão com o que acontecia em Goiás.
O camisa 1 corintiano não sabia, mas profetizou o que viria a ocorrer. Novamente o Corinthians ganhou vantagem preciosa no relógio. Manteve os dois minutos de atraso em relação ao duelo em Goiânia.
E, como no primeiro tempo, a alegria e a decepção se intercalaram. Só que com mais intensidade. Tudo começou quando a torcida do Grêmio celebrou seu "terceiro" gol.
Já sem esperanças de ver seu time na Libertadores -o Cruzeiro vencia o América-RN-, os gaúchos vibraram alucinadamente quando o Goiás teve um pênalti a seu favor, contra o Inter, e que só se transformou em gol após três cobranças.
Para o Corinthians, os 38 minutos que o separaram daquele momento até a confirmação da queda foram desespero puro.
Desespero para Nelsinho, que pôs em campo toda a força ofensiva do banco, tornando o esquema cauteloso, com quatro volantes, em tentativa de pressionar, com dois meias (Héverton e Aílton) e três atacantes (Lulinha, Clodoaldo e Arce).
Desespero também viveu Felipe em duas tentativas de fazer de cabeça, quando a vitória do Goiás já era sem volta -em ambas, ele nem relou na bola. O apito final transformou em realidade o pesadelo da Série B.0 (EDUARDO ARRUDA E PAULO GALDIERI)


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