Dirigentes avaliam que houve "interesse" da CBF e do C13 em rebaixar o time e turbinar Série B

Ex-vice de futebol de Alberto Dualib, Andrés Sanches, o atual presidente, culpa a gestão anterior pelo fiasco histórico

ENVIADOS ESPECIAIS A PORTO ALEGRE

A dor e a revolta do Corinthians após o rebaixamento levaram a diretoria do clube a decretar que, agora, o time será "independente". Os alvos da ira: a CBF e o Clube dos 13.
Dirigentes do clube avaliam que houve interesse para que o clube fosse rebaixado para turbinar a Série B, que a partir de 2008 vai contar também com o Bahia como representante do C13, entidade que reúne os 20 principais clubes do Brasil.
Por isso, acreditam que houve "sacanagem", como disse Antoine Gebran, no fato de o Goiás ter repetido três vezes o pênalti que lhe deu a vitória contra o Internacional.
Reclamam também de o STJD não ter liberado Finazzi, suspenso por ofensa ao árbitro no jogo contra o Goiás.
"Queria agradecer à torcida e pedir que todos tenham calma nessa hora. O Corinthians começou sua história com 11 camisas e vai sair dessa [Série B] com mais de 30 milhões de torcedores. Hoje somos uma torcida sofrida, um clube magoado e massacrado. Mas agora será independente. As pessoas vão entender o que quero dizer com isso", afirmou o presidente Andrés Sanches, que assumiu o cargo em 9 de outubro.
O cartola já avisou que pretende negociar em separado os direitos de transmissão dos jogos do clube no próximo ano.
Segundo ele, o Corinthians foi rebaixado também por conta da má gestão de Alberto Dualib, presidente que esteve no cargo entre 1993 e 2007, quando renunciou ao posto -e de quem foi vice de futebol.
"O time caiu por conta de uma administração de 14 anos, com erros. A partir de amanhã todos ficarão sabendo detalhes dessa herança", declarou Sanches, que foi vice de futebol durante o Brasileiro de 2005, vencido em parceria com a MSI.
"Todos temos um pouco de culpa, mas a antiga administração é a maior culpada. Infelizmente, chegamos tarde. Estamos no fundo do poço", lamentou Andrés Sanches, ressaltando que sua administração, de fato, começará hoje.
Ele não quis definir se o técnico Nelsinho Baptista permanecerá no comando da equipe, mas prometeu fazer uma profunda reformulação no departamento de futebol em 2008.
Se a equipe escapasse da queda, a permanência de Nelsinho já era dada como certa.
O primeiro a sair foi o vice de futebol, Antoine Gebran, que em sua despedida, num discurso inflamado e choroso, criticou a CBF e a administração de Alberto Dualib.
"Nunca vi um pênalti ser repetido três vezes. Fico desconfiado do juiz", disse ele, referindo-se ao jogo do Goiás.
"Agora nós vamos fazer a vontade, não sei se da CBF, de enriquecer a segunda divisão", afirmou Gebran.
"O Corinthians está indo para a segunda divisão de cabeça erguida. Faltou competência da antiga diretoria, desta não. Caímos por todo o escândalo que envolveu o clube. Nós pegamos o barco andando", disse o ex-dirigente corintiano.
(EDUARDO ARRUDA E PAULO GALDIERI)


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