São Paulo, segunda-feira, 03 de dezembro de 2007

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Rombo de R$ 95 milhões é mais um adversário para a temporada 2008

DOS ENVIADOS A PORTO ALEGRE

A luta em campo, ao menos por um ano, será na Segundona. E, fora dele, o Corinthians vai se deparar, por mais alguns, com outro grave problema. Após meses de análise, as duas empresas de auditoria contratadas para analisar as contas do clube chegaram ao número do rombo: R$ 95 milhões. O valor da dívida deve ser apresentado hoje à noite em reunião do Cori (Conselho de Orientação) corintiano.
Em seguida, o vice-presidente financeiro do clube, Raul Corrêa da Silva, deve explicar o plano de revitalização econômica. A maior preocupação são os compromissos a curto prazo, no máximo em seis meses, que devem ser honrados. São aproximadamente R$ 30 milhões que precisam ser saldados.
Ontem, após o jogo, Corrêa da Silva disse: "O ano de 2008 será bem melhor que este. Isso não ter nada a ver com a queda, e sim com ações da diretoria." O restante, cerca de R$ 65 milhões, o clube pretende renegociar e, em alguns casos, rolar os pagamentos por pelo menos dois anos, repetindo estratégia do Barcelona, que em 2003 implementou, com sucesso, um plano de recuperação.
Para saldar os débitos mais urgentes, os cartolas corintianos dizem que a melhor saída seria negociar jogadores do elenco atual. Citam como exemplos os atacantes Lulinha, que renovou contrato e cuja multa rescisória é de US$ 50 milhões, e Dentinho.
Recentemente, o clube vendeu outra revelação, o meia Willian, por US$ 19 milhões ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Ficou com cerca de R$ 30 milhões, que estão sendo fundamentais para acertar débitos neste final de temporada. O clube também negocia com a Samsung aumento no patrocínio, que lhe rende cerca de R$ 800 mil por mês. O Corinthians reclama que o valor é metade do que o São Paulo leva da LG.
A multinacional parceira do clube, porém, não parece disposta a pagar mais do que o acordado até o fim de 2008. A maior fonte de receitas do clube, o dinheiro vindo dos direitos de transmissão de seus jogos, já está, em parte, comprometido. O clube adiantou R$ 5 milhões dos R$ 22 milhões referentes à cessão dos jogos do Brasileiro do ano que vem.
Consenso no clube é o de que é preciso montar uma equipe com jogadores competitivos. O projeto de marketing que está sendo elaborado pelo vice da área, Luiz Paulo Rozemberg, em parceria com o publicitário Nizan Guanaes, prevê a obtenção de receitas por meio de colaboração de seus torcedores. O clube quer criar canais de aproximação com seus fãs.
"Eu já vi muitas fases ruins do Corinthians, mas hoje o que eu sinto é que o torcedor se afastou do time. Esses escândalos policiais e a falta de uma equipe competitiva fizeram o torcedor perder sua auto-estima", diz Rozemberg. (EAR E PGA)


Colaborou RICARDO PERRONE, do Painel FC


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