São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2008

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Goiás dá aval a "incentivo" de sulistas

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

"Você não tem direito de matar a vaca para matar os carrapatos." A frase foi dita pelo presidente do Goiás, Pedro Goulart, ao ser questionado pela Folha sobre um eventual incentivo financeiro dado pelo Grêmio para que seu time vença o São Paulo.
"É muito bom que eles [gremistas] não toquem nesse assunto com a gente. Todos os clubes gratificam seus jogadores com vitórias. Clube grande não precisa de ajuda", disse.
No entanto, após ser indagado sobre o que ele faria se o Goiás estivesse na situação do Grêmio, o cartola respondeu: "Se fosse eu, mandava [dinheiro]".
O Goiás reconhece que tem uma dívida de gratidão com o time do Sul. No ano passado, só escapou da Série B porque os gremistas empataram com o Corinthians na última rodada, resultado que acabou rebaixando os paulistas. Goulart, porém, diz que não tem obrigação de "pagar" e que não enviou dinheiro para os gaúchos.
"Se você for pagar todas as dívidas que você tem, vai passar a vida inteira pagando, sem conseguir. Nós sempre estamos devendo para alguém", falou.
Casos de "mala branca" rondam o Goiás nos últimos tempos. Recentemente, o meia Evandro, hoje no Palmeiras, admitiu que o Atlético-PR, seu ex-time, recebeu dinheiro no ano passado para tirar pontos do Corinthians. O jogo terminou 2 a 2.
"Não mandamos para ninguém, não. O Goiás não foi o prego no trilho do Corinthians. Eles venceram a gente em Goiânia [na verdade, o jogo foi 1 a 1] e depois bastava vencer o Vasco em casa para escapar, mas eles perderam."
O presidente do Goiás, porém, diz não ser contra incentivos financeiros. "Olha, se for para ganhar o jogo, eu até perdôo. Mas, se algum jogador receber para perder, é demitido."
Goulart criticou ainda o posicionamento do meia Paulo Baier, principal jogador de sua equipe, por ele ter dito ser torcedor do Grêmio. "É um direito dele torcer para quem quiser, mas não é hora de falar isso. Isso pega mal, muito mal", falou o cartola, que diz ter ótimo relacionamento com as diretorias de Grêmio e São Paulo.
A exceção é o superintendente são-paulino, Marco Aurélio Cunha, que criticou o preço do ingresso para a partida de domingo, em Gama (DF). O clube goiano cobrará entre R$ 150 e R$ 250.
"Aquele dublê de médico, que não deu certo como médico e foi virar dirigente, fica falando coisa da gente, mas não vai estragar nossa amizade com os dirigentes do São Paulo, que é sólida", afirmou o presidente do Goiás.
Apesar disso, Goulart declarou que no estádio Bezerrão a torcida será "100% são-paulina", pois não haverá divisão de torcidas. O dirigente contou que seu clube tem recebido pedidos de muitas empresas paulistas para reserva de ingressos.


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