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Goiás dá aval
a "incentivo"
de sulistas
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
"Você não tem direito de
matar a vaca para matar os
carrapatos." A frase foi dita pelo presidente do
Goiás, Pedro Goulart, ao
ser questionado pela Folha sobre um eventual incentivo financeiro dado
pelo Grêmio para que seu
time vença o São Paulo.
"É muito bom que eles
[gremistas] não toquem
nesse assunto com a gente.
Todos os clubes gratificam
seus jogadores com vitórias. Clube grande não
precisa de ajuda", disse.
No entanto, após ser indagado sobre o que ele faria se o Goiás estivesse na
situação do Grêmio, o cartola respondeu: "Se fosse
eu, mandava [dinheiro]".
O Goiás reconhece que
tem uma dívida de gratidão com o time do Sul. No
ano passado, só escapou
da Série B porque os gremistas empataram com o
Corinthians na última rodada, resultado que acabou rebaixando os paulistas. Goulart, porém, diz
que não tem obrigação de
"pagar" e que não enviou
dinheiro para os gaúchos.
"Se você for pagar todas
as dívidas que você tem,
vai passar a vida inteira
pagando, sem conseguir.
Nós sempre estamos devendo para alguém", falou.
Casos de "mala branca"
rondam o Goiás nos últimos tempos. Recentemente, o meia Evandro,
hoje no Palmeiras, admitiu que o Atlético-PR, seu
ex-time, recebeu dinheiro
no ano passado para tirar
pontos do Corinthians. O
jogo terminou 2 a 2.
"Não mandamos para
ninguém, não. O Goiás não
foi o prego no trilho do Corinthians. Eles venceram a
gente em Goiânia [na verdade, o jogo foi 1 a 1] e depois bastava vencer o Vasco em casa para escapar,
mas eles perderam."
O presidente do Goiás,
porém, diz não ser contra
incentivos financeiros.
"Olha, se for para ganhar o
jogo, eu até perdôo. Mas,
se algum jogador receber
para perder, é demitido."
Goulart criticou ainda o
posicionamento do meia
Paulo Baier, principal jogador de sua equipe, por
ele ter dito ser torcedor do
Grêmio. "É um direito dele torcer para quem quiser,
mas não é hora de falar isso. Isso pega mal, muito
mal", falou o cartola, que
diz ter ótimo relacionamento com as diretorias
de Grêmio e São Paulo.
A exceção é o superintendente são-paulino,
Marco Aurélio Cunha, que
criticou o preço do ingresso para a partida de domingo, em Gama (DF). O
clube goiano cobrará entre
R$ 150 e R$ 250.
"Aquele dublê de médico, que não deu certo como médico e foi virar dirigente, fica falando coisa da
gente, mas não vai estragar nossa amizade com os
dirigentes do São Paulo,
que é sólida", afirmou o
presidente do Goiás.
Apesar disso, Goulart
declarou que no estádio
Bezerrão a torcida será
"100% são-paulina", pois
não haverá divisão de torcidas. O dirigente contou
que seu clube tem recebido pedidos de muitas empresas paulistas para reserva de ingressos.
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