São Paulo, quinta-feira, 03 de dezembro de 2009

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Empresas querem a suspensão de licitação

Ministério do Esporte fará escolha para equipar estádios

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC

A licitação para o novo sistema de acesso aos estádios e monitoramento, elaborado pelo Ministério do Esporte, sofre ataque pesado de algumas empresas que estão de olho na concorrência de R$ 80 milhões. Ao menos dez empresas, segundo a Folha apurou, protocolaram pedido de impugnação do edital. Hoje, duas delas, pelo menos, dizem que entrarão com ação judicial para suspender a licitação, marcada para a próxima segunda-feira.
A alegação é a de que os itens do documento favorecem a escolha da empresa sul-africana DEX Security Solutions.
A Dex é a que fornece o serviço de acesso ao estádio do Beira-Rio, do Internacional. E também no estádio Raulino Oliveira, em Volta Redonda.
O Ministério do Esporte diz que todos os pedidos de impugnação estão sendo respondidos, conforme determina a lei, e que isso é um procedimento normal, ainda mais quando se trata de concorrência em uma "área tão sensível".
Segundo o secretário nacional do Futebol, Alcino Reis Rocha, o sistema utilizado pelo clube gaúcho é o "modelo" a ser adotado nos estádios do país.
Na internet, a DEX diz que está em um "estágio muito avançado de negociações com vários estádios do Brasil".
Um dos pontos mais contestados do edital diz respeito ao sistema operacional a ser implementado. O governo dá preferência a quem usa o Oracle, o mesmo Dex, enquanto a maioria das empresas brasileiras usam o da Microsoft.
Outra queixa diz respeito à exigência de experiência de atuar em só um estádio no Brasil e um no exterior. Na avaliação de alguns reclamantes é necessária atuação mais abrangente dadas as diferenças climáticas no país, que influenciam na manutenção dos equipamentos. Tem preferência também a empresa que tiver serviço de 0800.
Até a maneira de abertura da catraca, reclamam os insatisfeitos, favorece a Dex. O edital prevê vantagem para as aberturas longitudinais, enquanto boa parte da companhias do país tem abertura lateral.
Na semana passada, a Folha revelou que o Congresso aprovou a liberação da primeira parte das verbas com esse objetivo: R$ 28,2 milhões, o que deve contemplar sete arenas. Outros R$ 51,8 milhões foram aprovados no plano orçamentário do próximo ano, atendendo a mais 28 estádios. No total, o gasto será de R$ 80 milhões.
O edital de licitação prevê, no total, compra de 6.700 câmeras e de 117 monitores de LCD.
Da verba inicial, outros R$ 10,2 milhões, segundo o ministério, serão usados para a aquisição de equipamentos e sistemas de controle de acesso.
A licitação prevê sistema de acesso por meio de biometria digital. O Ministério do Esporte, porém diz que, numa primeira etapa, os clubes não serão obrigados a utilizá-la.
De acordo com o secretário do Futebol, os equipamentos para monitorar torcedores serão disponibilizados para todos os estádios, mas sem excluir outras formas de acesso, como bilhetes e cartões magnéticos.
Para ele, os clubes e a CBF devem decidir os setores dos estádios que irão exigir cadastramento de torcedores.


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