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Empresas querem a suspensão de licitação
Ministério do Esporte fará escolha para equipar estádios
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
A licitação para o novo sistema de acesso aos estádios e monitoramento, elaborado pelo
Ministério do Esporte, sofre
ataque pesado de algumas empresas que estão de olho na
concorrência de R$ 80 milhões.
Ao menos dez empresas, segundo a Folha apurou, protocolaram pedido de impugnação
do edital. Hoje, duas delas, pelo
menos, dizem que entrarão
com ação judicial para suspender a licitação, marcada para a
próxima segunda-feira.
A alegação é a de que os itens
do documento favorecem a escolha da empresa sul-africana
DEX Security Solutions.
A Dex é a que fornece o serviço de acesso ao estádio do Beira-Rio, do Internacional. E
também no estádio Raulino
Oliveira, em Volta Redonda.
O Ministério do Esporte diz
que todos os pedidos de impugnação estão sendo respondidos, conforme determina a lei,
e que isso é um procedimento
normal, ainda mais quando se
trata de concorrência em uma
"área tão sensível".
Segundo o secretário nacional do Futebol, Alcino Reis Rocha, o sistema utilizado pelo
clube gaúcho é o "modelo" a ser
adotado nos estádios do país.
Na internet, a DEX diz que
está em um "estágio muito
avançado de negociações com
vários estádios do Brasil".
Um dos pontos mais contestados do edital diz respeito ao
sistema operacional a ser implementado. O governo dá preferência a quem usa o Oracle, o
mesmo Dex, enquanto a maioria das empresas brasileiras
usam o da Microsoft.
Outra queixa diz respeito à
exigência de experiência de
atuar em só um estádio no Brasil e um no exterior. Na avaliação de alguns reclamantes é
necessária atuação mais abrangente dadas as diferenças climáticas no país, que influenciam na manutenção dos equipamentos. Tem preferência
também a empresa que tiver
serviço de 0800.
Até a maneira de abertura da
catraca, reclamam os insatisfeitos, favorece a Dex. O edital
prevê vantagem para as aberturas longitudinais, enquanto
boa parte da companhias do
país tem abertura lateral.
Na semana passada, a Folha
revelou que o Congresso aprovou a liberação da primeira
parte das verbas com esse objetivo: R$ 28,2 milhões, o que deve contemplar sete arenas. Outros R$ 51,8 milhões foram
aprovados no plano orçamentário do próximo ano, atendendo a mais 28 estádios. No total,
o gasto será de R$ 80 milhões.
O edital de licitação prevê, no
total, compra de 6.700 câmeras
e de 117 monitores de LCD.
Da verba inicial, outros R$
10,2 milhões, segundo o ministério, serão usados para a aquisição de equipamentos e sistemas de controle de acesso.
A licitação prevê sistema de
acesso por meio de biometria
digital. O Ministério do Esporte, porém diz que, numa primeira etapa, os clubes não serão obrigados a utilizá-la.
De acordo com o secretário
do Futebol, os equipamentos
para monitorar torcedores serão disponibilizados para todos
os estádios, mas sem excluir
outras formas de acesso, como
bilhetes e cartões magnéticos.
Para ele, os clubes e a CBF
devem decidir os setores dos
estádios que irão exigir cadastramento de torcedores.
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